Papa e Bolsonaro
Ambos dão “Pitacos” sobre tudo e sobre todos, quem gosta aplaude, quem não gosta critica. Basta que alguém abra a boca e logo surge alguém para interpretar. Para dizer…nunca! Anos atrás visitei, em Genebra, na Suíça, a sede das Nações Unidas. Para meu espanto, na entrada uma “lujinha” de venda de “souvenires”, impressos, essas coisas. A visita era em grupo então, depois do “cara-crachá”, a espera num confortável sofá. Demorou tanto que dei uma cochilada fazendo fundo musical com meu ronco em português. O guarda veio com o tradicional “you need help”, “você precisa de ajuda”? E eu, dormindo profundamente com o “sonho dos justos”. Daí, pela reação dele, ele pensava que eu estava morto ou “moribundos”. Eu estava é morto de inveja de não ser um “swiss man”.
O Tour
Sabem aquele grupo de turistas, um segue o outro e os outros seguem o um e, todos seguem o fluxo? Pois é, fomos com um guia. Me interessava muito em ver o plenário, hoje meio desativado porque o pessoal se reúne em Nova York, mas tinha o plenário antigo, que emoção ao contemplá-lo, e o novo, suntuoso, que foi construído sob o patrocínio dos Emirados. Nas paredes dos corredores, painéis fotográficos gigantescos, retratando a fome no mundo, fotos impactantes, da Síria, da Venezuela, da África, cercadas da grande discussão mundial. Quem, por humanismo, se propõe a colher os migrantes, expulsos de seus países pela fome e desespero? Está é a grande discussão no momento na ONU, mas cercada de muita polêmica.
Dinheiro das armas
O PAPA, ao encerrar, recentemente, uma reunião entre líderes das principais religiões mundiais afirmou que “menos armas e mais comida, menos hipocrisia e mais transparência, mais vacinas distribuídas de forma justa e menos armas comercializadas indiscriminadamente”. Sem dúvida, interpreta o PAPA a impotência dos organismos internacionais em combater esse grande mal que assola a humanidade, com reflexos no mundo, no Brasil e aqui na região nordeste do estado pela sua potencialidade econômica. Compra de armas por parte dos marginais E PROLIFERAÇÃO DO TRÁFICO E CONSUMO DE DROGAS, CRESCEM. Mas, o que tem a ver o PAPA com BOLSONARO? É que ambos mexem no abelheiro ao abrir a boca e, “quem mexe no abelheiro sai picado”. Deveriam os dois seguir o preceito do MENIN PAI, que ensinava o FILHO MENIN dizendo: “meu filho, em política, religião, e futebol, melhor ficar em cima do muro”? E, como se vê na foto, todos os dias o Dolmires Lunardi, o MENIN FILHO, sentava em cima do muro da casa em que morava. Se deu bem o MENIN ao seguir os preceitos do pai, quando tu pergunta: “ei, MENIN, o que tu acha o Grêmio e Inter, ou, o que tu acha do desempenho do Prefeito, ou, o que tu acha do fato de que tem uma Igreja em cada esquina? Ele te olha, dá um sorriso amarelo e responde: “não sei, tô por fora”. Tô por fora quer dizer em cima do muro “come mi há insegnato mio padre”. Os tempos hoje são outros, é preciso que a gente se envolva, senão vamos ficar como o “vecho Bigolin, mal chapa”.
