Um sorriso largo, um brilho nos olhos sem igual. Uma vontade ímpar de trabalhar e levar adiante todos os ensinamentos que seu pai, o grande líder Moysés Luiz Michelon deixou. Esta é Elaine Michelon que, há quase três anos, administra o Hotel Villa Michelon e dá vida a todos os projetos iniciados, além de ter muitas ideias para colocar em prática. Animada, cinestésica, uma pessoa que consegue ver o lado bom de tudo, nos fala, nesta entrevista, sobre trabalho, família, Vale dos Vinhedos, o setor do turismo, política e vida.
Formada em Administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) e pós-graduada em Qualidade e em Marketing pela Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (Fervi), acostumada a trabalhar desde os nove anos de idade, Elaine aprendeu com o pai que só sabe que é domingo porque a porta principal da igreja está aberta.
Além do orgulho de ser filha do presidente da primeira Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), ela também se vangloria de sua mãe, Leonora Arioli Michelon, a primeira mulher a dirigir em Bento Gonçalves, que jogava tênis entre homens, uma das primeiras assinantes do Jornal Semanário. Só não gosta muito de dizer que a mãe fuma desde os nove anos. Mas se alegra por ela estar “em forma”, lúcida e querendo trabalhar às vésperas de completar 88 anos.
Qual sua visão do Vale dos Vinhedos? O que é positivo e negativo sob sua ótica?
Creio que o que mais interessante tenha sido feito nos últimos anos: foi a dignidade que se deu para o colono. Há não muito tempo, eles conviviam com péssimas estradas, esgoto a céu aberto, era um lugar esquecido, porque não fazia parte da região central, não tinha atrativos. Eu mesma já fui preconceituosa. Achava que colono só aparecia para reclamar do preço mínimo da uva. Não conhecia a realidade. Mas eles sofrem muito. Agora sei que todo o risco é do colono. Hoje, posso dizer que todos se uniram para crescer. A Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos) é um exemplo disso. Conseguiram a primeira Denominação de Origem (DO) de vinhos do Brasil porque se uniram. Juntos, eles se defendem, brigam pelo bem comum. E quando digo brigam, chega a ser engraçado. Ao se reunirem em torno de uma mesa, parece uma típica família italiana. Todos falam ao mesmo tempo, um quer falar mais alto que o outro, parece que ninguém se entende. Mas quando abrem as cortinas, o espetáculo está feito. E digo para vocês: comprem o vinho da safra 2020 do Vale dos Vinhedos. Posso garantir que essa é a safra das safras.
Em que circunstâncias as lideranças do Vale dos Vinhedos se unem?
Creio que a formatação da Aprovale tenha sido um marco no desenvolvimento do Vale. Conseguiram centralizar fornecedores, estudos, legislações. Claro que foi difícil convencer o produtor que ele teria que mudar muito, que num parreiral em que ele colhia 30 toneladas por hectare ele iria colher 10 toneladas e ganhar a mesma coisa, ou até mais. Até o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) teve que aprender lá fora para implantar a Denominação de Origem no Vale. Existia a Lei, mas nunca tinha sido aplicada. Eu acho que eles se unem muito. Se unem sempre que é necessário. E o resultado é visível. Ninguém contou, ninguém mentiu. Está aí para todo mundo ver. Basta andar por aqui.
O que você acha que o Vale dos Vinhedos ainda precisa desenvolver?
Vejo que ainda somos muito carentes em ofertas de atrativos para crianças. Nosso hotel foi o primeiro a aceitar pets e é o único que tem espaços destinados aos pequenos. Precisamos atrair as crianças, porque são os clientes do futuro e, muitas vezes, os responsáveis pela definição do destino da viagem. Precisamos de um parque infantil, familiar e temático. Nós, aqui no hotel, temos recreacionista de sexta-feira até domingo e nos feriados para atender crianças de quatro a 12 anos. Mas não é o suficiente. Precisa muito mais. Os pais precisam ter aonde ir com elas.
Como você acha que o turista vê o Vale dos Vinhedos?
