O Olímpico de 70 anos

Como jornalista, no passado, eu sempre gozei das benesses de acessar as tribunas de imprensa, tanto do Beira Rio quanto do Estádio Olímpico que, nesta quinta, completou 70 anos. Dois episódios foram marcantes, na minha presença do estádio Olímpico. O primeiro: fui assistir um Grenal. Estacionei o carro, como todo jornalista, no pátio onde está, ou estava, A CALÇADA DA FAMA. Como não tinha mais lugar nas cabines da imprensa, que eram reduzidas, fui assistir no setor social do Grêmio. O Grêmio fez o primeiro gol e eu firme, calado. Mas, veio o Gol de empate do INTER eu levantei com os braços no ar vibrei, mas me dei conta de onde eu estava, não tive tempo de arrependimento, me jogaram lá de cima, vários lances de arquibancada, até que no último lance fui jogado contra o alambrado. Levei tempo para me recuperar, eu estava “semi-morto”. Parcialmente recuperado, saí de fininho, cheguei até o carro, o DKW do meu pai emprestado, liguei o rádio que só pegava em determinados locais, e ali pegava, de repente, GOL DO INTER, BRÁULIO, imaginem a minha vibração e o pensamento que me assaltou “MINHA VINGANÇA SERÁ MALIGNA”. Quando faltavam 5 minutos para terminar o jogo, liguei o carro e “dei o fora dali, antes que me descubram e me “trucidem” pensei. Jurei que nunca mais colocaria os pés ali e, mesmo tendo recebido convite para participar da inauguração da ARENA, que ainda não é do Grêmio. E, também, para visita-la, sempre recusei o convite. E pronto!

O outro episódio

Eu trabalhava no POSTO AUTO MOTOR, revenda Willys, eu tinha um DAUPHINE, com uma bicicleta eu estaria melhor, mas, “eu tinha um carro”, e o meu colega de trabalho, e filho de um dos donos, IRACY FOPPA, hoje falecido, tinha um Gordini. Com o Gordini nós íamos assistir os jogos do INTER em Porto Alegre. Tinha um campeonato nacional que se chamava TORNEIO ROBERTO GOMES PEDROZA, a sede dos jogos era o ESTÁDIO OLÍMPICO. No banco traseiro do carro colocávamos três pneus estepes, era certo que íamos furar, era assim em todas as viagens. Estávamos indo, já com dois pneus trocados, quando o IRACY parou o carro e, nervosão, depois de dizer “EU NÃO ANDO MAIS NESSE CARRO”, saiu caminhando afora, ainda bem que na direção certa. E eu bradava “tá brincando IRACY, vamos, estamos atrasados, vamos ganhar do VASCO, pode acreditar”. Demorou, mas ele voltou e seguimos viagem. Ao entrar em Porto Alegre, tomamos a Independência, e descemos a Ramiro, é preciso dizer que eu estava na direção? De repente, na minha frente, o caminhão de lixo. Eram 21 horas, o jogo iria iniciar e o que foi que eu fiz? Ultrapassei o LIXO rodando pela calçada na qual o GORDINI cabia perfeitamente. Ultrapassando o caminhão, o que eu encontrei na minha frente? A POLIÇA. No diálogo intermitente, do “o senhor fez o que não devia, eu sei seu POLIÇA, então como vai ser, não sei seu poliça, quem sabe o senhor multe e nos deixe ir assistir o jogo que já começou, bem eu acho que essa infração vai ser penalizada com o recolhimento do carro, não tem sentido seu POLIÇA, seu guarda, seu autoridade, acho que o senhor deve multar e nos liberar”, é claro que ele queria bola, não dei, aí ele disse simplesmente, “se mandem daqui”. A culpa certamente recaiu sobre o caminhão do lixo. Chegamos no Estádio Olímpico, estacionamos o carro num lugar qualquer, o objetivo era entrar no estádio e pronto! Já tinham decorrido trinta minutos de jogo, o INTER não tava jogando nada, levou um a zero e o IRACY continuava nervosão. No intervalo aproveitei para brincar “ESCRAVOS DE JÓ” com o meu amigo, surtiu um efeito temporário, momento suavizado com dois picolés da Kibon. Veio o segundo tempo, já decorriam 30 minutos e o IRACY, “VAMOS EMBORA”, “calma Iracy, nós vamos empatar e ganhar”. “VAMOS EMBORA!”, ele bradou. Levantei e comecei a caminhar estilo índio, “pezinho pra frente, pezinho pra trás”?, olhando o jogo. Quando chegamos atrás da goleira, onde ficava o portão principal de saída, adivinhem? Gol do Inter, Bráulio, aí o IRACY ficou mais nervoso ainda porque o Vasco poderia empatar, jogava melhor. Saímos do estádio faltavam 15 minutos para a meia noite. Olhamos um para o outro, e o outro para o um, e nos perguntamos os dois: onde deixamos o carro? Ninguém sabia, ficamos procurando como “moscas tontas”, todo mundo desapareceu, ficamos eu e o IRACY na madrugada, sozinhos, procurando o carro. Em dado momento eu tive uma ideia, nada luminosa, mas era uma ideia, “vamos contornar o estádio, tu vai pela esquerda eu vou pela direita, nos encontramos aqui”, até brinquei “com o GORDINI debaixo do braço”. No encontro, nada do carro, já era duas da madrugada. Resolvemos caminhar um pouco para um momento de meditação com o tema “ONDE DEIXAMOS O CARRO”? De repente eu vi uma casinha com luz acesa e eu falei, “vamos bater lá e pedir informações”. Para nossa surpresa tinha um Senhor tomando chimarrão sentado na área. Fomos chegando e logo perguntando, sobre estacionamentos, onde poderíamos ter deixado o carro, aí veio a surpresa da afirmação “o pessoal vem ao jogo, larga o carro e depois não encontra, eu estou aqui a espera dos donos daquele carro ali”. Debaixo de uma grande paineira, escondido e “protegido da chuva preta”, lá estava o GORDINI, os DUENDES tinham brincado com a gente. Arrecadamos de volta, eram três e trinta da madrugada. No “conserta pneus” na grande curva da Avenida Farrapos, paramos para consertar três estepes que estavam furados, depois seguimos viagem, chegando em Bento, via São Vendelino, não concluída e cheia de pedras, às oito e quinze da manhã, indo direto para o trabalho. Levamos um “xixi” de Seu NILO BORTOLINI, nosso Diretor, por termos chegado ao trabalho quinze minutos atrasados. Sorte minha que o IRACY já estava DESESTRESSADO. E foram assim meus dois únicos momentos de militância no estádio do Grêmio, cheios de “PRAGA DE URUBU”. Os episódios se tornaram IMORTAIS na minha lembrança, transfiro a vocês nesse momento glorioso dos 70 ANOS DO ESTÁDIO OLÍMPICO, do “imortal” tricolor. Em tempos de “20 de setembro” não era de se cantar “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”?

