Uma nova análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 6.657, quase cinco vezes o valor atualmente estabelecido pelo governo, que é de R$ 1.412. Esse cálculo leva em conta as despesas básicas de uma família composta por quatro pessoas — dois adultos e dois filhos — considerando moradia, alimentação, saúde, educação e lazer, além de outros direitos previstos em lei.
As contas foram elaboradas com base no preço da cesta básica de setembro. Na capital paulista, a compra completa de itens essenciais custou R$ 792, o valor mais alto apurado pelo Dieese. Em contraste, a cesta básica mais barata foi encontrada em Aracaju, com um custo de R$ 506. Esses valores ilustram a disparidade no custo de vida nas diferentes regiões do país.
A pesquisa revela que, em média, um trabalhador brasileiro precisou laborar 102 horas no mês passado para conseguir o montante necessário para realizar uma compra completa de alimentos. Isso significa que, para alguém que trabalha oito horas por dia, de segunda a sexta-feira, seriam necessárias duas semanas e meia de trabalho apenas para garantir a alimentação básica da família.