Todos dizem que aqui é um oásis. Tempos atrás recebemos o Hans Donner e a Valéria Valensa (mulata globeleza). Ele disse que estamos na Europa fora da Europa. Que temos o cheiro, a cultura e o jeito europeu. O vinho, o espumante, as quatro estações bem definidas, que nos remetem a quatro ambientes. São cores diferentes em cada estação. Não tem como não ficarmos lisonjeados e orgulhosos com tantos elogios. E digo mais: quem ama o frio, tem que vir passar o frio aqui.
Quanto ao acesso ao Vale dos Vinhedos, o pórtico, a caracterização. Qual sua opinião?
Creio que poderia até ser diferente, mas vejo que está bem caracterizado. Acho que estão fazendo tudo dentro das possibilidades, com boas ideias. Precisamos, sim, de um ponto de referência. Na minha visão, a margem da rodovia, desde a entrada até o trevo de Monte Belo do Sul e Santa Tereza, poderia ser rodeada de azaléias, que são a flor símbolo de Bento Gonçalves, inclusive por meio de Decreto. Isso poderia ser feito sem dificuldades e sem grandes investimentos. O Vale dos Vinhedos não pode ser visto como um grande parreiral. Também não podemos permitir a exploração imobiliária. Sou contra. Tem que explorar a essência, respeitar as características do povo. O pórtico, no fim das contas, vai ser um complemento.
Qual a importância, para você, da ligação entre o Vale Autora e Faria Lemos?
Vejo essa ligação como necessária e importantíssima. E urgente. São experiências completamente diferentes, e é isso que o turista busca: experiências. Tanto o Vale dos Vinhedos quanto a Rota das Cantinas Históricas têm produtos muito bons. Nesse quesito entra também a Rota do Pão, de Santa Tereza, que há anos vem sendo estudada, debatida, mas que não sai do papel, porque os investimentos são altíssimos. A colonização polonesa, os moinhos, a diferença de temperatura e de altitude, a vegetação, tudo nesse trajeto também seria muito atrativo. É um empenho ímpar, que não pode ser esquecido numa gaveta, porque certamente irá atrair mais e mais turistas para a Região como um todo e mostrar nosso potencial de forma mais ampla.
A Fenavinho no Vale dos Vinhedos, é uma ideia?
A Fenavinho é de Bento. O povo tem que se empoderar desta festa. Creio que o Vale dos Vinhedos seja pequeno perto da grandiosidade da Fenavinho. Se o povo não se empoderar, alguém pode vir e tomar conta. Vale ressaltar que, tradicionalmente, a Fenavinho não teve à sua frente os cantineiros. A comunidade, como um todo, sempre soube cuidar muito deste bem cultural que é a Fenavinho. Ocorreram sim algumas falhas, mas a retomada está sendo espetacular. Não pode se perder.
Ainda com relação à Fenavinho, diga algo que te faça chorar de alegria ou de saudade.
Tenho o maior orgulho de ter feito parte da história da Fenavinho através do meu pai. Infelizmente não participei da primeira, mas herdei todo o orgulho pela festa, por Bento, pelos símbolos. A bandeira, o Hino. Meu pai sempre buscou isso. E sempre quis que tivesse Rainha. Meu pai sempre gostou dos símbolos. Sempre quis ter, desde lá da Isabela. Tudo tinha muito significado para ele. A Fenavinho é um grande orgulho que carrego dentro de mim. Histórias tristes, não sei. Mas felizes… distribuição de uva nas ruas, desfile de carros alegóricos, Escolha da Imperatriz. E todas elas continuam lindas, lindíssimas!
Nos fale um pouco sobre a ocupação hoteleira, o perfil dos hóspedes do
Villa Michelon.
