Jane Krüger
Transcendência é o aspecto da natureza e do poder de uma divindade que é totalmente independente do universo material, além de todas as leis físicas conhecidas. Na teologia, diz-se que D’us é transcendente (em grego, hyperbekós) da Criação na medida em que Ele está acima dela e não é limitado por ela, não sendo limitado pelo espaço e pelo tempo como é o mundo natural e possui tal característica em relação ao seu atributo de infinitude.
Para Fílon de Alexandria (século I), Ele, o Eterno, é a causa ativa na manutenção do universo. Na cosmologia cabalística judaica, D’us é descrito como o “Ein Sof” (literalmente, sem fim) como referência à simplicidade divina de D’us e à incognoscibilidade essencial. A emanação da criação do Ein Sof é explicada através de um processo de filtragem.
Somente através da revelação de faíscas escondidas dentro dos fragmentos embutidos em nosso mundo material é que essa transcendência pode ser reconhecida novamente. No pensamento hassídico, as faíscas divinas são reveladas através do cumprimento de mandamentos ou “mitzvot”.
Hoje sabemos através de comprovação científica que desenvolver a transcendência, conectar-se com algo maior do que você mesmo, ampliando a gratidão, e a pureza de coração, conduz a inúmeros benefícios como: aumento da imunidade – sim, pessoas que rezam mais e de alguma forma se conectam com o divino, tem a tendência de ficar menos doentes, de enfrentar as dificuldades com mais resiliência e a habilidade de enxergar o lado positivo da vida, mesmo nas situações mais adversas. Falando a partir do oposto: quanta amargura não cultiva uma pessoa que culpa D’us e todo mundo por suas mazelas, que vive reclamando, nem a própria pessoa se aguenta, imagina os outros. Contudo, para desenvolver a transcendência – essa conexão com aquilo que é maior que eu mesmo – é necessário ter algo que é muito importante: Humildade. E disso trata, a segunda parte do provérbio: Os ignorantes esnobam tal sabedoria.
Diversos sábios da Ciência, em todos os tempos, têm se manifestado sobre a “Ignorância” dos Seres Humanos. Dentre eles, destaca-se o nosso maior jurisconsulto, Rui Barbosa, que a respeito dela afirmou: “ A chave misteriosa das desgraças que nos afligem é esta; e somente esta: a Ignorância! Ela é a mãe da servilidade e da miséria”.
Vale a pena relembrar aqui alguns outros conceitos a respeito da Ignorância, dito pelos homens mais influentes do Conhecimento Humano:
“Não há nada mais terrível que a Ignorância”(Goethe,1749-1832);
“Se me perguntar o que é a morte! Respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!” (Pitágoras, 582-497, AC);
“A ignorância é a noite (escuridão) da Mente!” (Confúcio,551-478,AC); “A diferença entre um homem sábio e um homem ignorante é a mesma entre um homem vivo e um cadáver.” (Aristóteles, 384-322, AC);
“Dar conselhos a um homem culto é supérfluo; aconselhar um ignorante é inútil.” (Sêneca, 65-2, DC);
“A sabedoria e a razão, falam; a ignorância ladra.” (Arturo Graf, 1848-1913); “Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância.”(Luther King,1968); “Todo aquele que não sabe, seja quem for, pode e deve entrar no rol do vulgar.” (Miguel Cervantes, 1547-1616);
“O tolo, quando erra, queixa-se dos outros; o sábio queixa-se de si mesmo.” (Sócrates, 469-399, AC).
É incrível a capacidade que o ignorante tem de estabelece critérios que desqualificam o conhecimento alheio em favor de sua própria falta de conhecimento. Ele faz idéias falsas sobre si e acerca do mundo que o cerca, construindo concepções de forma errônea e deturpada. Ainda sobre a Ignorância, dizem outros sábios que: “ Ignorância é não saber, não querer saber ou ignorar o conhecimento científico provado e comprovado por métodos científicos e pela lógica. Embora, na linguagem popular e como termo de uso agressivo pelos próprios ignorantes.
A Ignorância é, e sempre foi, o maior flagelo da Humanidade.
Ainda, Rui Barbosa, certa vez declarou: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus; o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto!”
Existem algumas Razões pelas quais os homens preferem por manter sua ignorância.
Em primeira mão, as pessoas não experimentam gratificação instantânea na busca da sabedoria e, portanto, não investem tempo e esforço no aprendizado e desenvolvimento, por outro lado, erradicar a ignorância completamente da vida de um indivíduo é uma tarefa impossível, mas reduzir a lacuna pode realmente beneficiar o indivíduo a longo prazo.
Além disso, tomar a decisão de permanecer ignorante, comprometendo-se com uma ideologia, apesar da prova científica, é uma mentalidade perigosa que pode inibir um indivíduo de descobrir a verdade e, portanto, de se desenvolver como indivíduo Como o enriquecimento mental e a sabedoria são adquiridos por meio do estudo, da leitura, da vivência e da experiência; verifica-se o quanto é difícil, penoso e até onerosa é a aquisição do Sabedoria.
Contudo, estudos sugerem que os adultos com uma educação adequada, que desempenham trabalhos enriquecedores e desafiadores, são mais felizes e controlam melhor o ambiente.
Gosto da máxima: Só por hoje! Mas vamos aqui aplicá-la para o nosso ano de 2023 e transformar assim, num dos objetivos a serem alcançados no ano seguinte: Só por hoje, procurarei ser um pouco menos ignorante!
E procure repetir a frase a cada dia de cada mês do ano, tomando ações práticas que verdadeiramente lhe transformarão em uma pessoa mais sábia e por consequência, também, mais feliz.