A visita do Zeca, baita cara, baita líder

Esta semana fui surpreendido por uma grata visita, há tempo combinada, porém foi muito mais rápida do que o pretendido pois eu tinha um compromisso inadiável. A visita de JOSÉ ZORTÉA, Economista, professor, Vice-Prefeito, Presidente do CIC, liderança maior do SENAI RS por 14 anos, mais de 40 viagens a Europa a trabalho e por aí vai, um vasto currículo que ainda está a serviço do Município, com ideias, sugestões, críticas construtivas e a alimentação da comunidade de amigos entre os quais eu me incluo, desde os 13 anos de idade. Nesta idade, até os 16 anos, vivíamos juntos, éramos vizinhos. No corredor da casa dele e da Loja do meu pai, jogávamos “cabeça” em fins de tarde. Um cabeceava uma bola, do tamanho da de tênis, o outro defendida, se o goleiro rebatia valia chutar com os pés. Disputávamos torneios, eu, ele e o Agenor Pértile, o ZECA sempre perdia, tinha dificuldade em defender bolas cabeceadas junto ao chão e contra a parede. Perdia no jogo mas, não perdeu para a vida. Tornou-se um profissional extremamente competente, leal e estudioso, sempre requisitado para missões especiais. “Uma delas foi me ensinar a fazer escritas contábeis”.

O aprendizado

Eu era egresso da Escola Modelo do Colégio Aparecida, referência Nacional e Sulamericana. Coerente com aquele ditado que meu avô sempre repetia “a gramática não faz a prática”, teoricamente eu sabia tudo, na prática não sabia o suficiente. Aos sábados a tarde ZECA se dispunha a me ensinar a prática contábil eu precisava muito, meu orçamento aos 22 anos era deficitário, ganhava 60 e as despesas orçadas eram 90, que moeda eu não lembro. Assim, eu fui atrás, consegui que a contabilidade de três empresas, inclusive a Eletro Girondi, ficasse aos meus cuidados, com isso eu equilibrei meu orçamento e fui em frente. Muitas e muitas vezes lá vinha o ZECA com seu lápis e sua borracha, eu adepto de canetas e detestador de lápis e borrachas, cujos efeitos colaterais eram difíceis de limpar, “fregole” por tudo que é canto. Os ensinamentos do Amigo foram importantes na minha vida, diria que fundamentais, ZECA, me deu “uma alavanca e eu movi a montanha”. A partir daí trabalhava aos sábados e domingos pela manhã mas equilibrava o orçamento, o que era importante, era “matar ou morrer”. Sem sacrifício e trabalho duro ninguém chega a lugar nenhum, a não ser que ganhe na SENA, hipótese na qual eu não apostaria se fosse jovem.

Veia poética

Pois ZECA compreendeu sobre o pouco tempo que tínhamos para conversar na visita, e confessou “vim com um objetivo específico”, e me deixou curioso, o que será, PANDEMIA, DESABAMENTOS, ENCHENTES, LULA, BOLSONARO, o que será? Ao falar, ele começou a demonstrar sua elevada veia intelectual e poética. Disse ter lido, recentemente, os três volumes da Comédia de Dante, meu Deus, eu exclamei, e me mostrou uma conceituação tirada de sua leitura pertinente aos dias atuais. Daí a pouco ZECA tirou do bolso, ou melhor, abriu um papel dobrado que estava sobre a mesa e, depois de confessar que fazia alguns poemas, começou a declamar um poema dedicado a Bento que, tanto ele quanto eu, amamos muito porque também somos instrumentos da vegetação de sua evolução e progresso, viram, roubei um pouco do lado poético do meu amigo. Reproduzo ao lado o teor do que classifiquei como POEMA DO ZECA, cheio de significado atual e amor pela nossa Bento. Observem que tem até estribilho, como bom músico com seu clarinete que ele foi.

