Amanhã, 8 de maio, comemora-se o Dia das Mães. Ser mãe pode até ser considerado um dom, pois ela é uma mulher que ama os filhos incondicionalmente, e naturalmente ensina, inspira, encoraja, apoia e cuida. A frase ‘mãe é tudo igual’, na maioria dos casos, é verdadeira, pois elas agem de forma parecida, defendendo, com todos os recursos, o ser humano gerado em seu ventre.
As histórias de Rejane, Marli e Luana retratam a força de uma mãe, e o que ela é capaz de fazer pelos filhos. Seja de primeira viagem ou com muita experiência, esse amor não pode ser explicado.
Sonhos existem para serem conquistados
A empreendedora Marli Rodrigues Miranda tem 46 anos e se tornou mãe aos 20. Ela diz que a partir desse momento, entendeu que não era mais sozinha. “Tudo, dali em diante, era consequência dos meus atos para com meu filho, que me observaria cada passo e gestos, formando um caráter e personalidade. Resolvi que daria bons exemplos e que dificultaria ao máximo as coisas para que quando tivesse que enfrentar situações difíceis, achar fácil”, conta.
A partir disso, ela foi se superando todos os dias para que os dois filhos aprendessem com amor, e não nos momentos de dor. Os principais ensinamentos que se preocupou em transmitir foi sobre honestidade e gratidão. “Hoje os vejo fortes e determinados”, reconhece.
O primogênito Jhonny Miranda, de 26 anos, escolheu seguir os mesmos rumos profissionais que a mãe e hoje se tornou consultor financeiro. “Me sinto orgulhosa de ele seguir a minha profissão e sei que tem muito a aprender, mas vejo que a educação na linha de nunca facilitar as coisas para ele hoje está lhe fazendo um excelente gestor. Preparei meu filho para vida”, realça.
O filho Jhonny afirma que trabalha com o crédito consignado desde os 16 anos, mas que realmente começou a acompanhar pessoalmente o trabalho aos 20. Antes disso, trabalhou em outros locais para ter experiência. “Como sempre estive em torno e conseguia me ver na função de atender os clientes e digitar contratos, vi que aquilo me completava, me fazia sentir parte de algo maior e sabia que se fizesse bem feito, conseguiria atingir outros patamares, como ter uma loja só minha, como é há quatro anos”, expõe.
Dentre os vários aprendizados que Marli transmitiu, ele consegue ver que foi desenvolvido em conjunto a perseverança e a resiliência. Vindos de São Luiz Gonzaga, a família possui muitas cidades no currículo até chegar em Bento. “Sempre com muito trabalho e empenho chegamos onde estamos. Minha mãe sempre foi um grande exemplo de mulher batalhadora e guerreira. A nossa ‘baixinha invocada’ nunca mediu forças para nos ensinar que o mundo não é fácil, e nunca será. Por vezes dura, mas todas as vezes correta e com coração gigantesco, nos mostrou que amar não é só facilitar, mas ensinar que ninguém nos dá nada de graça, se não corrermos atrás, não virá de mão beijada”, reconhece.
Sentimento que dá forças para lutar
Rejane da Rocha Pires se tornou mãe aos 23 anos. Hoje, com 54, tem lembranças vívidas de como foi a chegada de cada um dos quatro filhos. Na primeira, a Camila, ela explica que mudou totalmente a rotina por conta dos cuidados com o bebê. “Tive que me dedicar mais para ela do que para mim”, lembra.
Um fato impactante é a memória de Rejane ao ver a filha pela primeira vez. “Até hoje, quando vejo alguma grávida, sempre digo que quando a gente vê o rostinho deles, aprendemos o que é amor de verdade”, ressalta. A dona de casa também diz que achava a bebê uma boneca. “Cada dia aquele amor crescia, ela ficava mais linda, era muita felicidade. Diziam para não dar muito colo para a neném não ‘pegar balda’, mas lembro que não conseguia. Sempre que podia, estava com ela nos meus braços”, rememora.
