A paz celestial

Vivíamos por aqui na maior harmonia, embora as “ronhas”, nas relações políticas, empresariais e, nas relações da municipalidade com as entidades empresariais. Até aquelas dos trabalhadores estão quietas, parecem
submissas, mas não estão submissas a nada, apenas posturas inteligentes. Assim, na Câmara e nos Partidos, tudo estava sob o manto protetor, constituído de cordialidade, respeito e benesses no interesse o público,
nos currais eleitorais. CIC – SINDMÓVEIS – CDL – SINDILOJAS, estão em “lua de mel com o Prefeito”, era verba pública para a FIMMA/MOVELSUL, para a
FENAVINHO, para a EXPOBENTO, para o NATAL VINHEDOS e, por aí vai, contabilizei em torno de 6 milhões de reais em 2023, mais servicinhos adicionais. Paralelo a isso, estávamos todos irmanados, em torno de qualificação de mão de obra, inovação, empreendedorismo, essas coisas da modernidade. O povo? Bem o povo está feliz, está morando em Bento, assim, deficiências no transporte, falta de ciclovias para as crianças, falta de Parque Público, falta de dinheiro para ter mais saúde preventiva, segurança no ir e vir, sem presenciar morte na via pública, auto escolas transitando nas ruas centrais na hora do pique, motoqueiros tresloucados “costurando” no trânsito, o povo se acostumou a viver sem qualidade de vida um pouco maior, qualidade que está se resumindo em trabalhar, uma casinha para morar, uma televisão que “pegue tudo”, Silvio Santos, Luciano Huck, uma novelinha quando dá, uma atenção com as crianças, uma visita aos parentes, uma análise das contas a pagar, uma vaga para os filhos em idade como estágio, o estudo dos filhos, o orçamento familiar para a roupa e alimentação, e, deu! A qualidade de vida do trabalhador se resume nisso, mas, ele mora em Bento, em que outra cidade ele moraria, tão bela, acolhedora e cheia de gente boa que até aceita ter políticos que só são “manha guadanha”, que só ganham o salário público sem trabalhar o suficiente para compensar ou merecer.

Os desastres ecológicos

De repente o céu abriu as comportas em 2023, fechou e abriu novamente em 2024. E tudo virou uma catástrofe: rios transbordaram, morros vieram abaixo,
vidas foram levadas, comunicações foram interrompidas. Viramos “Praça de guerra”, era preciso um comandante, GARIBALDI unificou a Itália, BENTO precisava ser unificada para filtrar esforços, para coordenar e estimular seus guerreiros, os voluntários, as forças policiais, socorristas e, conclamar ajuda no país todo. Ai o PREFEITO DIOGO travestiu-se, sua cordialidade, sua amabilidade, sua ternura transformou-se em FORÇA INTERIOR e suas ações foram “militarizadas”. JOANA D’ARC, na França, com seu espírito religioso e humanista, combateu a invasão inglesa e, o Prefeito, liderou o combate a invasão das águas, dos morros e seu efeito destruidor. Enquanto GARIBALDI gritava FORZA ITÁLIA, TUTTI UNIDI, e a JOANA bradava “FORA INGLESES”,
o Prefeito DIOGO bradava “VAMOS FAZER DO NOSSO JEITO”! São gritos de guerra que “movem montanhas”. Todos ficamos solidários, todos nos orgulhamos, todos nos mobilizamos, todos rezamos. As Entidades empresariais demoraram um pouco mas foram à luta, arrecadaram em torno de seis milhões de reais, O SICREDI, o Banco que virou Instituição Bentogonçalvense, colocou mais seis milhões e surgiu o UNIDOS POR BENTO. Dinheiro na mão não fez confusão, mas sim construção. De repente brotaram
ações e Lives de tudo que é canto, todos mostrando a destruição e a reconstrução, um verdadeiro exército da salvação recheado de ações heroicas, abençoadas com uma chuva branca qual o manto de Nossa Senhora, mas de pedra! O Prefeito deve ter olhado para o céu e dito, bem no seu estilo e modo de falar: “Deus, tá brincando? Deixa prá lá vai, dá um tempo”! Neste momento em que escrevo, o sol ilumina Bento, meu canário, o Alfredo, está tomando banho de sol, tudo volta a brilhar, mas o trauma, esse persiste!