Cavaleiro desastrado

Neste 20 DE SETEMBRO, entre costelões e encilhar de cavalos e festejos, houve a CAVALGADA DE CRISTO REI, gosto de ver cavalarianos com seus trajes épicos, com seus cavalos garbosos e orgulhosos, já fui cavalariano, em duas ocasiões, ambas frustradas. Na primeira, como Membro integrante da invernada artística do CTG LAÇO VELHO. Na primeira Fenavinho, dentro de um projeto de mobilização geral, me deram um cavalo para desfilar. A concentração, lá na ENOLOGIA, antes de “embarcar” eu tive um “papo reto” com meu cavalo. Do tipo “escuta, quem tu é, nome do pai, mãe, onde tu nasceu, me diz como é que eu faço se eu subir aí, nunca andei de cavalo, tu te vira, vou chegar no final do desfile em segurança”, essas coisas de “entrevista de cavalgada”. Tudo acertado, chegada a hora, lá fomos nós em direção a OSVALDO ARANHA. No trajeto da ENOLOGIA até a frente do ESTÁDIO DA MONTANHA, o cavalo resolveu brincar comigo, disparou e, quando chegou na frente do Estádio, “tinha uma ponte no meio do caminho”, o cavalo brecou, e eu despenquei, sorte a minha que Jesus estava no meu lado. Levantei, sacudi a poeira, dei a volta por cima e fui conversar com o cavalo, ele estava sangrando muito. Cagão que eu era em cima dele, covarde, eu apertava as esporas do cavalo. Sentindo dores e, alucinado, ele disparou até se livrar de mim.

