O corte de pelo menos 15 árvores gerou indignação de moradores e representantes de entidades de proteção do meio ambiente de Bento Gonçalves. A queda de pés de pitangueira, ipê-amarelo, pau-leiteiro, murta, gavirova, chai-chai, canela e araçá, causaram polêmica na cidade. O local, que fica nas proximidades da Casa Geisel, na rua José Mário Mônaco, na área central de Bento Gonçalves, deve abrigar um estacionamento.
Após o corte das árvores, moradores e o diretor da Associação Ativista Ecológica (Aaeco) encaminharam imagens e uma nota de reprovação ao ato, autorizado pelo Poder Público Municipal.
Conforme o diretor da Aaeco, Gilnei Rigotto, em uma publicação em sua rede social, a autorização para o corte foi assinada pelo secretário de Meio Ambiente e, segundo Rigotto, o caso não foi examinado da maneira como deveria ter sido, preservando as árvores existentes. Segundo o ambientalista, o responsável pela obra não teve sensibilidade quanto às questões ambientais. “O engenheiro que fez o projeto não teve nenhuma sensibilidade com as árvores, prevaleceu a técnica do aproveitamento máximo de área, a Natureza que se exploda. Nos países desenvolvidos, pontes e edifícios são desviados para suas construções para evitar cortes de árvores que estão nos locais, o atraso aqui é gritante”, garante.
Na tarde desta terça-feira, 24, a prefeitura de Bento Gonçalves emitiu nota oficial informando que o pedido de corte foi encaminhado pela Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (Fervi), proprietária do espaço e que a permissão ocorreu, mediante a contrapartida da entidade, com a reposição de 225 mudas, de acordo com a legislação ambiental, em área já determinada. Segundo a nota, apenas um exemplar de magnólia não foi cortado, por ter sido tombada por decreto municipal.
Segundo Rigotto, apesar da compensação, há um total desleixo e sem acompanhamento técnico para o plantio de novas árvores. “Finalizando, os gestores públicos não chamam a sociedade civil e entidades para o diálogo”, afirma.
Conforme o Secretário de Meio Ambiente, Claudiomiro Dias, a Secretaria do Meio Ambiente só autoriza o corte de árvores, que são passíveis de reposição, dentro da legislação ambiental. “Serão repostas 225 mudas em nossa cidade, sem causar dano ao meio ambiente”, disse.
Fotos: Redes Sociais / Divulgação