Nesta sexta-feira, 19 de agosto, foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia, e para falar do assunto, nada melhor do que os fotógrafos William Camargo, César Silvestro, Priscilla Patzlaff e Christian Rodrigues, profissionais que eternizam através de suas lentes, os mais belos momentos de famílias e pessoas da região.
O interesse de William Camargo pela fotografia surgiu aproximadamente em 2014, quando comprou uma câmera gorro para registrar viagens, trilhas e esportes de aventura. “Comecei a fazer algumas fotos e postar no meu perfil pessoal do Instagram, e os seguidores e pessoas que me conheciam elogiavam muito”, conta.
Com isso, amor pela fotografia foi aumentando e, há cinco anos, decidiu comprar a primeira câmera profissional e estudar. “Sou músico desde os 12 anos, tive acesso a muitos livros, assisti filmes incríveis, fiz vários treinamentos de autoconhecimento, tive a oportunidade de conhecer vários locais lindos da nossa região e também pude conhecer histórias incríveis. Isso é que mais trago como inspiração para a fotografia, minha história de vida é a principal bagagem fotográfica”, afirma.
A frase “Você não fotografa com sua máquina, você fotografa com toda sua cultura” do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, é citada por Camargo e trazida como outra fonte de inspiração.
Para seus trabalhos fotográficos, Camargo dirige as sessões de uma forma espontânea e não pede poses. “Peço movimentos, e entre um e outro e capto aquele clique, em que a pessoa não espera, pois quando faz pose para a foto, ela trava. Por isso, trabalho com essa técnica, possibilitando uma fotografia leve e espontânea”, realça.
Atualmente trabalha com casamentos, ensaios e retratos para posicionamento de imagem baseado nos arquétipos. Além de ser professor de fotografia do Instituto Mix de Profissões e dar mentoria particular para fotógrafos que têm dificuldade em algum processo dentro da profissão. “Penso que todo mundo merece ter um retrato que comunique e mostre a sua verdadeira essência, ou que de alguma forma possa viver uma experiência fotográfica para se enxergar de um jeito que nunca se viu, mas que é você, de fato”, recomenda.
Camargo também é voluntário na Apae, Apecan e Abraçai. “É legal olhar para seu trabalho e ver que, de alguma forma, você pôde ajudar entidades, com o seu tempo e habilidade. É incrível, sempre que me convidam, participo”, valoriza.
Para o público entusiasta da fotografia, que curte fazer registros com o seu celular, e para quem precisa criar conteúdo para redes sócias, Camargo lança o curso online intitulado “Dominando a fotografia de celular”. “Nele terá aulas práticas e intuitivas, gravadas manuseando o smartphone, para o público que quer melhorar suas fotografias com o próprio smartphone”, sugere.
O fotógrafo dá uma dica para quem quer ter um futuro próspero no mercado da fotografia. “Fazer um bom trabalho com as principais redes sociais, usar muito seu networking, através dos amigos, parceiros, fornecedores. Além de estar presente e se preocupar de fato com o próximo e de que forma você pode agregar para o outro”, encerra.
Fotografias são lembranças eternas
Para César Silvestro, o interesse real em tornar a fotografia como profissão surgiu em 2014, porém, não foi algo que caiu de paraquedas, já que seu pai é fotógrafo. Entretanto, até 2014, não era algo que ele almejava fazer. “Certo dia estava na casa da minha vó, em Fagundes Varela, e achei várias fotos antigas dos meus avós. Nesse momento percebi o quanto é importe ter uma [fotografia]. No mundo acelerado em que vivemos, desconsideramos a ideia de que a fotografia é a única lembrança física dos momentos que vivemos, e que ela é um registro histórico, portanto, não é algo para hoje ou amanhã, é algo que deve ser valorizado, pois daqui a 30 anos podemos reviver aquele momento apenas olhando uma foto”, ressalta.
Seu estilo tem por característica mostrar as pessoas como elas são, por isso, gosta muito de fotografar o que está acontecendo, com o mínimo possível de fotos posadas. “Na grande maioria dos casos, elas não são modelos, nunca tiveram treinamento para poses ou de como se comportar diante da câmera, então eu explico que eles precisam ser autênticos, normalmente eu vou dar as direções para eles seguirem e que podem ficar tranquilos sobre o andamento do ensaio. Caso exista a possibilidade, conforme vou fotografando, mostro algumas imagens e explico coisas, é perceptível como isso faz diferença para quem é mais travado”, revela.
De acordo com o fotógrafo, fazem alguns anos que ele, raramente, olha alguma fotografia com a intenção de buscar referências. A maior inspiração de Silvestro são as pessoas. “Prefiro tentar entender o que o cliente quer e precisa para ele ter a melhor experiência possível dentro do evento ou ensaio, não pode ser algo com uma receita pronta. Os acontecimentos nunca são iguais, cada pessoa com suas vivências e experiências fazem dos eventos um grande show, cada um com uma história diferente”, destaca.