Noutra ocasião eu fui caçar perdizes em Cachoeira do Sul, onde chegamos por volta dos 08:30, com o café da manhã campeiro nos esperando. Ansioso, pedi licença para dar uma campereada numa planície vestindo minha indumentária de caçador, mas, sofrendo um problema em grande discussão hoje, a qualificação. Encontrei as perdizes “educadas demais”, em minutos eu enchi meu pindurico e, orgulhoso, fui em direção ao café da manhã. Entrei no galpão, a turma caiu na risada e, o fato de ficarem rindo por vários minutos, me intrigou, eu questionei, estão admirados? Tive sorte, não tive? No que ficaram os elogios acompanhados de novas risadas… Por fim, alguém assumiu a “paternidade da verdade”, dizendo que, na verdade, o que eu havia caçado era corujas (?), um monte delas, coitadas, morreram em vão. No dia seguinte, o filho do dono da fazenda, chegou pra mim e falou: “quantas perdizes tu quer levar”? “A cota”, falei, “15 perdizes”. “Tá bem, sobe naquele cavalo e me acompanha”. Olhei para o cavalo, era tão mansinho que até Santo Antonio cavalgaria nele, subi e fui, uma distância razoável, atravessamos um rio tipo aquele RIO GRANDE que divide os Estados Unidos do México e onde são feitos os filmes de faroestes. Na travessia da ida, meu cavalo parou de beber água, imaginem. Do outro lado, tinha uma reserva onde, meu amigo anfitrião, sem descer do cavalo, em poucos minutos abateu minha cota. Desceu do cavalo e recolheu as perdizes, “nenhuma coruja (?)”. Aí ele falou “vamos indo” e saiu cavalgando e, o meu cavalo, atrás do dele. Ao atravessar o rio, meu cavalo não deu a mínima para o cavaleiro, foi em alta velocidade e eu cai dentro do rio. Meu cavalo chegou na fazenda e eu, não! Uns trinta minutos depois vieram me buscar e eu estava ainda dentro do rio, “ui, ai, ai, ui”, me juntaram, me colocaram na garupa e me levaram para a fazenda. Apesar das dores eu estava feliz da vida pois a minha missão “levar para casa minhas 15 perdizes” havia sido concluída com sucesso, embora alguns “percalços”.

Mas, a partir desse episódio, cavalo nunca mais, até porque se Bento Gonçalves presenciasse minhas cenas de cavaleiro diria certamente “NÃO SIRVAM ESSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA TERRA”. Bem, honestamente, chego a pensar que o problema estava nos cavalos, o da FENAVINHO que não me orientou corretamente, “POCA VOIA” diria meu NONO, e o de CACHOEIRA, se preocupou em mostrar ao companheiro cavalo que ele era capaz também da proeza de atravessar o rio em alta velocidade considerando o cavaleiro apenas um “detalhe”. BEM CHEGA, gosto de cavalos, mas não em cima deles, eles me consideram, eu acho, “objeto estranho não identificado”. Não tiro a razão!

Curtas e Poderosas

  • Neste sábado, evento significativo no CAMINHOS DE PEDRA, a 6ª FESTA FLORES DE PEDRA, que vai ter de tudo a partir das 16 horas, desfile cultural, oficinas artesanais, Coro, Banda, danças, Grupos NONI e RAGAZZI DEI MONTI, comidas típicas. Imperdível!
  • Governo do Estado vai gerir FUNDO de seis bilhões e meio de reais, com apoio do governo federal, para obras anticheias. E, o Governo do Estado vai investir trinta milhões de reais para a promoção do RS como destino turístico. LEVANTA RIO GRANDE!
  • Nesta segunda-feira, no SALÃO DE EVENTOS DO CIC-BG, prosseguem as comemorações pelos 100 ANOS DO HOSPITAL TACCHINI.
  • A ULBRA, instituição educacional que tem 40 mil alunos no Brasil, devia 6,2 bilhões de reais ao Governo Federal, acertou a conta pagando 622 milhões em parcelas mensais.
  • Caxias não sossega. Depois de receber 17 milhões para obras no aeroporto de Caxias, agora chegou à conclusão que o nevoeiro está atrapalhando e retomou com força a ideia e empenho da construção do Aeroporto de Vila Oliva. De janeiro a junho foram feitos 1.957 pousos em Caxias, destes 75 foram alternados, ou voltaram para São Paulo, ou tiveram que pousar em Florianópolis, por causa da neblina.
  • Morreu Juarez Baruffi, outrora Vereador e Líder político que, inclusive, havia sido agendado para candidatura a Prefeito com possibilidades eleitorais.
  • Nesta terça-feira, 18:00 horas, na CAVE DA AURORA, o lançamento da VIGÉSIMA QUARTA EDIÇÃO DO ELES NA COZINHA, EDIÇÃO ESPECIAL ABRAÇO SOLIDÁRIO.
  • Em 2070 40% da população do RS será idosa, 60 anos ou mais, hoje 20,15% é idosa.