As chuvas regulares na época da floração ajudaram a ter uma safra dentro do esperado pelos produtores

A última analise da Farsul identificou que os prejuízos causados pela seca no estado, entre 2020 e 2024 já somam cerca de R$ 319,1 bilhões.  O montante leva em consideração toada a cadeia agropecuária, incluindo a indústria, serviços e impostos indiretos. O valor equivale também a 49% do PIB estadual.  Somente os produtores perderam, cerca de R$ 117 bilhões.

Na contramão deste cenário temos os produtores de uva, que viram suas safras ganharem qualidade devido ao clima mais seco, deste ano.  Segundo Cedenir Postal, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, no ano passado a safra foi afetada pela alta quantidade de chuvas, que prejudicou a produção e a qualidade da fruta.

O produtor de uvas Vinicius Manfredini lembra que, na safra anterior, o excesso de chuvas a época da floração prejudicou na formação dos grãos e cachos, diminuindo o rendimento. O produtor estima que a diminuição da produção ficou em torno de 40%.

Qualidade da uva foi favorecida pelas condições climáticas

Em um comparativo estre as safras, Postal explica que no ano de 2023 houve uma produção em torno de 600 milhões de quilos de uva, no ano de 2024 a produção caiu para 480 milhões de quilos e para a safra deste ano é esperado uma produção em torno de 650 a 700 milhões de quilos. Esses números não levam em consideração a uva que é vendida diretamente para consumo, e sim a que vai para a indústria para produção de sucos, vinhos, espumantes e derivados.

Apesar do aumento das estimativas, a safra deste ano também foi um pouco afetada pela quantidade reduzida de chuvas, embora regulares, na época da floração. “Tivemos aumento de produção comparado a 2024, mas nada de exorbitante para se falar em super safra”, pontua Manfredini.

O produtor também esclarece que, embora haja um aumento da produção, não é possível recuperar as perdas da safra anterior logo na safra seguinte, devido aos altos investimentos que a produção requer. Ele afirma que “mantendo uma produção padrão todos os anos, creio que em 3 a 4 anos diluídos os custos, há possibilidade de recuperação.”

Outro setor movimentado pela colheita da uva é a de funcionários temporários. O presidente explica que não há dados sobre o numero de contratados, mas neste ano houve maior movimentação para a formalização destes trabalhadores, já que o sindicato também auxilia os agricultores nos tramites das contratações.

Na propriedade de Manfredini, além do pessoal da família, que também trabalha na produção, há mais 4 funcionários contratados para a colheita, contratados anualmente para esta função.