O Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana de Bento Gonçalves emitiu uma nota oficial na terça-feira, 20, para esclarecer e repudiar as acusações que surgiram após a divulgação de um vídeo nas redes sociais mostrando animais mortos deixados na rua Nestor Nodari, no bairro São Roque. O vídeo gerou uma série de especulações, com muitos comentários sugerindo que os animais haviam sido utilizados em rituais religiosos.

De acordo com o Conselho, as acusações de que os animais mortos foram usados em rituais de religiões de matriz africana são infundadas e não refletem as práticas tradicionais. No comunicado, o Conselho esclareceu que a sacralização de animais, quando ocorre, é realizada com um preparo cuidadoso e respeitoso, sem causar sofrimento. “A sacralização tem todo um preparo, não é feito com dor, é uma santificação, elevamos ele ao orixá”, afirma o documento.

O Conselho também enfatizou que os animais são considerados sagrados dentro dessas tradições. “O animal para nós é sagrado, é patrimônio cultural”, destaca a nota oficial. O texto reitera que o que é feito durante os preceitos religiosos é desprovido de crueldade e negatividade, e que qualquer prática que vá contra esses princípios não representa a verdadeira essência da comunidade afro-umbandista de Bento Gonçalves.

No comunicado, o Conselho deixa claro que o incidente envolvendo os animais mortos não condiz com os preceitos das religiões de matriz africana e que qualquer ato de crueldade não é aceitável dentro dessas tradições. “A casa de ‘Axé’ e seu dirigente que permitiu tal ato com certeza não representa a comunidade Afro Umbandista Bento-gonçalvense. A TRADIÇÃO ALIMENTA, NÃO VIOLENTA”, conclui a nota.

Nota Oficial

O Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana BG vem por meio deste, manifestar total repúdio ao descarte de animais sacralizados conforme noticiado em reportagem de veículo de imprensa local dia 19 de agosto em Bento Gonçalves. A sacralização tem todo um preparo, não é feito com dor, é uma santificação, elevamos ele ao orixá. O animal para nós é sagrado, é patrimônio cultural. O que é feito durante os preceitos religiosos não tem nada a ver com crueldade e negatividade. A casa de “Axé” e seu dirigente que permitiu tal ato com certeza não representa a comunidade Afro Umbandista Bento-gonçalvense. A TRADIÇÃO ALIMENTA, NÃO VIOLENTA.