O Internacional está entre os quatro melhores times da América do Sul! Após vencer o jogo de ida, na altitude de La Paz, por 1 a 0, o Clube do Povo voltou a enfrentar o Bolívar-BOL nesta noite de terça-feira, 29 de agosto. Apoiado por mais de 49 mil colorados e coloradas, o Inter contou com dois gols de Enner Valencia para vencer por 2 a 0 e garantir sua vaga nas semifinais da CONMEBOL Libertadores.
O adversário colorado na luta para chegar à final do continente será decidido na próxima quinta-feira, 31 de setembro, quando o Defensores del Chaco receberá o jogo de volta entre Fluminense e Olímpia-PAR. Na semana passada, os brasileiros venceram a ida por 2 a 0. Já a retorno do Clube do Povo a campo está previsto para as 16h de sábado, quando os comandados de Eduardo Coudet enfrentarão o Goiás, fora de casa, pela 22ª rodada do Brasileirão.
A vitória colorada em La Paz obrigava o Bolívar-BOL a se soltar no Beira-Rio, e o Inter, atento à postura visitante, ofereceu um primeiro tempo de gala para sua gente – à altura da festa que recepcionou os jogadores no momento em que os times entraram em campo. Fumaças, foguetório, bexigas e o maior bandeirão de uma torcida gaúcha confirmaram para o elenco que, mais uma vez, time e torcida jogariam juntos.
O começo de partida deixou claro: Wanderson seria um dos protagonistas da noite. Com espaço para acelerar, o camisa 11 incomodou os rivais desde cedo, e precisou de apenas 10 minutos para construir a jogada do primeiro gol. Em velocidade, ele disparou do meio de campo, invadiu a área e, acossado por quatro marcadores, cruzou bola rasteira para Valencia. De primeira, em frente à marca do pênalti, o equatoriano finalizou para as redes. Inter 1 a 0!
Wanderson quase ampliou aos 12. Pela quina da grande área, o atacante bateu de chapa, mas exagerou na força. Mais tarde, aos 18, quem assustou foi Mauricio. Também pela esquerda, Alan Patrick cruzou rasteiro para o camisa 27, que dominou em frente à marcação e, de perna direita, finalizou por baixo. Na rede, mas por fora, a bola morreu acompanhada dos suspiros da torcida vermelha.
Valencia reencontrou o gol, mas em condição irregular, aos 25. Acionado por Mauricio, o equatoriano saiu da altura do meio de campo, deixou a marcação para trás e, cara a cara com Lampe, esbanjou tranquilidade para anotar o segundo. Indicado no campo, o impedimento, por centímetro, foi confirmado pelo VAR. Após cada oportunidade criada pelo Inter, o Bolívar-BOL recorria a excessivas (e violentas) faltas para frear o ímpeto vermelho.
Atordoados com a postura do Clube do Povo, que impedia qualquer incursão ao gol de Rochet, os visitantes não foram felizes nem com o antijogo. Ferreyra, porém, teve motivos para comemorar aos 36, quando bloqueou, em corajoso carrinho, promissora finalização de Valencia. Mauricio, três minutos mais tarde, arriscou da meia-lua da grande área a última chance do primeiro tempo. Lampe encaixou sem rebote.
O Inter voltou para o segundo tempo decidido a resolver o confronto. Aos nove minutos, Mauricio recebeu de Bustos e, já dentro da grande área, bateu rasteiro. Teimosa, a bola fez questão de tirar tinta da trave antes de escolher a linha de fundo como destino. Logo depois, Alan Patrick finalizou de fora da área e também levou perigo. Já aos 13, Valencia marcou, mais uma vez, em condição irregular. A fome do equatoriano não parava de crescer.
De novo (pela terceira vez na CONMEBOL Libertadores), Alan Patrick foi o garçom que saciou a gana de Valencia. O camisa 10 recebeu de Renê e percebeu o equatoriano com espaço para atacar as costas da zaga. Milimétrica, a assistência do capitão foi devidamente aproveitada pelo artilheiro. Pela esquerda, Enner dominou, encarou o marcador, entrou na área, puxou para a perna direita e mandou um foguete. Golaço!
O Bolívar-BOL não se deu por vencido. Da casamata, Beñat San José promoveu a entrada de diversos atacantes. Em campo, a postura agressiva sem a bola foi continuada. Maduro, o Clube do Povo não se deixou cair no nervosismo visitante e seguiu em cima. Alan Patrick, aos 22, recebeu de Bustos e passou perto de marcar um golaço. Minutos antes, Nico Hernández e Bruno Henrique haviam substituído Gabriel Mercado e Aránguiz.
Gabriel e Carlos de Pena também entraram no Inter, permitindo merecido descanso a Johnny e Mauricio. O placar, aos poucos, tomava contornos definitivos, e a torcida, embebedada de alegria, saudava o 2 a 0 de braços abertos. Faltava, contudo, o brilho de um personagem marcante na caminhada do Inter na CONMEBOL Libertadores. E é claro que o generoso destino não esqueceu de voltar seus holofotes para Rochet.
Desapercebido no campo, um toque de mão de Nico Hernández foi flagrado pelo VAR e resultou, aos 40 minutos da etapa final, em pênalti para o Bolívar-BOL. Na bola, Ronnie Fernández. No gol, Sergio Rochet. O batedor escolheu o canto direito da meta. Chino? Também. Sem rebote, o paredão fez a defesa e inaugurou de vez a festa no Gigante. O Inter está entre os quatro melhores times da América do Sul!
Fotos: Ricardo Duarte