O clarinete infernal

Todos nós no trabalho no piso inferior e, lá em cima, tava o Zeca com seu clarinete. Todo dia, durante duas horas lá vinha ele, nos primeiros 6 meses só saía o “PI” e nós torcendo para que saísse o “PIPI”, caminho mais curto pra ouvir uma música inteira. No segundo semestre, saiu o “PIPI”, no primeiro semestre do segundo ano saiu o “PI, PIPIPIPI, PIPI”. E, no segundo semestre do segundo ano saiu uma música inteira, uma linda música clarinetada pelo ZECA, lembro que festejamos todos, estávamos em 6 pessoas mais eu, passador de calça a ferro e aprendiz de costureiro de entretelas. Combinamos, meu pai combinou, um churrasco comemorativo a primeira música solo no clarinete do ZECA, “um amor de pessoa que se tornou , ao tocar uma música inteira no clarinete, também um amor de músico”. Fosse hoje o momento da música solo no clarinete do ZECA, eu cantaria pra ele “AMOR I LOVE YOU” da Marisa Monte, dado o fim do “suplício”. Da música solo a apresentações coletivas, inclusive na BANDA MUNICIPAL que, depois que ZECA desistiu dela, ela não se apresentou mais, kkkkkk! Fiquei na expectativa de que o “clarinetense” bento-gonçalvense se apresentasse no TEATRO COLÓN DE BUENOS AIRES, no SCALA DE MILÃO, na CIDADE BERÇO DA MÚSICA, VIENA, mas, isso não aconteceu. Bem, fim da retrospectiva “MINHA VIDA COM ZECA”, não sem antes dizer que ao descer na escada aqui na empresa ele se amparou no corrimão e exclamou: “as pessoas com mais de 80 anos têm que se amparar no corrimão”. Olhando a coisa pelo lado bom ZECA, o que seria dos CORRIMÕES sem os idosos de 80 anos? Lembro do que disse ZAGALLO “vão ter que me aguentar”. Vão ter que te aguentar, os corrimões, por mais uns longos anos. Com teu saber, tua veia poética, com teu clarinete e tudo mais. Sempre lembra do PEQUENO PRÍNCIPE “TU SERÁS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL PELO QUE CATIVAS”. Abraço Amigo, quis mostrar nossa convivência, seu significado e importância para mim, usando minha “VEIA POÉTICA”. Será que consegui? Se sim, tu não é o BANCO DO BRASIL, mas tua visita VALEU DIVIDENDOS, capicce amico mio? Salute e retorna suvito!

O nome do meu município

O NOME DO MEU MUNICÍPIO
VEM LÁ DO CORAÇÃO DO PAMPA
DA ALMA GAÚCHA QUE AMA!
DOS FEITOS DA NOSSA HISTÓRIA
FRUTO DE LUTAS E GLÓRIAS
CONSAGRADO NA MEMÓRIA!

O NOME DO MEU MUNICÍPIO
COM VIRTUDE E LIBERDADE
MOSTROU VALOR DA CONSTÂNCIA
FEZ-SE HERÓICO EM SUA GUERRA
E SERVIRAM SUAS FAÇANHAS
PRA MODELO A TODA A TERRA

O POVO DO MEU MUNICÍPIO
COM UM TRABALHO MUI FECUNDO
FEZ DA SUA PRÓPRIA CIDADE
GRANDE MONUMENTO “DE VERDADE”
AO HERÓI QUE HOMENAGEOU
NO NOME QUE LHE EMPRESTOU!

O NOME DO MEU MUNICÍPIO
QUE NO MUNDO, INTRÉPIDO VAI
GAÚCHO PRONUNCIA DE PÉ
CORAÇÃO ACELERADO NO PEITO
POSIÇÃO DE SOLENE RESPEITO
TAL QUAL O HOMEM QUE TEM FÉ

Estribilho
O NOME DO MEU MUNICÍPIO
O NOME DA MINHA CIDADE
SE POR UM ACASO NÃO SABES
TENHO ORGULHO EM TE DIZER
É “BENTO GONÇALVES”!

Curtas e poderosas

  • Em 2023 as despesas do Judiciário somaram 132,8 bilhões de reais um aumento de 9%em relação a 2022. Os gastos correspondem a 1,2% do PIB, 2,3% das despesas totais da União, Estados e Municípios.
  • Levantamento da REAL TIME BIG DATA, mostrou que 67% dos brasileiros, entre 16 e 35 anos, sairiam do Brasil se pudessem. Pesquisa foi feita em 117 municípios do todo o país e ela aponto também que 18% admitem estar decididos a buscar alternativas no exterior em 2024.
  • Dizem os entendidos que o consumidor deve levar em conta três itens ao comprar um bom azeite de oliva extra virgem: cor do frasco deve ser escura; olhar a validade na embalagem assim como a acidez que deve estar entre 0,8 e 0,2% pois quanto menor o número mais saudável o azeite.
    Deve ser levado em conta também que quanto mais novo o azeite melhor qualidade; por fim, se possível fazer uma degustação, quanto mais picância na língua melhor será o azeite porém a picância deve descer garganta abaixo.

Registro de Pesar

Faleceu BETO VALDUGA, meu amigo, muito amigo. De um lado na juventude, eu convivia com o ZECA ZORTÉA e AGENOR PÉRTILE, do outro com a turma do Clube Aliança. Entre outros, BETO VALDUGA, FAUSTO MICHELIN, RENATO MICHELIN, DALTRO DE ABREU, também grandes amigos e de grandes jornadas. Próxima coluna dedicarei ao BETO, uma jornada de vida histórica.