Com os demais filhos, Carine, Bruna e Willian, não foi diferente. “Não muda de um filho para o outro, foi parecido. Vamos pegando mais experiência, mas o amor é o mesmo, não tem como mudar. Aquela expectativa de ver o rostinho, de conhecer o bebê, é a mesma coisa”, garante.
Esperança de uma mãe
Quando Willian fez dois anos, passou por um problema de saúde que o tornou uma criança especial. Essa foi um momento de dor para o coração da mãe. “Foi muito rápido, quando descobrimos o estreitamento da traqueia ele foi para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), deu a parada cardíaca, ele teve que ser entubado e aconteceu essa tragédia”, lembra.
A preocupação era grande e Rejane salienta que viveu dias de desespero e fé. “Eu orava muito, que Deus não tirasse ele de nós, porque a situação era bem crítica, era um sofrimento grande. Depois de muito tempo a gente consegue viver tudo isso, mas é triste que aconteceu tudo aquilo com ele, que poderia ter sido evitado”, relata.
Depois do sufoco e aflição vividas há cerca de 18 anos, a mãe destaca que o caçula foi um presente de Deus. A dona de casa diz que seu objetivo era ter apenas três crianças. “Até a terceira gravidez foi planejada, a gente queria ter. Não era nosso plano ter o Willian, só que ele preenche minha vida diferente das outras, porque ele tem 20 anos hoje e está sempre comigo, como se fosse uma criança. Apesar de ter acontecido tudo isso, que ele ficou especial, que ele não caminha e nem faz nada sem ajuda, hoje em dia não é mais um sacrifício ir com ele na fisioterapia e nos demais atendimentos”, assegura.
Em janeiro de 2019, a família começou uma campanha para levar o Willian para fazer um tratamento fora do país. Segundo a mãe, a força para alcançar a meta veio de muita oração. “Sempre tenho esperança que ele vai melhorar cada vez mais. Vimos a comunidade toda nos apoiando, dava mais ânimo ver tanta gente lutando”, conta.
A respeito dos ensinamentos que fez questão de passar aos quatro filhos, Rejane frisa a honestidade. “Que eles têm que orar bastante, pedir a direção de Deus e andar sempre no caminho certo. Gosto também de ter a família unida, geralmente no final de semana almoçamos juntos e sempre ajudamos um ao outro”, menciona.
Desde o primeiro dia, um turbilhão de sentimentos
A personal organizer Luana Borges, de 29 anos, é mãe de primeira viagem. Ela vive a gestação do primeiro filho e lembra que quando descobriu, ficou realizada e também com medo. “Um turbilhão de sentimentos, sempre foi meu sonho ser mãe”, rememora.
Ela salienta que já na gravidez, o cotidiano mudou muito. “Não é mais a mesma aquela rotina de festas. A gravidez virou a prioridade para mim, cuidado com alimentação e o consumo de álcool que eu já tinha mudado fazia um tempo. A mudança do nosso corpo é linda de se ver, de sentir”, enfatiza.
A personal frisa que os aprendizados iniciaram desde o primeiro dia, pois percebeu que não há como ter controle sobre aquilo que que vai acontecer. “ Não é a gente que programa as coisas, elas acontecem na hora certa. Quando tem um serzinho ali que já depende de ti e que vai depender por muito tempo, a gente aprende a dar valor às coisas mais simples que temos na vida, aprendemos a escolher o que realmente precisamos. Na hora, descobrimos o maior amor da nossa vida, é um sentimento que jamais terá explicação”, confessa.
Conforme Luana, desde o surgimento da gravidez e quando nascer a prioridade não vai ser mais ela, e sim o Bernardo, nome escolhido para o bebê. “Nunca mais estarei sozinha, porque vou ter o amor da minha vida sempre comigo. Ser mãe é algo que só quem é sabe, às vezes todas nossas palavras são embaralhadas porque não sabemos explicar direito tudo que passamos, tudo que mudamos por eles desde que são um feijãozinho crescendo dentro de nós”, finaliza.
Fotos: Arquivo Pessoal