O rescaldo e as dificuldades

As lideranças empresariais pararam de fazer Lives, sua ação deixou de ser ampla e se tornou restrita, eu diria que “lavaram a alma”, “o Prefeito nos ajudou nos eventos e nós ajudamos o Prefeito”. Devem estar contabilizando os gastos, matemática simples, quanto gastamos, onde gastamos e como gastamos, prestação de contas que vira curiosidade, mas deve ser dada apenas a quem contribuiu e ao Prefeito para que ele contabilize dividendos de sua ação de liderança. Assim como no balanço das empresas há “saldos a pagar” na Municipalidade “há coisas para fazer” e não são poucas. Em LIVE
o Prefeito Diogo lamentou a redução da arrecadação, a Prefeitura perdeu 8 milhões de reais em maio e vai perder 10 milhões em junho, disse o Prefeito, com o advento da rede social tudo é falado, mostrado, mas, se você quiser saber tudo, PROCURA LÁ! É hora de tocar adiante, não sem termos a MARCHA DOS PREFEITOS, mais de 200 do RS foram a Brasília com o grito de guerra “QUEREMOS RECURSOS”, passaram por cima do MINISTRO SEM PASTA que LULA nomeou para representar o Governo Federal junto aos
interesses do Rio Grande, ação prejudicada pelo fato do MINISTRO PIMENTA ser candidato a Governador. Então lá foi hoje, quinta-feira, o Governador para reunião com o Ministro Haddad, da Fazenda, para provar que os recursos do Governo Federal são poucos para reconstruir o Rio Grande, precisaria mais 10 bilhões. Então tá essa RODA VIVA de conseguir recursos, enquanto isso, continuamos usando a balsa e, a ponte para COTIPOCITY, vai depender de ações comunitárias. As estradas que foram municipalizadas, como a Rodovia Aristides Bertuol (Barracão) e a Rodovia BUSA – MONTE BELO vai ficar sempre dependente do conserto e reconstrução da Municipalidade que entendeu, precocemente, terem se transformado em centros urbanos de Bento. Do outro lado, os empresários, buscam a normalidade, a reconstrução das empresas afetadas, o retorno dos EVENTOS que movimentam o turismo,
se contrapondo as dificuldades que Bento impõe ao turismo porque tudo aqui é muito caro e não temos atrações que motivem as crianças a trazerem os pais a Bento. E, os eventos crescem, em número, em todo o Estado. Paralelo a isso, mais um paralelo, as Entidades Empresariais precisam de transformação e inovação. O CIC por exemplo, precisa de uma reforma estatuária que inclua o direito a voto do associado, inclusive, na minha opinião, o direito a reeleição. O SINDILOJAS, deve se transferir para uma sede que inspire modernidade, a opinião não é só minha, ouvi por aí de prestigiosas lideranças empresariais. As Entidades precisam fazer o dever de casa, sem o qual não podem ficar falando alto em democracia, inovação e empreendedorismo.

A Via Crucis

Ser Prefeito é como ter um coração de mãe “é preciso desmembrar fibra por fibra o coração”, alguém disse isso e “lacrou”, no meu tempo era “marcou” agora é “lacrou”. DIOGO suportou a crise do COVID, depois a crise da “PRIMEIRA INUNDAÇÃO”, e, agora, “A CRISE DA SEGUNDA INUNDAÇÃO”. Mesmo diante desse cenário ele teve que ouvir LIVE dizendo que um bom discurso de construção diante da tragédia ecológica não demonstra ter feito o Prefeito uma boa gestão. Bem, até ontem tava tudo em paz, agora, a oposição se uniu, eu diria que ficou forte, bem mais forte, mesmo assim terá que dizer, na campanha política que se avizinha, o que vai fazer que o Prefeito não fez e, o Prefeito, deve dizer o que fez e o porque não fez, bem como o que vai fazer. Mas, entenderam, TROPO CONFUZIONE, como se diz na Itália.

