Ao fazer o enterro de meu mano Euclides, no cemitério municipal de Bento onde temos o jazigo de família já há 55 anos, fui perguntado se havia feito o recadastramento junto a municipalidade. No afogadilho respondi que sim mas logo na semana seguinte pedi para que o Eduardo se encarregasse do caso. E foi!
Informou-se e após passar pela repartição errada chegou ao lugar onde é feito o recadastramento das tumbas: Secretaria de Mobilidade Urbana.
Feito o cadastro, e parece que foi um dos primeiros, descobriu-se que será cobrada uma taxa pela utilização dos serviços públicos prestados no cemitério: muito justo.
Com isto vamos descobrir pessoas que nunca visitaram seus antepassados e nem sabem que lá no cemitério estão suas origens.
Não é uma tarefa difícil pagar taxa anual e, se não for cara demais, servirá para que alguém do mundo dos vivos se lembre que existe um lugar para onde terá que ir no futuro. É necessário saber disto.
Todas as semanas faço uma visita ao jazigo e sempre pergunto:
– “Tudo bem aí?”……
Como ninguém responde presumo que esteja tudo bem. Ainda mais que, por recomendação da Dona Blandina, todas as fotos dos mais recentes que lá estão, a partir dela e do Seu Pedro, devem estar com um sorriso no rosto. Isto dá uma sensação boa de felicidades para os que tem saudades.
Uma coisa interessante: quando depositaram a urna do mano no seu cantinho, lá no jazigo: tinha um espaço vago. Claro que não tenho nenhuma pressa mas deu uma sensação muito estranha.
O certo é que ou você irá no meu velório ou eu irei no de você e, como afirmei antes, não temos pressa.
Só não esqueçam de fazer o cadastro e pagar as taxas senão fica complicado e, de última hora… é pior. A mobilidade tá de olho!
Bem! Espero vê-los no supermercado, no açougue, no restaurante, no bar, no trabalho, na aula de Pilatis e em todos os lugares onde tem só coisa boa. Amém!