Os candidatos a candidato
Bem, como diria o narrador esportivo Silvio Luiz “lá vamos nós…”. Falta analisarmos os candidatos a candidatos do MDB, PTB e PDT. Estes três partidos lembram, no momento, aquele programa humorístico que tinha os dois índios: “pezinho pra frente, pezinho pra trás”. É assim que a coisa está acontecendo, um dia um avanço, no outro um retrocesso. Neste cenário Alcindo Gabrielli, do MDB, demonstra tranquilidade, ele é candidato e acompanha a movimentação com o espírito cristão “vinde a mim as criancinhas porque delas sairá um vice”. Mas tá difícil, nestes três partidos há uma série de candidatos a prefeito, a vice, bem vice é vice, já viram Grêmio ou Inter se contentar com o vice-campeonato? O Vice de Gabrielli deverá sair do PDT, ou do PTB, porém, anotem, eu não descarto que o Vice de Caleffi saia do PP e que Gabrielli pode até vir a ser o Vice de Caleffi. A candidatura de César Gabardo “perdeu musculatura”, diria um político. César é “influencer” no PDT e no PTB, adota a posição filosófica correta de “se me quiserem, mas de maneira unânime, serei candidato”. Mas, cá pra mim, não será candidato a nada. Como Vice, tem seríssimas restrições por medo de suas reações, como candidato a Prefeito não está conseguindo agregar, pelo menos até o momento. Não vejo também a mínima chance da união MDB-PTB-PDT. Arrisco um palpite: o Vice de Caleffi sairá do PDT, o PTB continuará no lado de Pasin ou dará um Vice para Gabrielli porque o PTB se diz “muito chateado com Caleffi, que nos abandonou”. Gabrielli tem ainda a alternativa do Delegado Álvaro Becker como Vice, porém eu apostaria na vontade do Delegado de ser Vice de Caleffi. Vocês já deram pão pros peixes? Observaram que a primeira medida deles é não deixar os colegas peixes chegarem antes para abocanhar o pão? O tabuleiro político está assim no momento. Com o adiamento da data da eleição, as “negociações” serão refeitas ou melhor pensadas. É tão bom assim ser Prefeito? Segundo o ex-Prefeito Aido José Bertuol, não! Eu quero ver o que ele vai fazer, prefeitura sem dinheiro, cheia de problemas e, depois de Pasin? “Bem, eu diria (eu dizendo de novo!) que, eleição vai, eleição vem, Bento sempre espera por um Messias. Segundo Bento, nas suas mazelas, espantando o vírus como se fosse mosquito e, achando que Prefeito faz milagres e, não que tem que escolher o mais preparado, o mais competente, o que tem maior possibilidade de governabilidade, o que tem melhor proposta.
A posição do governador
As estatísticas em relação ao vírus não favorecem Bento. Assim, de acordo com suas análises e estudos “científicos” e, armado com o poder outorgado nossos “ilustres Ministros”, o Governador fixou normas e avaliações. E, lá vamos nós provar que “formiguinha não é elefante”. O Prefeito acatou a decisão do Governador, após protestar. As Entidades e os comerciantes protestaram. Após, o Prefeito trabalhou, o CIC ajudou, estudos foram feitos e o Governador, diante deles, vai certamente reconsiderar. Solução, meu nome é trabalho. Diante da maior autoridade política do estado, de nada adianta sermos bonitos, de nada adianta termos uma das melhores unidades hospitalares do Brasil, uma capacidade imensa de mobilização, a visão dele é que são 850 infectados, este índice tem que baixar, aplique-se a lei das probabilidades e “cientifica”. A economia entra em colapso? O Governador sabe disso, burro não é, sabe que se a economia não gira o estado não arrecada, se o estado não arrecada, não paga os compromissos. Que razões o levariam a não flexibilizar? O medo e a responsabilidade que foi colocada nos seus ombros. Contestando a postura do Governador, esta semana ouvi uma importante liderança dizer “ninguém pode tolher o meu direito constitucional de ir e vir” e, ainda acrescentou “de ser”. Mas quem tolheu esses direitos parece ter sido (salvo melhor juízo, diria um advogado amigo meu) os Ministros do Supremo. Tem razão o Prefeito ao dizer que, minimizando o problema criado em Bento, “lei tem que ser cumprida”. Assim esses protestos não surtem muito efeito, só desgastam. Feito o balanço, com o cerceamento da economia, perdem também os cofres públicos (federal – estadual – municipal) e perdem os trabalhadores, perde a sociedade. Os efeitos? Vejam um. Um líder comunitário se mobilizou para auxiliar alunos de uma escola que não tem computador em casa, um problema diante da decisão de ministrar aulas de maneira não presencial. Conheço uma residência em que a dona de casa cuida de 8 crianças que deveriam estar na creche para os pais poderem ir trabalhar. O Prefeito sabe disso, o Governador sabe disso, com suas decisões eles estão colocando em jogo seu futuro político. Sem levar em conta de que em torno do vírus também se generalizou uma irresponsável disputa política, temos que ter serenidade, sem extremismos. Se meu avô estivesse vivo e, observando a mobilização política, diria, certamente: “tem que levantar a bunda da cadeira”. Se ele olhasse para o Congresso, certamente bradaria uma expressão que sempre usava: “vagabondi”. E Darcy Pozza diria “tem muito manha guadanha” (tradução: ganha e não trabalha). As redes sociais são um bem e um mal. Um mal para certos políticos.
Onde está o vírus?
Bento é uma cidade bonita, agradável, “italianesca”, “toscanesca”, chego a pensar que o Corona fez um ‘programete’ levando em conta esta beleza e mais a possibilidade de um passeio de Maria Fumaça, a democrática maneira de ir, vir e ser sem máscara, um passeio lindo e descompromissado pelo Vale dos Vinhedos, um descanso à sombra das orquídeas e bromélias onde o seu concorrente “mosquito da dengue” parece ter ficado com medo e ido embora. “Bah, todo mundo vai a Bento, eu vou também”. E, assim, somos imbatíveis “até na hospedagem do vírus”, mais de 850 casos, ninguém nos bate no estado. Mas, onde está o vírus? Farroupilha sabe, está nos bairros, outros municípios também estão localizando o inimigo. E nós, sabemos onde está o vírus? O Prefeito sabe, o Tacchini sabe, mas não divulgam. Formamos um exército de combate, estamos com plenas condições de hospedar e tratar os feridos da guerra, mas, como numa guerra, é preciso saber onde está o inimigo, impedir que avance, intimidá-lo, cercá-lo, isolá-lo, bombardeá-lo no seu campo. As resistências da sociedade civil organizada ajudaram ganhar a Segunda Guerra mundial. Passo todos os dias, para vir ao trabalho, em frente a uma Entidade Assistencial de significativa importância social, repito, todos os dias e eu vejo gente humilde dos bairros, sentada “a beira do caminho”, e “todos xuntos e misturados”, SEM MÁSCARA. Quem garante que o vírus não esteja também ali alojado? Afinal, não importa a condição social do receptador, importante é estar em Bento?