Nesta quarta-feira, 25, comemora-se o dia do profissional que proporciona uma alimentação de qualidade e saudável à população
Hoje, 25 de agosto, no Dia do Feirante, destaca-se o profissional que leva sabor e saúde à mesa das pessoas. A busca por proporcionar alimentos frescos e que caibam no bolso do consumidor é incessante e faz diferença no cotidiano da população.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Cedenir Postal, essa é uma profissão importante e que gera emprego e renda para os agricultores da região, levando alimentos mais baratos, de qualidade e saudáveis. Ele ressalta que a população deveria consumir mais nas feiras do município. “Para fazer a economia local girar, o dinheiro ficar na cidade, além da valorização do trabalho de quem produz e vende. Isso é fundamental”, salienta.
O sindicato tem apoiado os feirantes nos contratempos do dia a dia. “Tivemos um problema, há pouco tempo, quando trancou as feiras e eles eram impedidos de vender. Foi feita uma ação e fomos vitoriosos nesse sentido, de podermos continuar a venda. No que precisarem, estamos de portas abertas para atendê-los”, pontua.
Postal ainda diz que um dos empecilhos, atualmente, é o custo de produção. “Aumentou de uma forma assustadora, principalmente no último ano. Também temos aqui uma dificuldade de não ter um espaço coberto, hoje a feira é a céu aberto. Em dias de calor e de chuva é ruim”, sublinha.
O cotidiano de um feirante
O feirante Gilmar Cantelli é produtor orgânico e acredita que o seu papel é importante. “Dar segurança alimentar. Nós estendemos os produtos que comemos para as pessoas”, destaca. O agricultor segue a profissão desde 1997, quando saiu de uma empresa de transporte e decidiu se dedicar em cultivar na terra onde morava para vender na feira.
Uma das atribuições de quem trabalha nas feiras livres, segundo Cantelli, é conseguir oferecer mais diversidade ao consumidor. “Eu, por exemplo, ofereço praticamente 50 produtos diferentes durante o ciclo de um ano. Dá para fazer com que o cliente possa suprir todas as suas necessidades alimentares, encontrando de tudo dentro das sazonalidades do ano”, frisa.
O agricultor diz que seu trabalho não é cansativo, mas divertido. “A interatividade que a gente tem, as brincadeiras que fazemos, as conversas, os desabafos dos clientes, que às vezes vêm conversar sobre assuntos particulares sobre família, profissão, questão financeira e política. Se torna um momento de descontração e socialização”, relata.
Embora goste do que faz, ele afirma que encontra algumas contrariedades. “Temos alguma questão da política, às vezes as dificuldades em função das mudanças nos rumos das coisas e acabamos, de certa forma, tendo problemas com isso. Muitas vezes o clima também nos pega de surpresa com muita chuva, estiagem, frio ou calor. Para nós, produtores orgânicos, às vezes falta um pouco de assistência técnica para produzir. Quando enfrentamos problemas, não temos com quem compartilhar, com quem tenha experiências e uma caminhada nisso, na parte técnica”, pondera.
Apesar de semelhantes, há algumas diferenças dos alimentos comercializados em mercados. “O pessoal das feiras usa o produto de forma praticamente artesanal, porque eles não têm isso em uma escala comercial, mas de subsistência. O agricultor não planta em grande quantidade, isso faz com que não use tanta adubação, química, insumos. Na feira o produto é fresco, eu colho na terça de manhã, de tarde está na mão do consumidor e de noite já pode ser consumido. Os das feiras matinais são colhidos em um dia e vendido no outro de manhã”, destaca.
A feirante, Susana Longo Gheno, começou na profissão desde nova. “Trabalhava ainda com meu pai e minha mãe, eles também eram feirantes e vendiam frutas e verduras. Agora tenho flores, plantinhas para comercializar. Meu marido vende verduras na feira. Trabalhamos eu, ele e meu filho de 18 anos”, conta.
Ela realça que já tem os clientes fiéis, que vão todos os sábados comprar os produtos vendidos pela família. “Os alimentos são fresquinhos, colhidos na sexta-feira. O trabalho não é cansativo, é bem tranquilo. Para mim não tem dificuldades, porque faço o que gosto”, conclui.
Foto: Thamires Bispo