FIRMINO ESCRITOR
O Enólogo, empresário, líder comunitário e escritor homenageado da FEIRA
DO LIVRO, FIRMINO ESPLENDOR, me obsequiou com um exemplar de cada livro que editou. São 13, uma coletânea que constitui um grande acervo literário e cultural.
Vejam quais são:
Genealogia dos Descendentes e familiares de Antonio Splendor e Chiara Pellegrini; Ricordi dela Famiglia Splendor; 4° Encontro da Família Splendor; Memória da Família Splendor no Brasil; As Origens e Descendência SPLENDOR no Brasil; a Uva, o Suco, o Vinho e Suas Propriedades; Análise Sensorial em Perguntas; a Epopéia da Uva Isabel no RS; 60 Anos da Escola de Viticultura e Enologia; Artifíces da Uva e do Vinho; O Eco do Vinho (poesias); Enoturismo; Subprodutos da Uva e do Vinho; e, o Vinhos e Licores. Faço considerações, fui colega de Firmino, ele na primeira turma, eu na segunda, da Escola de Enologia. Ele era estudioso, profundo analista, virou Enólogo, Vinicultor e fabricante de licores. Um dia ele me disse “Henrique, o meu licor de chocolate é o único que tem chocolate”, interessante eu disse, “me dá um litro”, muito boa mesmo foi minha conceituação depois de provar. Ele virou Enólogo e empresário e eu virei enólogo “testador de vinho”. Na capa de um dos livros de FIRMINO, o brasão da família, da época
medieval dos cavaleiros nobres. “Sem cavalo”, Firmino se tornou um cavalheiro. Ele foi atrás, encontrou as origens na bela Vicenza que eu visitei na Itália onde comi, numa cantina subterrânea, um delicioso bacalhau com o precioso vinho SCAIA, inesquecível porque no local havia também uma Enoteca e, o piso, reparem, era de vidro e, dentro dele, classificadas, havia peças valiosas do espólio Romano. Ques- tionei o do porque estarem ali, veio a resposta: “o Governo, que não pode cuidar de tudo, nos dá as peças em comodato, nós assumimos o compromisso de preservá-las. Seguidamente vem um auditor do
instituto histórico fiscalizar. E vocês estão almoçando num ambiente rústico, com Enoteca, colocando seus pés no patrimônio histórico do império Romano. Um momento inesquecível na linda Vicenza de Firmino, o almoço e seu significado. Quanto ao brasão da família, eu tenho o brasão da família Caprara, quando estive por lá vasculhei antiquários, questionei a tal ponto de ter entrado numa loja pareci-
da com a antiga CASA KOFF do Willy, na qual estava escrito no letreiro: CASA CAPRARA – tecidos e aviamentos. Entramos, eu e o então Prefeito de Nova Prata, hoje falecido, Nagib Stela Elias. Ele atendia duas “vecchetas” eu insistia na pergunta, “gaveo parenti vu em Brasil”? (o senhor tem parentes no Brasil?). E ele não me dava bola, continuava atendendo e, eu, “pentelhando” com a pergunta.
De repente, ele deu um soco na mesa e esbravejou dizendo: “no go parenti mi em Brasil, tutti macaqui, tutti indie”. O Nagib partiu pra cima dele, eu tive que derrubar o Nagib no chão e, ao levantá-lo,
fomos expulsos da loja. Em Veneza, num antiquário, vi o histórico da família Caprara, eram pintores famosos. Numa recente viagem a Itália, no visitar o Duomo de Milão, no corredor da direita, eu pisei no tumulo do CARDEAL CAPRARA, sei lá quem foi, pode ter sido até um “inquisidor” da Igreja. A minha busca continuou quando me hospedei em BERGAMO, 30 dias antes da pandemia
invadir a cidade, que teve mil mortos. O dono do hotel olhou meu passaporte e disse “Caprara”? Si, Caprara, perque? “No i go mia cata qua in itália”. “Má qua im Piemonte le pien de Caprara” ele disse. Na próxima viagem, se acontecer, vou procurar os CAPRARA no PIEMONTE, o único lugar da Itália que não procurei por eles. Se os encontrar será que também vão me chamar de índio e macaco? Ao analisar toda a obra literária do FIRMINO eu chego à conclusão de que naquela caderneta de compra em armazém de antigamente, ele não anotava as compras e sim passagens de vida e que, num dos bolsos, ele carregava uma Kodak. Tudo é riqueza de detalhes e estudos aprofundados, há muito trabalho na formatação desse acervo histórico e cultural. Parabéns!