Unidos pelo Barracão

Bem, mas eu quero dizer a vocês que quando eu era guri no BARRACÃO, dos 4 aos 7 anos, eu participei do movimento UNIDOS PELO BARRACÃO. Pois é, as famílias CAPRARA, BIANCHI, FERRARI, BAU, CUSIM, OLTRAMARI, se uniam no movimento UNIDOS PELO BARRACÃO, quando: os gafanhotos atacavam as plantações e os hortifrutis, deixando aquele solo preto de cocô depois de um rico almoço. Nesse momento eu participava do grupo, “batendo lata para espantar os bichinhos aterrorizadores”, até hoje me dói o braço esquerdo.
O movimento se constituía também na hora de matar o porco na casa do meu avô, fosse de quem fosse o porco, era um mutirão, me tocava “girar aquela manivela para fazer o salame”, a morcilha, eu usava o braço direito pois o esquerdo estava “inutilizado” pelos gafanhotos. Bem, os UNIDOS PELO BARRACÃO, vez por outra se uniam também para caçar lebres que são animaizinhos lindos, mas destruidores, não ficava pedra (folha) sobre pedra na horta. Minha missão era “bater lata vazia e assustar as lebres”, quando elas subiam na taipa para escapar, nem no filme O PODEROSO CHEFÃO, eu consigo ver tanto chumbo como eu via na caçada de lebre. Depois da caçada, o almoço LEBREFESTIVO. Na festa da NOSSA SENHORA DA SALETE, lá vinha o UNIDOS de novo, minha missão era “aprontar as mesas e vender números de rifas”. O lucro da festa? Até hoje não me apresentaram um balancete sequer. Quando, no salão de baile do meu avô, a casa era grande, eram realizados bailes, os UNIDOS PELO BARRACÃO compareciam em massa, era
a nossa FENABARRACÃO. Minha missão? “Ficar sentado no banco a noite toda aplaudindo o gaiteiro, era importante porque as vezes o baile era suspenso por falta de gaiteiro, aplaudidos eles iriam voltar. O movimento se unia também quando apareciam os BUGRES, não eram poucos no bando, sempre tinha uns 12 componentes, no mínimo. Quando eles apareciam lá da curva da CORSAN, alguém gritava “LÁ VEM OS BUGRES”, hoje seria “BUGRES NO PEDAÇO” e todo mundo fechava as casas, as janelas, os porões, meu avô corria para fechar a cantina onde tinha o vinho (mentirinha), só não dava para salvar as galinhas. Eles levavam embora tudo, pás, enxada, galinhas, patos, marrecos, prendedores de roupa, imitavam os gafanhotos e parecia que iam participar do MST, MOVIMENTO DOS SEM TERRA, daí o MOVIMENTO se unia para relatórios sobre o que os BUGRES tinham levado de cada residência e as
medidas a serem adotadas para evitar desabamentos, quer dizer, em caso de nova invasão dos BUGRES, cuja passagem eu espiava pelas frestas das janelas de norte a sul da casa. Todos os BUGRES tinham a cara do chefe Apache GERONIMO, fisionomia nada amistosa. Qual era meu papel em torno do UNIDOS? Espiar a passagem e, se eles parassem na frente da casa, me esconder debaixo da cama! “MAIS VALE UM COVARDE VIVO DO QUE UM HERÓI MORTO”, diz o ditado. Doces lembranças do UNIDOS PELO ARRACÃO, embora eivadas por certos momentos apavorantes.

Moral da História

Precisamos sempre estar UNIDOS, pelo lugar que nascemos, pelo nosso município, pelo nosso estado, pelo nosso país. E, se por aqui tivermos que estar em guerra que ela seja uma guerra santa, de amor, de respeito, digna e até cheia de romantismo como o desta bela passagem da música do CRISTIAN, que se foi: “CHORA PEITO, ME MATA DE UMA VEZ, PRÁ NÃO DAR TEMPO DE PENSAR EM VOCÊ”! O combate ao desastre ambiental foi uma guerra santa, que seja também a da campanha política.