A gravidez na adolescência ainda é um desafio para a rede pública de Bento Gonçalves. Embora os números se mostrem estáveis nos últimos anos, os profissionais da área admitem dificuldades para reduzir os casos, que não baixam de cem por ano.
Para minimizar o número, o Programa Saúde da Criança e Adolescente aliado ao Programa Saúde da Mulher, realizam um trabalho dentro de 21 escolas estaduais e municipais, palestrando sobre sexualidade e autocuidado para jovens do 8° e 9° ano. Entretanto, fornecer informações e métodos contraceptivos não tem sido o suficiente. “A informação, o anticoncepcional a gente dispõe para elas, o preservativo também está disponível e não estamos conseguindo diminuir os números mesmo com toda essa oferta”, admite a Enfermeira Coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Evelise Bender.
De acordo com a Coordenadora do Programa Saúde da Criança e Adolescente, Érica Fiorin, do ano passado para cá, foi realizado um levantamento para identificar quais bairros de Bento se destacam pela maior incidência de gravidez na adolescência. Confira na tabela abaixo.
De acordo com Evelise, esses bairros são os de maior vulnerabilidade social e econômica. “Às vezes é uma forma da adolescente ser enxergada, elas desejam engravidar muitas vezes. Tem a questão da aceitação na sociedade delas. É uma forma de voltar os cuidados para elas, de manter um relacionamento. Tem vários fatores ligados”, explica.
Evelise assume que com a verificação dos locais com maiores casos, futuramente deva ser feito um projeto específico nessas áreas. “Agora, com o olhar desses territórios, talvez a gente deva focar em estratégias mais especificas. Parar de atender o todo e focar nessas localidades que estamos com números muito elevados, mas vamos continuar com o trabalho nas escolas, já temos programação para o ano inteiro”, afirma.