Grupo vai se reunir no sábado, 25 de janeiro, para discutir a situação que suspendeu a eleição do conselho diretor do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG); até decisão, Nairo Callegaro permanece no comando da entidade
Não foi dessa vez que apareceu uma solução. O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) vai convocar os membros do atual Conselho Diretor para debater a situação do processo eleitoral realizado no sábado, 11, durante o 68º Congresso Tradicionalista Gaúcho, na cidade de Lajeado, no Vale do Taquari, onde as duas chapas inscritas obtiveram a mesma quantidade de votos: 530 cada. Conforme o estatuto da entidade, em caso de empate, a chapa que possuir o candidato com mais idade é considerada vencedora do pleito. No entanto, a situação foi parar na Justiça comum, onde uma liminar suspendeu a eleição. Em virtude disso, uma reunião está marcada para o dia 25 de janeiro, a fim de buscar um acordo e finalizar o processo.
De acordo com o atual presidente, Nairo Callegaro, o MTG tomou a decisão correta ao referendar a vitória à Chapa 1, encabeçada por Elenir Winck. Segundo ele, o processo seguiu as normativas existentes no regulamento. “Todas as atividades que nós praticamos, consta em nossa coletânea”, explica. Callegaro informou que no momento das inscrições de chapas, apenas os nomes dos integrantes do grupo são elencados no documento, não existindo a descrição de cargos. “O que é entregue na secretaria do MTG é uma nominata de tradicionalistas que concorrem a uma cadeira no conselho diretor. Não é entregue o nome de um candidato à presidência do MTG”, ressalta.
Callegaro usou de exemplo, o último pleito, realizado em janeiro do ano passado, em São Borja, onde concorreu contra Elenir à presidência da agremiação. Segundo ele, por se tratar da eleição de um conselho, e ambos, na época, integravam o colegiado, não houve a necessidade da inserção de seus nomes na lista de candidatos. Somente após a vitória é que Nairo foi escolhido para continuar no comando do movimento. “Em 2019 eu fui candidato e não estava nesta nominata, pois já fazia parte do Conselho Diretor, assim como a minha oponente (na época, Elenir Winck). Após a eleição, meu nome foi colocado à apreciação para o conselho”, explica. “A eleição do MTG é feita desta forma: é escolhida uma nominata e após, o conselho diretor faz a sua votação e escolhe quem será o presidente”, garante Callegaro.
Entenda o caso
Estavam na disputa da presidência duas candidatas: Elenir Winck, de Panambi, da chapa 1 e Gilda Galeazzi, de Passo Fundo, da chapa 2. Ambas as candidatas empataram no número de votos: tiveram 530. Conforme o estatuto do MTG, no artigo 127, a chapa que tiver o candidato mais velho é considerada vencedora e o MTG atribuiu o candidato mais velho a um membro da chapa 1, um homem de 77 anos. Por causa disso, Elenir Winck foi considerada a vencedora.
A chapa de Gilda contestou o entendimento do critério utilizado e entrou com uma ação na Justiça de Lajeado para cancelar o resultado. A Justiça aceitou o pedido e no domingo, 13, foi suspenso.
“Nossa posição é para preservar a entidade”, afirma Callegaro
Durante a coletiva, o presidente do MTG ressaltou por inúmeras vezes que o posicionamento da atual presidência está voltado à preservação da imagem da entidade. “Eu não tomei partido nesta eleição. Mantivemos essa postura ao longo do ano de 2019 para preservar o MTG”, ressalta. De acordo com o tradicionalista, a escolha do Conselho Diretor sempre foi realizada desta maneira. No entanto, segundo Callegaro, é possível que haja outra interpretação no campo jurídico. “O MTG ao longo dos anos escreveu isso. Se gera interpretação, não há problema nenhum. Nós (MTG) acatamos a decisão da liminar”, garante.
Segundo Callegaro, enquanto a situação não for definida, o MTG continua sob o seu comando, porém, com o desejo de que a situação seja normalizada em breve. “O que nós queremos é que alguém assuma o comando do movimento, até para não criarmos mais polêmicas neste processo todo”, ressalta.
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