A Força-Tarefa instalada em Bento Gonçalves para apurar os 50 casos de homicídios ocorridos na cidade durante o ano foi finalizada na tarde desta quinta-feira, 13. Durante entrevista coletiva à imprensa, a coordenadora da equipe, delegada Daniela Mineto, explanou os números do trabalho realizado por ela e sua equipe durante os últimos meses.
Para a responsável pela condução das ações, a avaliação é positiva após a finalização dos trâmites. Conforme a delegada, durante o período foram solicitadas 18 prisões preventivas, destas, sete foram deferidas e quatro cumpridas, além de três prisões em flagrante, a captura de um foragido da Justiça, 46 mandados de prisão e apreensão cumpridos, 27 indiciamentos realizados, 33 procedimentos remetidos, além da apreensão de cinco armas de fogo. No relatório apresentado contam também uma apreensão de adolescente, três enquadramentos de menores infratores e duas representações de internação provisória. “O trabalho foi além das expectativas”, garante.
Questionada sobre as principais dificuldades encontradas ao longo da força-tarefa, a delegada explica que a ausência de testemunhas que realizassem formalmente as denúncias foram alguns dos obstáculos, visto que, segundo Daniela, a maioria dos casos está ligada ao tráfico de drogas. “As pessoas temem muito esses grupos de criminosos que estão na cidade, o que dificulta a realização de denúncias”, pontua.
Para Daniela, mesmo batendo os recordes nos números de assassinatos, Bento Gonçalves não pode ser considerada uma cidade violenta. “Eu diria que ouve um “surto” de criminalidade e por isso estivemos combatendo esses delitos para que Bento não venha entrar nesse rol dos municípios violentos, visto que a cidade é próspera, tendo sua renda baseada no turismo. Nós acreditamos que com essa incursão policial no combate à criminalidade, em 2019, a segurança local deverá estar garantida”, ressalta.
Indagada sobre a queda no número de assassinatos no mês de dezembro, a delegada acredita que a presença da polícia nos bairros tenha sido o principal fator para a redução. “Eu acredito que a presença policial, principalmente onde há violência mais deflagrada faça com que isso seja coibido”, explica.
Ações futuras
Em reunião com o delegado regional, em Caxias do Sul, a coordenadora da Força-Tarefa em Bento Gonçalves disse que durante o encontro foi exposto ao responsável que os trabalhos tenham continuidade, no sentido de que haja um combate específico nos crimes de homicídio. Entre as alternativas apontadas pela delegada está a implantação de uma delegacia especializada para investigar os crimes.
Porém, segundo ela, a sugestão pode levar algum tempo para que saia do papel, pois depende de outros fatores que não estão sob sua alçada. “É uma sugestão nossa. Isso demanda muitas questões de efetivo, verbas. Algo que precisa ser planejado”, garante.