Como dissemos, e é notório, o Prefeito Guilherme Pasin afastou-se da Prefeitura, a convite ou em colaboração a campanha presidencial de Ana Amélia Lemos, vice de Alckmin, e apoiou o Governador Eduardo Leite. Para deputação federal apoiou Jeronimo Goergen, que fez poucos votos em Bento e ficou chateado, e Pedro Westphalen, que se elegeu. Fez vistas grossas para a candidatura de Paulo Caleffi, do tipo “não te apoio mas também não tenho nada contra” e, após dar um chega pra lá na candidatura de Moisés Scussel, que o defendeu com unhas e dentes na Câmara tipo kamikaze, jogou com convicção suas forças na eleição de Eduardo Viríssimo para deputado estadual.
O resultado eleitoral não foi bom. O candidato do PMDB, José Ivo Sartori, a quem Pasin em tribuna publica fez “juras de amor”, fez 32.485 votos e o candidato do Prefeito, Eduardo Leite fez 21.252 votos, em Bento. Pasin foi perdedor também nas candidaturas a deputado estadual. Seu candidato Viríssimo fez 12.326 votos em Bento contra 11.937 votos obtidos por Alcindo Gabrielli, do PMDB, partido de oposição (?) que não contou com a máquina pública (equipe de trabalho) e apoio do Prefeito. Soma-se a isso o fato de Dentinho, do Novo, ter feito 3.970 votos em Bento e Moisés Scussel 2.827 votos em Bento. Essa votação reforça a tese de que o Prefeito se deu mal nas candidaturas a deputado estadual. Para deputado federal Paulo Caleffi fez 18.777 votos em Bento, o que o credencia, sem dúvidas, a disputar a Prefeitura nas próximas eleições municipais, situação contrária aos anseios de Pasin. Para Presidente, o candidato do coordenador da campanha no estado Guilherme Pasin, levou um banho. Bolsonaro fez 50.294 votos, Haddad fez 7.729 votos, Ciro Gomes fez 4.533 votos e Alckmin fez apenas 2.760 votos. Após proclamados os resultados o Prefeito deve ter se perguntado “que Rei sou eu?”, questionamento que o levou a fazer mudanças básicas, para melhor, em busca de melhores resultados de gestão e políticas no cenário municipal.
Definiu seus favoritos a disputar a prefeitura pelo seu Partido, o PP, e agora busca um consenso ou seja, a união de todos os partidos por Bento, desde que, é claro, o candidato a prefeito seja do PP. Em política pode-se chamar de um frentão, que visa também enfrentar as possíveis candidaturas de Paulo Caleffi, Alcindo Gabrielli (César Gabardo?). É uma especulação que tem sua lógica.
Os resultados das urnas não foram favoráveis a Pasin no entanto, a vitória de Leite e a designação de seu secretariado, bem como a definição do Ministério de Bolsonaro, foram positivos aos interesses do Prefeito e de Bento. Osmar Terra, que esteve, por duas vezes, em visita ao Semanário, é uma pessoa íntegra e capaz, ele assumiu o Ministério da Cidadania, de onde proverão verbas interessantes para os Municípios. Considere-se que Terra é do MDB, partido presidido por Gabrielli, que terá interesse em trazer recursos para Bento, pois Terra é familiar por aqui. Ana Amélia Lemos, que andou conversando com Bolsonaro criando a expectativa de ser Ministra, acabou sendo nomeada pelo governador Leite para Secretária, representando os interesses do Estado lá em Brasília. Com isso, Pasin e Bento ficaram beneficiados, pois com a estreita ligação de Ana Amélia com o Prefeito, certamente representará em Brasília também os interesses de Bento, do prefeito e das lideranças, junto a todos os organismos federais. O ministro Onyx, da Casa Civil, fez mais de 4 mil votos em Bento. Ele é do DEM, partido aqui em Bento presidido por Adroaldo Dal Mass, coligado com Pasin. Pelos votos que fez e o fato de estar coligado vai certamente dar atenção especial a Pasin e ao Município.
Soma-se a isso o fato de, no discurso de posse, o novo Ministro da Economia, ter anunciado a aplicação de política de apoio aos estados e municípios, que estão em dificuldade. Estas circunstâncias todas e mais o fato da grande identificação de Pasin com Leite, ou de Leite com Pasin, até a barba é parecida, levam a supor que os dois anos restantes de Pasin na Prefeitura serão beneficiados com recursos e atenções especiais tanto no nível estadual como federal. A grosso modo e usando expressão chula, pode-se dizer que Pasin “não plantou bananeira no asfalto”. Muito embora nos preocupe o fato de nossos índices não serem favoráveis em termos de qualidade de vida, segurança, estradas, qualificação profissional, desenvolvimento industrial, controle de migração, inclusão social, necessidade de creches, transporte melhor dimensionado, circunstâncias que devem ter influenciado no resultado eleitoral em Bento, o Município deve festejar as equações politicas estabelecidas porque são promissoras. O Prefeito Pasin “flutuará” junto ao Governador Leite e junto ao Presidente Bolsonaro através de Ana Amélia Lemos, o que deverá contribuir, inclusive, para sua ascensão política.
O SENADOR HEINZE
Minha análise política passa pelo Prefeito Pasin, como passou, pelos Senadores eleitos, Heinze e Paim, pelo Governador eleito Eduardo Leite, por Ana Amélia Lemos, pelo Ministro Onyx e pelo eleito Presidente Jair Bolsonaro. Durante a campanha eleitoral eu me deslocava, em Porto Alegre, de carro, do Shopping Iguatemi até o Beira Rio. Minha trajetória foi interrompida, por instantes, no Moinhos de Vento, por uma manifestação política, com distribuição de panfletos e tudo mais. Observei um candidato na caçamba de uma Saveiro, cumprimentando e falando ao público. Sem saber quem era, passei pelo candidato, havia respeito sem a interrupção do trânsito, e vi tratar-se do candidato a Senador Luiz Carlos Heinze. O conhecia por imagens, julguei anti-politicas, sisudo demais, pensava, mas ao vê-lo em campanha mudei de opinião e arrisquei dentro do carro um palpite “vai se eleger”. Acabou o espaço, voltarei sobre o assunto na próxima coluna. Até.