Temos 57 apartamentos. Nos feriados, as habitações estão sempre cheias. De domingo a quinta-feira são muitos que procuram hospedagem, pois vêm à região para realização de negócios. Já no fim de semana, o foco é o lazer. Então, são famílias. Isso sem contar o período de férias, Vindima, Natal e Reveillon, cuja ocupação é excelente. Mas tenho que dizer que um hotel, para dar lucro, tem que ter 65% da ocupação, em média, o que não é a realidade local. Conseguimos manter, mas sempre na luta. Hoje enfrentamos uma concorrência desleal, com habitações que não pagam impostos, direitos trabalhistas, taxa de bombeiros, vigilâncias. São muitas as cobranças que nós temos que administrar. As locações por temporada não arcam com nenhuma despesa, não geram divisas para o Município. Há de se trabalhar numa regulamentação, pois a concorrência pode existir, mas precisa ser igualitária.
O dano que o coronavírus já causou e vai causar na vida das famílias, das empresas. O Brasil está despreparado?
O mundo estava despreparado. Não só o Brasil. Olha a Itália. Olha a China. Mas tudo tem um porquê. Os chineses voltaram a ver o sol. A água de Veneza está cristalina. O que temos que temer são as notícias falsas, as paranoias, os desesperos. Brigarmos por papel higiênico é algo que não pode fazer parte da realidade. Teremos sim reflexos, dificuldades, retomadas. Mas desistir não pode fazer parte de nós.
Qual seu grau de inspiração e amor pelo Villa Michelon?
Eu vivo 365 dias por ano aqui. Para terem uma ideia, o hotel fechou no dia 20 de março e reabrirá para o público no dia 30 de abril. Mas eu vou estar todo o dia aqui. Herdei um negócio que não tem fechadura. Isso é minha vida. E tenho que dizer que a equipe é fantástica, engajada, determinada. Todos vestem a camisa e estarão preparados para voltar com todo amor e carinho que têm por esse empreendimento.
Quais são seus projetos em torno do Villa Michelon?
Eu vejo nosso hotel como “a casa da vovó”, mas com alguns benefícios, como internet, tevê por assinatura, sala de jogos, piscina. Precisamos fazer algumas reformas, mas continuaremos com nossos apartamentos grandes, nossos excelentes colchões. A ideia é melhorarmos em algumas coisas, como o piso, por exemplo, e modernizarmos a decoração. Vamos sempre investir em quem ama família, os ambientes familiares, em quem ama história. Vamos modernizar sem descaracterizar.
La Bella Vendemia.
Esta é uma experiência única. Neste ano fizemos num novo formato. Deixou se ter uma abertura com muitas pessoas para se tornar um evento mais social em que pudemos dar uma atenção melhor para os nossos convidados e proporcionar a eles um momento diferenciado. Temos certeza de que muitos dos participantes gostaram deste formato, pois eles conseguiram participar mais ativamente do todo e conhecer melhor a estrutura do hotel.
Os índices de crescimento do turismo em Bento lhe agradam? E a ausência do turista no Centro Histórico? E como você vê a ideia de uma feira voltada para o turista na Rua Duque de Caxias (Maria Fumaça)?
O turismo, no que diz respeito à ocupação hoteleira, está estagnado desde 2010. Para aumentar, teremos que criar alternativas, pois surgiram muitos meios mais baratos de hospedagem. É bom que se esclareça que o aumento de leitos não significa aumento de ocupação. De qualquer forma, eu vejo uma luz no fim do túnel, mas vamos ter que avaliar a necessidade de construção de novas unidades. Para se ter uma ideia, até pouco tempo atrás, os turistas passavam a semana em Gramado e Canela e vinham um dia para fazer o passeio de Maria Fumaça e as vinícolas. Como tudo lá é mais caro, hoje, para boa parte dos turistas, este roteiro se inverteu. Eles passam seus dias aqui e vão um dia visitar a Rota das Hortênsias, do chocolate. Nós, especificamente, enfrentamos um problema que é a falta de mão de obra. Tem pouca gente querendo trabalhar no turismo. Aqui tenho vaga para uma determinada função há cerca de um ano. Tenho vaga aberta há seis meses. Ofereço transporte, alimentação, uniforme, e mesmo assim, não há mão de obra. Com relação à área central da cidade, a única forma de levar o turista seria um apelo pra o turismo religioso, porque não vejo que deem tanta importância para o histórico. Existe o roteiro, mas nem os guias levam. Faltam eventos no Centro. O Dia do Suco foi fantástico. Encheu o Centro em pleno domingo. São alternativas como esta que precisamos oferecer. Já com relação à Rua Duque de Caxias, o que posso dizer… Bom, a Casa do Artesão, por exemplo, é linda. Mas o fato de ser “fechada”, inibe as pessoas de entrarem. A Rua Coberta com bancas de artesanato e produtos coloniais seria excelente aí. Tem muito artesão bom em Bento, mas vejo que eles são tímidos.
