Após reunião com portas fechadas, vereadores declaram que grupo depende de uma representação formal para apuração do vazamento de uma foto de nudez da assessora do vereador em uma rede social
Em reunião extraordinária da Comissão de Ética na terça-feira, 26, ficou estabelecido que não há como ter um julgamento sobre o caso Mazzochin sem um vereador fazer uma denúncia formal. O caso envolve a divulgação de uma foto de nudez da assessora de Neri Mazzochin (PP), em uma rede social do parlamentar.
O encontro ocorreu com portas fechadas e durou cerca de uma hora. Mazzochin e a assessora não foram ouvidos pela Comissão.
De acordo com o relator, vereador Jocelito Tonietto (PDT), o grupo é capaz de investigar após algum parlamentar entrar com uma representação, caso contrário, não há material para fazer a apuração. “Nós não temos nada de provas nas mãos, não tem como chamar ou enquadrar ele em algum lugar. Para fazer isso, nós precisamos de uma representação”, afirma.
O vereador Gilmar Pessutto (PSDB), que também participou do encontro, aponta que não há nada para julgar sem a representação. “Tem que ter um fato, uma denúncia contra alguém”, completa.
Mazzochin na Tribuna
Em discurso na sessão de segunda-feira, 25, Mazzochin afirmou que parte da população e da imprensa é “podre” e que não deve satisfações à sociedade. “Esse é um problema meu, da minha coordenadora de gabinete, da minha esposa e da minha família. É um problema particular. Na minha vida pública, como vereador, como secretário, sempre fui um homem honesto e digno”, enfatiza.
Ele ainda alegou que a foto não foi postada por ele, nem durante a sessão que discutia o Plano Diretor, no dia 18. “Foram colocadas fotos? Foram colocadas fotos que ninguém sabe de onde, até agora, mas que será apurado”, afirma.
Relembre o caso
Uma foto onde a coordenadora de gabinete do vereador aparece nua foi postada em uma rede social do vereador na segunda-feira, 18. Embora tenha sido publicada em uma conta pessoal, desde então o vereador vem negando que fez a publicação em questão.
No mesmo dia, Mazzochin registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia alegando ser vítima de extorsão. A coordenadora de gabinete, que foi nomeada no início de junho, continua a ocupar o cargo mesmo após o escândalo. Ela havia trabalhado também na Prefeitura, em 2017.
Caso a Comissão de Ética identifique quebra de decoro, o Regimento Interno da Câmara prevê advertência, suspensão ou até a cassação do mandato do parlamentar. O Semanário tentou contato várias vezes com o presidente da Comissão de Ética, vereador Rafael Pasqualotto (PP), mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.