Semanalmente, diversos produtores comercializam seus itens nas feiras que ocorrem no município. Dia do feirante, lembrado na sexta-feira, 25, presta homenagem aos que atuam nesta área
Arar a terra, plantar, cuidar, produzir e colher, tudo feito com muito carinho. Assim é o dia a dia de diversos agricultores da região, que provém da terra seu sustento e o de milhares de pessoas. Muitos deles atuam como feirantes nas feiras realizadas semanalmente no município e, para celebrar o Dia do Feirante, lembrado na sexta-feira, 25, compartilham histórias de cuidado, amor e dividem boas lembranças da profissão.
A data é uma homenagem à primeira feira livre que ocorreu no país, em 25 de agosto de 1914. Tal evento aconteceu no Largo General Osório, no bairro Santa Efigênia, em São Paulo e, desde lá, é celebrada todos os anos. “O Dia do Feirante representa encurtar as cadeias entre o produtor e o consumidor em cidades grandes. Principalmente nas capitais, tem a profissão de feirante que são pessoas que compram direto dos produtores ou nos grandes centros de distribuição, como o Ceasa e vendem na feira todos os dias. No nosso caso, aqui, são os produtores que produzem e vendem direto ao consumidor”, comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto Bandeira, Cedenir Postal.
O dirigente sindical enfatiza que a entidade sindical procura sempre caminhar lado a lado com o feirante.
“O sindicato faz parte do conselho da feira livre e procura estar sempre envolvido na nas demandas, principalmente levando as reivindicações junto ao Poder Público e sugerir melhorias que auxiliem no dia a dia”, ressalta.
Vida na feira
Postal é feirante há quase 30 anos. “Foi em 1994 que despertou em mim o interesse em participar, em vender diretamente para o consumidor. No início tudo era feito de forma mais amadora, porém agora,
em nossa propriedade, programamos as produções para que sejam constantes e que em cada época do ano tenham culturas diferentes”, explica.
Ele aponta que mais do que comercializar os itens, o espaço é um ponto de encontro. “Hoje não me vejo não conseguindo ir vender na feira. É lá que a gente cria vínculos, faz amizade, conversa, e também é importante, como presidente do sindicato, estar presente, pois é lá que se tem um termômetro dos quatro distritos e também dos municípios que compõem a entidade sindical. É na feira que a gente consegue conversar com todos, porque o dia a dia é corrido e, muitas vezes, não se consegue
estar em todos os lugares”, esclarece.
Hoje não me vejo não conseguindo ir vender na feira. É lá que a gente cria vínculos, faz amizade, conversa, e também é importante, como presidente do sindicato, estar presente.
Cedenir Postal
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares
Roberto Parisotto também é um dos integrantes da feira livre. Tudo que sabe, aprendeu com seu pai. “Foi ele quem iniciou a atividade, há quase 40 anos. Hoje já é falecido, mas continuo a feira como ele fazia. Vendemos massas congeladas, feitas em nossa agroindústria, frutas como uva, laranja, pêssego, tudo direto ao consumidor”, conta.
Ele acredita que, apesar de exaustivo, tudo é recompensador. “Ser feirante, para mim, não é tanto para ir lá e ter um retorno financeiro, mas, sim, as amizades que você faz. Muitas vezes, a gente acaba criando um vínculo com os clientes, e alguns deles nem vão para comprar, mas, sim, conversar. Você vai receber o carinho deles, ser conhecido
às vezes na rua e isso é muito gratificante. Acho que esse é exatamente o valor de ser feirante, que é ser reconhecido por tudo que a gente faz e pelo que a gente fez”, aponta.
Há quase 40 anos, Suzana Longo Gheno também começou a fazer feira. Ela enfatiza que ama o que faz. “Para mim, a feira significa tudo de bom, tenho vários clientes que eu adoro e que são muito fieis, além de ganhar um dinheiro que nos ajuda bastante. Nós vendemos frutas, verduras, mudas de flores, plantas e também flores de corte”, conclui.