Juiz Kauê Ramello Silveira, federado pela FGFS e atuante em Bento Gonçalves e região, explica os detalhes de uma profissão que busca justiça dentro das quatro linhas
Em 11 de setembro é comemorado o Dia do Árbitro Esportivo, um profissional que eleva sua paixão pelos esportes a um nível altamente técnico, para se fazer valer das regras da forma mais justa possível. O conhecido juiz, no Brasil, está presente em muitas áreas, sempre vistoriando e intervindo quando necessário. Kauê Ramello Silveira é um desses profissionais, que se apegou tanto ao amor pelo futebol que passou a se dedicar com o regulamento mais correto dos jogos. Atualmente, ele atua na região de Bento Gonçalves e demais localidades do Rio Grande do Sul, como árbitro federado da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS).
Da paixão a arbitragem
Para diversos jovens brasileiros, a idolatria pelo futebol e futsal é comum. Muitos pensam em seguir seu caminho no esporte, desde muito novos. Silveira não foge dessa estatística e afirma acreditar que muitos dos árbitros iniciam na carreira por conta dessa paixão. “No meu caso, sempre fui apaixonado pelo futebol, desde pequeno. Joguei em categorias de base no Esportivo e em Itajaí, no Marcílio Dias. Depois da adolescência comecei a trabalhar, mas continuei sempre amando o esporte”, lembra.
Deixar de seguir uma carreira como jogador não fez com que ele se afastasse totalmente daquilo que gostava, pois em 2012 surgiu um convite para que ele ingressasse em uma empresa de arbitragem de Bento Gonçalves. O diretor da Inovação Arbitragens, Márcio Silva, viu o potencial do rapaz, com 24 anos à época, para que iniciasse no ramo. Silveira começou como assistente, o famoso bandeirinha. “Pelo fato de na adolescência ter jogado futebol, até meus 19 anos, facilitou muito algumas interpretações em quadra e em campo”, explica.
No ano seguinte, ele fez o curso da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) e, com isso, voltou a ficar mais próximo do que ama. Desde então, o árbitro segue apitando jogos profissionais pela Liga Gaúcha, como Série A, B e C, além de competições amadoras, como Citadino, Liga BG, entre outras, em Bento e região. “Tem que ter muita coragem e amor pela profissão”, comenta.
Rotina e história
Silveira, com cerca de 200 partidas apitadas, ainda precisa viver uma dualidade em sua vida profissional. Mesmo remunerado pelos confrontos em que arbitra, ele mantém um cargo fixo na Sul Móveis Transporte, como analista de logística. Essas atividades simultâneas exigem preparo, pois em pequenos intervalos de tempo, durante a semana, o árbitro precisa praticar seu condicionamento físico e estudar regulamentos para se manter atualizado.
A arbitragem é mais comumente requisitada nos finais de semana, momento em que ele precisa deixar a família para percorrer quilômetros pelo estado, para estar mais próximo do tão querido futebol. “É uma profissão muito bacana, com grandes desafios. Precisa de aptidão física, controle emocional, aplicação de regras, estudos regulares, desenvolvimento técnico, aprimoramento constante e paixão”, enumera.
Apesar de ter atuado em 16 cidades diferentes, somente neste ano, Silveira lembra de um jogo da Série A do Gauchão de Futsal, em 9 de julho, que foi desafiador apitar. A disputa era entre o Guarani e AFUCS. “Um grande clássico regional, com clima quente, expulsões, jogo pegado, torcidas rivais acirradas”, menciona.
O juiz também define duas estreias como marcos de sua carreira, na Série Prata, em 2015, e na Série A, em 2021, nas quais atuou ao lado de Peter Maia, uma referência para o profissional. Com currículo em expansão, atuando em todo o estado, Silveira ainda possui grandes objetivos pela frente. “No momento, não sou do quadro nacional, mas tenho como meta apitar jogos pela Liga Nacional de Futsal”, anseia.