BORA PRAIA

Esta segunda-feira, véspera de feriado, foi assim: cortador de grama e lava jato na caçamba e “bora” pra Xangrilá: corte da grama, lava jato no pátio e limpeza geral com vassoura na mão, sempre. Na viagem de ida e volta ouvi, do meu “assessor empresarial para assuntos extraordinários”, uma história baseada em “fatos venéreos” como diria aquele comediante da “A Praça é Nossa”. Ela aconteceu no sábado que passou e, nas mãos do Spielberg daria um excelente filme de suspense, nas minhas mãos ela virou um conto que denominei “Os Trapalhões da Zanta” (Os Trapalhões do Rio das Antas). Ri a viagem inteira porque ela me foi sendo contada aos poucos, nos seus mínimos detalhes. E me dei ao trabalho de que, o me depoente, a confirmasse, por telefone ao Itacyr Giacomello que virou assim “testemunha celular de que os fatos, narrados a seguir, são reais, aliás tudo que afirmo nas colunas que escrevo posso comprovar, se não puder, não escrevo.

A IDEIA DAS PESCARIAS

Os personagens são dois conhecidos meus, um é assessor, o outro, ex-assessor, os dois posso considerá-los amigos. Um tanto cansados de jogar bisca nos sábados com os amigos, resolveram inovar, nestes tempos de inovação. Chegados numa pesca, um perguntou pro outro: “vamos fazer umas pescarias”? “Vamos, mas, como vamos pescar, de anzol”? Perguntou, respondendo o outro pro um. Alguém lá na “Zanta” (o termo Zanta é por minha conta) pode nos alugar um barco, pagamos com um engradado de cerveja”. Selado o acordo foram para a primeira pescaria. O barco não era lá essas coisas, agravada a situação pelo uso histórico, até pelo corpo de bombeiros no salvamento de desaparecidos no local. Considerem também que os dois ocupantes do barco pesavam em torno de 200 quilos. Quando um ficava de pé na ponta do barco para jogar os espinhais o outro tinha que ficar equilibrando o “velho barco” que ameaçava virar. Mesmo assim entrava muita “água na Kombi”, quer dizer barco. Na primeira pescaria, veio um lambari, coitadinho. Na segunda, veio uma traíra bebê e dois lambaris. Os dois amigos entenderam, convictos, que o problema não era eles, os pescadores, mas sim o barco alugado que sacudia, sacudia, quase virava. Resolveram então construir um barco novo, madeira nobre, anti vazamento, design da engenharia viking que priorizava também a velocidade. Lá foram eles orgulhosos estrear o barco lá pelas bandas da ponte de Cotiporã, num sábado a tarde. Ao recolher anzóis e espinhais a pescaria evoluiu, vieram uma traíra bebê e 3 lambaris que devem ter fugido da creche da CERAN. Mais uma frustração que não abateu a moral da pensão, era preciso tempo para ajustar o homem ao barco e ao remo. Mais esperançosos e animados planejaram a quarta pescaria. No sábado que passou foram para a beira do rio com o carro, o super barco: remos, lanterna elétrica (tipo vagalume, acende e apaga), muda (uma) muda de roupa, espinhéis, guarda chuva, capa e uns inocentes peixinhos como isca. Marinheiros a bordo, equipamentos também, bora pro rio, eram 4 horas da tarde. Missão: colocar os espinhéis, doze, mais uns anzóis, abaixo de chuva. Em determinado momento amarraram, em cada espinhal, uma sacola branca vazia que era o marco, no meio da chuva intensa de onde estavam os espinhais. Lá pelas 10 da noite constataram que as sacolas haviam sumido. A pergunta que não quer calar brotou de um pro outro e do outro pra um: “onde estão os espinhais”? Levantei a hipótese, ao ouvir a história, de terem os peixes entendido que dentro de cada sacola pudesse haver “um panetone natalino”. A procura dos navegadores agravou-se pelo fato de que a lanterna comprada no 1,99 só mantinha carga por 2 horas, depois começou a piscar como um vagalume em solidariedade. Lá pelas dez horas, quatro horas depois da partida, eles constataram que a lanterna “não tinha possibilidade de ser carregada no barco, porque não tinha energia”. Assim, a procura dos espinhéis sem as sacolas não surtiu efeito. O barco então navegou na beira do rio com a “navegação de galho em galho”. O trem passou e houve um comentário: “mas quando nós estávamos andando o trem tava do outro lado. Dito isso, logo a seguir, constataram também que estavam na ponte do Rio das Antas, deveriam estar lá em baixo na Ponte de Cotiporã. Não se deram conta de que o barco novo absorveu também o espírito de inovação, fez a curva sozinho. Sim, o barco virou sozinho sem avisar e navegou na direção contrária pela margem. O trem estava certo, eles errados. Deixando a ponte nas costas, voltaram e chegaram ao destino às 11 horas. Foram então 5 horas de navegação, de experiências, os peixes ficaram rindo a noite inteira com a “sacola nos dentes”.

