Em virtude da pandemia, orientações ao comércio em geral e novos hábitos de consumo e venda são registrados

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, muitas coisas foram modificadas: trabalho em home office, os shows – em formato de lives e drive-in, cuidados com a saúde de uma forma geral, entre outros processos. Porém, um dos setores em que mais se percebem mudanças é o do comércio, com a chegada de novos hábitos de consumo e formatos de vendas diferenciadas. Muitos destes modelos vieram para ficar e as readaptações não param por aí.

O dirigente do Sindilojas, Daniel Amadio, revela que, além de orientações repassadas pelas entidades aos comerciantes e lojistas, muitas situações pontuais foram verificadas. “Tivemos aqueles que souberam se reinventar, como tivemos outros que, por um motivo ou outro, não quiseram continuar seus negócios. Tivemos fechamentos, lojas que trabalham para se manter, e outras que encontraram uma maneira de vender até mais que antes”, salienta.

Amadio esclarece que muitos optaram por novas maneiras de vender, usando ferramentas que até pouco tempo atrás não eram tão utilizadas, como a tele entrega, take away e drive thru. “Buscaram seu consumidor/cliente através de whatsapp, instagram e outras plataformas eletrônicas. Assim como também aderiram ao Marketplace, uma plataforma grande que une vários lojistas e que buscaram se unir neste sentido. Tivemos algumas parcerias, como, por exemplo, com o Mercado Daqui. Entretanto, ainda pensamos em uma ferramenta própria, que está sendo estudada e ainda não existe uma definição”, avalia.

Iniciativas e orientações

As entidades representativas aos segmentos de comércio, bens, serviços e lojistas, acompanharam e desenvolveram diversos conteúdos informativos, como forma de prevenir a transmissão da Covid-19. O presidente da CDL-BG, Marcos Carbone, revela que desde o início da pandemia a entidade fez um trabalho intensivo na transmissão de informações e orientações aos lojistas, principalmente acerca das medidas necessárias de serem adotadas pelos estabelecimentos para proteger a saúde dos colaboradores e dos clientes. “Da mesma forma, sempre defendemos o seguimento às recomendações dos órgãos de saúde e o cumprimento das determinações impostas pelo Governo – mesmo que não tenhamos concordado com muitas delas e, por isso, tenhamos nos mobilizado em busca da sua reversão”, avalia o dirigente.

Segundo ele, agora, a posição da entidade é a de defender o retorno responsável às atividades. “Aquela modalidade em que o comércio cumpre a sua parte no que diz respeito aos protocolos de saúde e, em contrapartida, tem condições de manter as portas de seus estabelecimentos abertas, com regras claras, previsíveis e flexíveis, equilibrando saúde e economia com coerência”, pontua.

Novo momento

De acordo com Meriene Balssanello, sócia proprietária da Meriene, a pandemia veio para ensinar algo e fazer com que as pessoas aprendam com este novo momento. “Prefiro acreditar que nada é em vão. Em nosso segmento, de pijamas e peças térmicas, as vendas não foram muito diferentes de outros anos – teve meses que vendemos até mais-, e isso muito se deve às pessoas que estiveram e estão mais em casa, aproveitando bons momento”, revela.

Segundo ela, algumas vendas também foram feitas de forma on-line, o que foi uma novidade. Porém, em todo esse processo, o único entrave, apesar de saber que era algo necessário, foi a troca de bandeiras. “O problema delas, além de quando tivemos que fechar, foi ter que vender/atender na porta. No caso da comercialização das peças íntimas, eram muito raras as pessoas que aceitavam a venda neste formato e, por isso, acabamos perdendo faturamento”, frisa.

Apesar disso, a perspectiva para os próximos meses é a melhor possível. “Esperamos que daqui para frente as coisas comecem a voltar ao normal e que a gente possa trabalhar de forma tranquila, sem ter que pensar e se preocupar se na próxima semana estaremos abertas, fechadas ou atendendo na porta”, salienta Meriene.

Perspectivas

Para as próximas semanas, a probabilidade é de que as atividades comecem a se normalizar, conforme o presidente do Sindilojas, Daniel Amadio. “O que esperamos é que estejamos em uma curva em declínio da contaminação e que as coisas, aos poucos, voltem a normalidade, mesmo que de forma superficial, dentro de uma nova realidade. A pandemia trouxe lições e novas adequações. Hoje teve um crescimento muito forte das redes e ferramentas eletrônicas. Portanto, as facilidades estão aí para quem quiser aproveitar”, frisa.

A expectativa, segundo o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone, é de que haja previsibilidade nas orientações, especialmente com o modelo de cogestão do Modelo de Distanciamento Controlado, acabando com o ‘abre e fecha’ desregrado que ocorreu durante muitas semanas, prejudicando o comércio ainda mais do que o necessário. “Vamos nos aproximando da reta final do ano, período tradicionalmente bom para as vendas, e já percebemos sinais, ainda tímidos, de recuperação nos negócios. Estamos confiantes de que, com muito trabalho, conseguiremos reverter uma parte das perdas acumuladas no ano”, finaliza Carbone.