Uma pesquisa recente realizada pelo Conselho do Ministério Público em conjunto com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e a Universidade Santo Amaro revelou um panorama complexo sobre a percepção das vacinas entre os brasileiros. Embora a maioria reconheça a importância das imunizações para a saúde pública, ainda persistem obstáculos significativos devido à desinformação propagada, especialmente em plataformas digitais como redes sociais e WhatsApp. A pesquisa foi conduzida entre janeiro e fevereiro, envolvendo três mil pessoas de todas as regiões do Brasil.
Segundo os dados coletados, 21% dos entrevistados admitiram já ter decidido não se vacinar, ou não vacinar seus filhos, após terem acesso a informações negativas sobre vacinas em redes sociais ou no WhatsApp. Além disso, metade dos participantes relataram ter recebido conselhos de conhecidos, amigos ou parentes para evitar as vacinas do calendário básico do Ministério da Saúde.
Entre os motivos citados para a resistência, 27% manifestaram medo das vacinas, enquanto 19% expressaram preocupações quanto à segurança dos imunizantes. Entre aqueles que têm receio, a maioria mencionou o temor de efeitos colaterais, e 22% mencionaram o desconforto com a aplicação da vacina em si.
Reconhecimento da Importância das Vacinas
Apesar dos desafios, a pesquisa também revelou dados encorajadores: 90% dos participantes reconhecem a importância das vacinas para a saúde pública, destacando seu papel fundamental na prevenção de doenças. Adicionalmente, 70% dos entrevistados afirmaram confiar nas vacinas disponíveis no calendário de imunização.
A disseminação de notícias falsas foi identificada como um dos principais fatores contribuintes para a queda na cobertura vacinal no país. Para 54% dos entrevistados, a propagação de informações enganosas tem impactado negativamente a confiança e a adesão às vacinas.