Comunidade do entorno já presenciou diversas situações em que os motoristas, geralmente vindos de outros municípios, ficam presos na rua, que não tem capacidade para o deslocamento de caminhões
Moradores do bairro Santa Rita, em Bento Gonçalves, estão preocupados com uma situação que vem se tornando cada vez mais frequente. Na rua Luís Casemiro Francio, o fluxo de caminhões de grande porte é diário. Entretanto, a via não tem estrutura para que esse tipo de veículo circule pelo local. Com isso, diversos motoristas ficam empenhados. Para solucionar o transtorno, a comunidade pede que sejam colocadas placas de sinalização na região.
A bancária Marciele Sganzerla Souto, 37 anos, já presenciou várias situações complicadas. Ela imagina que a maioria dos motoristas que passam por ali, estão indo para a Isabela Alimentos, carregar ou descarregar mercadoria. “Acredito que eles vêm de outras regiões, então, provavelmente utilizam o GPS, que deve destinar para esse caminho”, comenta.
Como a rua é uma subida íngreme, os veículos nem sempre conseguem seguir adiante. “O que acontece inúmeras vezes é que eles chegam ali para começar a subida e na metade dela tem que parar, porque o caminhão não consegue subir até o final, começa a derrapar. Então, muitas vezes, eles têm que dar ré, mas no final da rua tem uma curva que eles não conseguem manobrar e fica extremante difícil para saírem dali. Às vezes, entre ir para cima e para trás, subir na calçada e tentar, eles conseguem sair e voltar de onde vieram, mas alguns não conseguem”, afirma.
O mesmo caso costuma ocorrer quando os veículos saem da Isabela, passando pelo mesmo problema. “Provavelmente eles também usam o GPS para sair da cidade e a rota sugere esse caminho, então eles passam em frente à escola Bom Retiro e descem a rua. É uma descida perigosa para caminhões, porque se ele está carregado, não consegue segurar”, aponta.
Por isso, a bancária pede que o Poder Público sinalize a região. “Nosso pedido é esse, que coloquem placas na entrada do Santa Rita ou nas ruas que eles acessam, porque o GPS deve direcionar, porque acaba acontecendo isso”, pede.
Na semana passada, os vizinhos do entorno presenciaram uma situação dessas. Uma carreta desceu a rua e ficou presa ao chegar na curva. Nesse caso, o motorista ficou empenhado por quatro dias, até conseguir retirar o veículo do local.
A confeiteira, Gleica Nicolini, 30 anos, mora em uma residência bem em frente onde o caminhão ficou preso. Ela acredita que a situação poderia ter sido pior. “Ouvi um barulho e quando saí para fora, vi o caminhão atravessado, parado perto da árvore. Podia ter batido na nossa casa, mas acho que ele desviou. Foi mais o susto, graças a Deus não aconteceu nada com ninguém. O motorista estava nervoso, até chorou, ficou desesperado”, relata.
Gleica conta que o caminhoneiro também teve transtornos por estar transportando alimentos perecíveis. “Tinha 26 toneladas no caminhão, tiveram que esvaziar tudo. Vieram outros três veículos para fazer a troca da carga”, conta.
Preocupada que a situação volte a se repetir, principalmente por ter uma filha pequena, a moradora deseja que coloquem sinalização no entorno. “Na saída da Isabela tinha que ter uma placa avisando para não virem para cá, seria bom. Tenho medo, por conta da minha filha e do colégio que tem ali em cima”, desabafa.
A moradora do entorno, Ivani Salvani, 70 anos, conta que depois que a Isabela ficou pronta, começou o movimento de caminhões de grande porte. Ela também acredita que é necessário ter sinalização nas ruas. “Seria bom, claro, ainda mais que tem o colégio aqui perto e tem bastante criança. É perigoso”, defende.
O que diz a prefeitura
A reportagem do Jornal Semanário entrou em contato com a prefeitura de Bento Gonçalves. O secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (SEGIMU), Henrique Nuncio, informou que o Poder Público já tem conhecimento sobre a situação e já está providenciando, para as próximas semanas, placas para sinalizar e proibir esse tipo de veículos naquela região.