Em sua visão, a fotografia é algo para as pessoas recordarem os momentos, mas também que outras possam vivenciar aquele dia apenas olhando uma boa foto. “É possível fazer uma leitura e saber o que aconteceu naquele exato momento, e é isso que tento passar”, pondera.
A dica mais valiosa, segundo Silvestro, é parar de procurar receitas prontas. “Algumas coisas funcionam, mas não é sempre que vai funcionar, e nesse momento você precisa estar preparado para fazer diferente, você pode quebrar as regras da fotografia desde que quebre sabendo o que é e porque está fazendo isso. Então, o ideal é buscar se aperfeiçoar, melhorar, encontrar seu estilo e, assim, vai estar feliz fazendo o seu trabalho, e o cliente vai estar feliz porque vai perceber isso”, encerra.
Dose dupla
Priscilla Patzlaff e Christian Rodrigues da Silva são fotógrafos e pais da Antonella, de 4 anos. Hoje, o casal trabalha no seu próprio estúdio, mas nem sempre foi assim. Priscilla já trabalhava com fotografia quando conheceu Christian, que tem formação dentro da gastronomia. “Quando conheci a ‘Pri’, eu havia acabado de sair de um restaurante. Ela trabalhava sozinha quando começamos a sair, e surgiu a necessidade de ajudá-la com a grande demanda de ensaios que ela teve em 2018. Foi nesse período que comecei a me interessar mais por esse ramo profissional”, conta.
Para Priscilla, a profissão encanta pela delicadeza, e foi por isso que ela resolveu se dedicar a esse mundo das lembranças eternas. “Em um dia, acompanhei minha afilhada em uma sessão de fotos em um estúdio, era tudo muito bonito de se ver, e comecei a estudar para isso, me formei e em algum tempo depois, trabalhei no mesmo estúdio que me inspirou a fotografar”, comenta.
Atualmente, em seu estúdio próprio, o casal tem experiências e emoções diferentes na fotografia, e que se complementam, como uma equipe que realmente funciona e dá certo. “Descobrimos a necessidade de nos conhecermos e também de construir um futuro melhor para nós e para nossa filha, e conseguimos isso juntos, depois de quatro anos de trabalho, amor e amizade”, lembra. Christian gosta de trazer uma nova perspectiva através da edição de fotos, enquanto Priscilla fala da relação que cria com as famílias, como sua motivação diária. “Tenho clientes que viraram meus amigos, e famílias que já fotografaram o crescimento do seu primeiro filho e também dos outros que vieram. A entrega que fazemos e a experiência no dia a dia que recebemos é surreal”, narra.
Com o foco do trabalho em bebês, gestantes e famílias, Priscilla e Christian se dedicam muito à uma boa comunicação para eternizarem os melhores momentos aos seus clientes. “A conversa é a base de tudo. Criamos uma relação com o cliente desde o momento em que recebemos uma mensagem, a forma como nos comunicamos precisa ser muito leve e descontraída, mas também profissional. Sempre conversamos sobre assuntos que sejam confortáveis para ambos, assim fica mais fácil de desenvolver o ensaio, e isso faz com que tirar fotos não seja tão assustador como muitos pensam que é”, comentam.
Para exemplificar melhor, nada que uma história marcante na vida dos fotógrafos, para relembrarem diariamente o motivo de suas escolhas profissionais. “Em 2018, atendemos uma cliente, a Thaís, fotografei ela durante a sua gestação, registrei e acompanhei todos os meses de crescimento do Davi, seu primeiro filho. Desenvolvemos uma comunicação muito grande. A Thaís se tornou uma cliente muito querida. Hoje, em 2022, eu e o Chris somos dindos da Olívia, a segunda filha dela. Depois de tantos anos, nossa relação de cliente e profissional se tornou mais próxima e evoluiu ao ponto de estarmos ligados familiarmente. São histórias como essa que fazem nós nos dedicarmos cada vez mais ao nosso trabalho, isso faz com que as coisas pareçam ainda mais mágicas”, conta Priscilla.
Para os apaixonados por fotografia e que pensam em seguir carreira profissional, o casal conta que os ingredientes para um futuro próspero são simples, mas exigem muito amor e dedicação. “Com o tempo, você percebe que existem coisas que vão acontecer, que o estudo vai te abrir muitos caminhos, experimentar coisas novas e diferentes experiências dentro da fotografia. Encontrar seu nicho e ter muitos equipamentos não é uma prioridade para quem está no começo, o início é bom porque te faz sair da zona de conforto, você não precisa correr contra o tempo e muito menos entregar trabalhos impecáveis logo de cara. Você só precisa gostar do que faz e saber que pode se dedicar cada vez mais a isso. O trabalho dos fotógrafos vai além da famosa expressão ‘é só apertar um botão’. Existem milhares de coisas por trás. Uma simples foto tem um tempo de preparo muito antes de ligar a câmera, existe uma equipe disposta a te ouvir e registrar os melhores momentos com você. Nós não fornecemos um ensaio, é uma experiência que vai ser lembrada para o resto da vida”, finalizam.