O ABRIGO

Chegaram de volta, na ponte certa e, na casa que os abrigou teve banho, fogueira para aquecimento e secagem. Um dos amigos (pescadores) com pena do peixe ia jogá-lo de volta no rio quando o anfitrião disse: “olha meu filho limpa o peixe e tira o couro e tu pode fritar, leva junto um saquinho que tem umas traíras que pesquei, vai ficar bom”. A autoestima estava preservada. Nesse meio tempo os dois pescadores fizeram um pacto: “ninguém deverá saber o que aconteceu aqui”. E, um deles disse: “minha parte do barco está a venda”. O amigo dele tinha uma muda de roupa que emprestou, mas a cueca não tinha para emprestar, então foi “roupa seca na cueca molhada” que vazava de passo em passo. Depois de conhecerem os galos de rinha do filho do dono da casa, que em competições, lutam até a morte, foram até o automóvel onde estava o celular. Comunicação de imediato para as famílias que já haviam instaurado um inquérito de investigação. Enquanto eles voltavam para casa as vizinhas conversaram entre si e a história correu. Quando um dos amigos chegou em casa uma vizinha na janela gritou: “como é amigo, usando roupa nova”? Ela sabia e, ele, constrangido, olhou para o calçado, que virou lancha, e constatou que “a cueca continuava vazando água”. O outro amigo, o da lanterna, foi até o 1,99 e deu uma sbrontolada (bronca) “tu me vendeu uma lanterna, que durou 4 horas e tinha luz de vagalume. Eu não quero, vim te devolver”. “Não, tu me dá está e eu te dou uma que a luz dura 12 horas. Se vocês não se perderem por mais tempo, vai servir”. Resolvido. Ao chegar em casa a ideia de vender o barco foi abandonada, afinal agora eles tem “uma lanterna de 12 horas de duração”. O que eles vão fazer para sinalizar, com segurança os espinhais, não sei, o assunto está em análise. No domingo, pela manhã, tempo bom, 5 horas, voltaram lá para recolher os espinhais e anzóis. As sacolas? Os peixes levaram lá para a beira do Guaíba.

Minha lanterna elétrica: quando preciso dela está descarregada e, quando vou carregar falta luz.

CURTAS E PODEROSAS

• Passei correndo por postagem na rede social que mostrava um sujeito fazendo salsicha de churrasco com carne de cobra. Vai ser difícil eu voltar a comer salsicha. Vida maluca!

• ESTRADA DO VAREJÃO, PORTO ALEGRE. Uma idosa de 65 anos foi encontrada pela Brigada ao lado do carro dela que havia incendiado. Com sinais de embriaguez, colocaram nela o bafômetro que explodiu, pois a carga de álcool, presumo, ela havia ingerido num posto de combustível. Mas, enquanto os dois soldados brigadianos, olhavam para ver se havia alguém a ser salvo no carro incendiado, a dita, vendo a porta do carro da Brigada aberta, entrou nele e saiu estrada afora, foi aquele Deus nos acuda. Quilômetros adiante, interceptaram a DUSTER em que a alcoolizada idosa estava e declararam o TEJE PRESA! O veículo da Brigada estava intacto, dai a dedução que entre o álcool do tanque e do organismo da mulher não havia diferença. O carro incendiado? “O motor não aguentou a volatilização do álcool que vinha de dentro do carro”. Robe de mati, diria me Nono.

• Vilson Sauressig, 60 anos, foi fazer uma cirurgia na Santa Casa, em Porto Alegre, para retirada de um tumor no cérebro. Durante o procedimento ele ficou tocando seu saxofone para que os médicos, “não mexessem na parte do cérebro que permitia que ele tocasse o sax, paixão dele como músico que era. Ao ler a notícia meus estímulos mentais me levaram a concluir que se eu tiver que sofrer uma cirurgia, vou pedir aos médicos que preservem minha “vontade de comer bolo”.

• Assistam na NETFLIX a série O SEGREDO DA FAMÍLIA GRECO, fundamentada na vida real de uma família Argentina. E constatem até que ponto chega a degradação humana.

• NOVAS CEPAS DO CORONAVÍRUS são a nova ameaça e, a vacinação, ainda é apontada como a maior arma contra o COVID. GALVÃO BUENO, comunicador e empresário milionário, é a mais recente notoriedade nacional que o vírus assaltou. Fique de olho nos sintomas: problemas respiratórios; resfriados; coriza; dor de garganta; tosse; dor no corpo; mal estar e febre.