De acordo com especialista, o aumento ser devido a alta da gasolina, taxas de energia elétrica e gás de cozinha
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), os custos de vida no Brasil estão cada vez menores. O documento observa uma inflação de 0,32%, o que resultou no menor valor para o mês de fevereiro desde o ano 2000. Com isso, o primeiro bimestre do ano registra uma inflação de apenas 0,61%, o menor percentual para o período desde a implantação do Plano Real, nos anos 1990. Porém, de acordo com o Instituto de Pesquisas Econômicas Sociais (IPES), da Universidade de Caxias do Sul (UCS), o panorama positivo deve mudar, pois embora os preços na Serra Gaúcha demonstrem queda estabilizando os custos de vida da região, devem voltar a crescer ainda este ano.
Conforme o professor pesquisador do IPES, Mosar Leandro Ness, o decréscimo no valor das tarifas se deve “ao Banco Central controlar a subida dos preços com base em uma política monetária contracionista, elevação da taxa básica de juros e redução das linhas de crédito”. Ele ainda adverte, “isso fez a inflação aumentar mas trouxe junto o desemprego e com ele toda sorte de problemas sociais relacionados. De qualquer forma, podemos afirmar que os preços estão em queda, mas, nesse ano deverão voltar a subir, principalmente o preço dos alimentos”, ressalta.
Para explicar o fenômeno da desinflação, Ness lista os seguintes fatores: política monetária restritiva, uma safra agrícola favorável e a queda do poder aquisitivo da população que acabou por “associar-se” e contribuir para a queda do nível de preços.
Quanto aos custos relacionados a cesta básica, o economista observa que não houve um acréscimo, mas um decréscimo. Sobre os gastos médios das famílias, o professor traça um paralelo entre Bento e Caxias e apresenta o que mais consomem gastos do cidadão. “Os maiores vetores são: Habitação com 27,7%, alimentação 18,4%; saúde e higiene pessoal 14,07%, transportes 14,0%; vestuário 11,5%; educação, leitura e recreação 7,5% e despesas diversas 6,9%”. Ele ainda aponta um estudo, com base nestas áreas, os subgrupos que tiveram uma elevação no último ano: “Habitação com 3,41%, alimentação 2,16%; saúde e higiene pessoal 1,71%, transportes 1,63%; vestuário 1,50%; Educação, leitura e recreação 0,90% e despesas diversas 0,84%”. Como se pode observar o subgrupo habitação contribuiu para a elevação do índice, já o subgrupo alimentação, ajudou a manter a alta de preços”. Quanto a deflação, ele sinaliza “a queda dos preços se esta persistir, pode tornar a recuperação econômica mais demorada”, enfatiza Ness.
Sobre um provável aumento no custo de vida, o professor pesquisador aponta fatores, como a alta da gasolina, taxas de energia elétrica e gás de cozinha“.
Por fim, o pesquisador da UCS traça uma perpectiva, tendo “os preços de março de 2012 quando comparados ao período atual, eram 29,06% mais baratos do que este ano. Logo, a inflação no caso brasileiro é sempre reticente e mantém um padrão de alta”, afirma Mosar Leandro Ness.