A migração
Bento sofre uma onda migratória, vem gente de todo o lugar e se “acantona”, esse é o termo certo, nos bairros periféricos. Dai decorrem os problemas porque não me consta que essa migração tenha um controle como deveria ter, se tem não está sendo divulgado, pelos reflexos acho que não tem. Os reflexos? Basta ir até a Paróquia Santo Antônio em dia de distribuição de donativos, tem de tudo ali na fila: desempregados, gente que passa fome, gente que tem necessidade de agasalhos. Há uma onda solidária na cidade, mas ela não é suficientemente forte. Aí que entra o PAPA com seu último pitaco. Temos necessidade de “abraçar Bento”, de “cuidar de Bento”, de “planejar Bento”, de “direcionar em favor do povo” recursos, de qualificar essa grande massa obreira que temos dispersa por aqui sem perspectiva de manutenção de emprego. Somos diferentes, somos tão diferentes que “glamourizamos” a pobreza, tão diferentes que na semana seguinte ao festival de balonismo o Parque (como devo chamar? Vá lá de Fenavinho, estava trancado no sábado e no domingo, nenhuma alma viva lá dentro do nosso único Parque Público, desativado para o povo, porém Parque Público. Qual o destino então da massa populacional de Bento, se não corrigirmos os rumos (Bento+20)? Os pobres cada vez mais pobres, ilhados em seus “currais” residenciais (bairros) e os mais afortunados cada vez mais afortunados. Alguma crítica em torno disso? Não, apenas uma constatação, tão consistente que, no Santa Helena, por exemplo, estão surgindo seis novos loteamentos cujos terrenos tem a medida de 10 metros de frente por 20 de fundo. Obedecidos os recuos, mal cabe uma casa em cima. Mas, são dotados, fato altamente positivo, de toda infraestrutura. Para eles vão migrar a classe operária que conseguir reunir recursos fruto da renda familiar. Contrabalançando isso, na periferia do Centro a Construção de inúmeros edifícios, que vai abrigar, nos mais sofisticados, os mais afortunados e a classe média e média alta, uma adversidade que vai desde apartamentos de um quarto até apartamentos de andares inteiros. No que vai dar isso tudo? Vamos ver, se não houver planejamento e discussão temática, vamos nos dar muito mal. Vejam que a Municipalidade não fala na construção de duas elevadas que dariam uma nova paginação no trânsito de Bento, nem tampouco não mexe na estrutura viária, anunciou apenas “mudançazinhas” no Centro. É só um exemplo.
Geração de empregos
Leio que “BENTO GONÇALVES ESTÁ ENTRE AS 10 CIDADES GAÚCHAS QUE MAIS GERAM EMPREGO NO ANO”. Sim, que boa notícia, porém ela não alimenta suficientemente a demanda em direção a qualificação da mão de obra, de uma adequação nos sistemas de transporte, e uma melhoria na qualidade de vida. Olhem a carência, temos domésticas disponíveis e habilitadas? Garçons habilitados? Motoristas habilitados? Operários de indústria habilitados? Pintores? Jardineiros? Se tivéssemos não teríamos mais empregos? Observem, Bento é uma cidade economicamente invejável, turisticamente invejável, porém, é uma cidade deserta em fins de semana, isso é sinalizador negativo, temos que impor um equilíbrio nisso. Vem ao Centro quem tem carro, vai ao Vale quem tem carro e dinheiro, vai no CAMINHOS quem tem carro e dinheiro, não há transporte, não há projetos de mobilização assim o povo não vive sua cidade, simplesmente mora nela, trabalha nela e se orgulha dela. Porém, orgulho não dá qualidade de vida.
Agressão no futebol
Olhem a foto, meu avô diria “vardegue a facha”, o que define tudo. Se você fosse um Presidente de Clube, ou um técnico de futebol, aceitaria a contratação de um atleta assim ou mandaria antes ele passar no “barber man”? Olhem a “cabeleira do Zezé”, olhem a estrutura física que leva a “parar na porrada ao invés da técnica”. Insatisfeito com a marcação do juiz, deu um soco nele e uns pontapés na cabeça quando caído. “Poderia ter ficado tetraplégico” disse o médico que socorreu. Conheço o futebol de Rio Grande, é pobre, difícil, jogador lá é guarda campo, cortador de grama, é um pouco de tudo. Então até “troglodita” ou estivador do porto entra em campo. Neca e Gonha, grandes astros do Esportivo, foram trazidos de lá por Darcy Pozza. Me disse o Darcy um dia: Henrique, se tu quiser contratar um jogador de futebol, vai lá na arquibancada e assiste treino”. Foi assim que ele fez, foi a Rio Grande, assistiu o treino e partiu para a contratação. Foi na casa deles, moravam em extrema pobreza, “um cantinho”. A mulher do Neca, uma baixinha invocada de 1,20 metros de altura (conheci a dita), ele tinha 1,90 metros, “embestiou” de fazer exigências absurdas. “Então tá, disse o Darcy, ao invés de ir para um apartamento em Bento, com aluguel, condomínio, luz e água, tudo pago, fica morando nesse cubículo com teus filhos (2) dormindo no chão”. No dia seguinte, Neca e Gonha estavam em Bento. Os tempos mudaram, mas os jogadores pioraram, não jogam muito e acham que pintar o cabelo como se fossem do REAL ou BARÇA, dá um upgrade no pé. Quando não conseguem, dão pontapé no juiz como se a cabeça dele fosse bola. Problema psicológico grave que o juiz deve ter levado em conta porque mesmo preso em flagrante, no dia seguinte ele estava solto. Saliente-se que jogador de futebol é que nem espermatozoide, “saem um milhão mas só chega um”. E que cerca de 90% dos jogadores de futebol em atividade não ganham o salário mínimo.