“Nossa cultura é única; nossa história é única e precisa ser valorizada”, diz Elaine
Se o fluxo turístico em Bento aumentar, faltarão hotéis?
Não, de forma alguma! Pelo menos por um bom tempo… A realidade hoje é 30%, 40% de taxa de ocupação. Ainda temos muitos leitos a serem utilizados. Isso, me refiro, a períodos normais, no decorrer do ano. Não falo em período de vindima, de feiras. Aí a ocupação aumenta consideravelmente, atinge o que é o ideal. Mas no restante do ano, a realidade não é a que gostaríamos que fosse.
Qual foi o índice de aumento do turismo em 2019 no Vale e em Bento?
Com relação à hospedagem, no Villa Michelon atingimos 8% de amento na taxa de ocupação. Em Bento Gonçalves teve um decréscimo de procura pela rede hoteleira, principalmente pela concorrência desleal da qual já comentamos. No que diz respeito ao turismo, aumentou cerca de 20%. São muitas as opções e, o melhor, bem diversificadas. Não é mais só vinho, inclusive aqui no Vale.
Do que você gosta e do que você não gosta em Bento?
Amo Bento. Sou bairrista demais! Morei em Porto Alegre para estudar, tinha emprego lá, mas voltei. Nossa cultura é única, nossa história é única e precisa ser valorizada. Em Bento, especificamente, não há o que eu não goste. Mas me preocupo com a segurança. Não com as nossas forças policiais, que são dedicadas e ordeiras. Mas com o tanto de gente de má índole que vem chegando e tomando espaços por aqui.
Num contexto geral, você se sente protegida? O Vale dos Vinhedos está protegido? E Bento?
Me sinto. Ainda temos homens e mulheres de bem na Brigada Militar que cuidam da comunidade, do turismo e do turista. Eles estão presentes com suas rondas, nos transmitindo segurança. Me impressiono com tudo o que fazem com o pouco que têm.
Por onde deve passar a evolução de Bento?
Temos que rever o passado para pensar no futuro. Precisamos evoluir sem repetir os erros já cometidos. Não precisamos regredir, mas também não podemos apagar nosso passado. De uma coisa eu sei, e isso também aprendi com meu pai: o céu é o limite!
Quanto à mulher empreendedora, como você vê sua importância e sua evolução?
Nós temos um “q” diferente. Além da competência, igual a dos homens, temos o prover, que nos dá a capacidade de conduzir os negócios de maneira mais humanizada. O sentimento que levamos conosco é diferente do mandar. É o conduzir. É evidente que a mulher está cada vez mais arregaçando as mangas. Elas estão mais organizadas, mais controladas.
Como você vê o desempenho do Prefeito, do Governador e do Presidente?
Na minha opinião, o Prefeito está fazendo coisas boas. Precisamos de continuidade para que haja coerência de atitudes. Acho que alguns secretários estão trabalhando muito bem. Alguns deixam a desejar, mas isso é em tudo, em todos os governos e esferas. Nesta fase, nestes dias em que estamos lutando contra um inimigo invisível, o Prefeito está sendo bem sensato. As medidas estão sendo doloridas, mas corretas. Com relação ao Governador, acho que ele falou demais durante a campanha, sem conhecimento de causa. Prometeu coisas que não vai conseguir cumprir. Falar bem ele fala, mas creio que não vá conseguir fazer muitas coisas. Já o Presidente, acho ele sincero demais.
Agora nos fale um pouco sobre seu pai Moysés. Que falta ele te faz, o que estariam fazendo se ele estivesse aqui? Como carregas o orgulho por tudo o que ele fez?
Ele me faz muita, muita falta. Principalmente porque ele me ajudava, me ensinava, me apoiava. E foi assim até o último dia. No momento de sua partida, senti que ele tirou o fio da bainha da calça, onde sempre andei e me deixou descer. Tudo o que faço hoje é de coração. Ainda acredito que o ser humano possa se ajudar. Temos que nos afastar dos ruins e nos unir aos bons. Tenho certeza que, se ele estivesse aqui, estaria trabalhando no Villa, estaria se doando para a Fenavinho, para Bento Gonçalves. Carrego tudo com muita dor, mas tenho certeza que estou fazendo o que ele esperava que eu fizesse.
O que você acha que seu pai gostaria de ter feito?
Meu pai amava gente, mais do que eu. Sempre fez tudo o que pode pelas pessoas. Ajudou quem pode. Mas um dos sonhos dele era voltar a fazer massas e biscoitos. Nós tínhamos um projeto. Nada me impede de retomar. Outra coisa que ele gostaria de ter feito e eu vou fazer é um museu da vida dele e da família. Estou juntando material para isso. Ele achava que era egoísmo demais deixar as coisas dele fechadas. Ele queria expor para as pessoas poderem pesquisar. A história dele tem tudo que se passou para Bento “ir para o mapa”, para Bento ter identidade, para o povo ter pertencimento. Era isso que ele queria: que as pessoas tivessem orgulho de suas origens.
O que seu pai deixou de mais importante como ensinamento?
Não foi uma coisa só… Ele nos ensinou a sermos éticas e honestas. Tanto a mim quanto à minha irmã, que mora nos Estados Unidos. Se você tiver algo para falar, por pior que seja, fale a verdade. Além disso, aprendemos que o que é nosso é nosso e o que é dos outros é dos outros. As tentações existem, mas não coloque a mão no que não é seu. Isso aprendemos não só do pai, mas também da mãe. E nossa missão é dar continuidade ao que aprendemos.
E sua mãe, dona Leonora, que inspiração te empresta para bem conduzir o Hotel?
Ela interage muito, gosta de participar de tudo. Até poucos meses trabalhou na lavanderia, com 87 anos. Não tem como não dizer que ela é um grande exemplo. Inclusive não tinha jeito de que aceitasse que eu fosse buscá-la. Ela vinha de van, junto com os demais, e comia no refeitório, como todos os outros funcionários. A equipe a ama de paixão, pela sua humildade e por fazer parte do contexto como todos os colaboradores do Villa Michelon.
Qual foi o maior exemplo que seu pai deixou para a família? E a herança para o Município?
Para a família, além da honestidade, ele deixou o exemplo do “ser pai”, cobrando e sendo presente, mesmo com tudo o que tinha para fazer, com toda a dedicação para com a comunidade. Tenho certeza de que meu pai foi um dos líderes que mais investiu na cidade e no povo bento-gonçalvense. Claro que tem muitos outros bons, dedicados, mas meu pai era um caxiense que tinha o maior orgulho de pertencer a Bento Gonçalves.
Para finalizar, qual o conselho que você dá para a mulher que quer ser empreendedora?
Tem que ter muita força, paciência e persistência. Senão, no primeiro tombo, tu desistes. A mulher tem que superar os próprios limites e ignorar muitas coisas que vai ouvir. Eu mesma passei por momentos difíceis, tanto na Isabela, quando trabalhei com o meu pai, quanto aqui no Hotel, principalmente depois que ele partiu, simplesmente pelo fato de ser mulher. Muitos homens não acreditam na nossa capacidade. Acham que vamos colocar tudo a perder. Isso ainda existe. Por mais competência que você tenha, você sempre será mulher.