PEREGRINAÇÃO EM TORNO DO TACCHINI
Exames de COLONOSCOPIA e ENDOSCOPIA.
Após um tempo de marcação da reconsulta, lá fui
eu para a GASTRO, que não conheço bem a não ser
pelos olhos cintilantes, pois está escondida atrás da
máscara anti-vírus. Quanto a COLONO ela olhou
e disse “tinha um pólipo, foi retirado e enviado para
análise”. Quanto a ENDOSCO, tem uma bactéria
instalada aí, vamos fazer um tratamento de choque
de 30 dias. Lá fui eu para a farmácia buscar os “mo-
lotof” para combater a “BAQUETÉRIA”. Entrei
na farmácia – cujo nome preservo – tive a sensação
de estar entrando numa loja de conveniências, com
atenção especial no “chips de batata doce”. Lá vieram
os MEDICA, valor R$380,00, fiquei apavorado,
15% do meu salário de aposentado. Após 31 anos de
contribuição, devia estar recebendo 7 mil e estou re-
cebendo R$2.300,00 e não é culpa só do Bolsonaro.
Falei para a atenciosa atendente: “tenho duas alter-
nativas mas, acho que nenhuma”. Ela disse: “posso
ajudar”? Eu disse: “não, porque a primeira alterna-
tiva é levar adiante a ideia de “assaltar um banco”
mas não dá, tu não vai ajudar e, se ajudar, vai presa
também. A segunda alternativa é eu ir na farmácia
da UPA, mas também não dá, não vai faltar quem
vá dizer, um montão de gente vai dizer, que “o Hen-
rique Caprara foi buscar remédio gratuito na UPA
quando ele pode pagar”, embora tenham me dito
que muita gente “dinheiruda” vai pegar remédios lá.
Como posso pagar se eu estou condenado a receber
R$2.300,00 por mês de aposentadoria e estou traba-
lhando 10 horas por dia para poder “sobreviver”? O
LULA disse que vai dar um jeito nisso mas, quando
ele foi Presidente e a Dilma também, não deu, vai
dar agora? Tomara. Após estes pensamentos “ma-
léficos”, peguei o medicamento, dei um “até logo,
tenham um bom dia” e fui completar o meu “tour”
no entorno do TACCHINI, não sem antes dar mais
uma olhada no “chips de batata doce”.
PASTEL PREFERIDO
Como sempre faço, quer dizer, de vez em quan-
do, fui comer o melhor pastel de Bento, no bar
dos médicos, o BAR DO GERA. Pastel que vem
cheio de recheios, inclusive com um ovo duro in-
teiro dentro, só minha nona fazia pastel igual. Daí
fui até a Fruteira, dar um alô para as mudas de
tempero, eis que chegou uma senhorita, quase se-
nhora, parou, ficou um tempo olhando as mudas e
exclamou: “vou levar esta, foi amor a primeira vis-
ta”. Achei sensacional, me pus a rir e pensei “bem
igual a eu quando compro as mudas de tempe-
ro”. Uma coisinha aqui, outra coisinha lá, sai com
uma sacola e, quando estou saindo da porta, quem
me aparece, sabem quem? O Doutor Psiquiatra
Jaime Farina, o sempre “PASSARETA” para os
amigos, Psiquiatra “nas horas vagas”, pois ele é
dono do FARINA PARK HOTEL e INVESTI-
DOR IMOBILIÁRIO.
ENCONTRO FELIZ
Ele recordou nossos tem-
pos de Colega na Escola
de Enologia. Foi um papo
legal, descontraído, a tal
ponto de eu perguntar:
“me diz uma coisa JAI-
ME, tu é psiquiatra, e,
quando tu precisa, qual o
psiquiatra que te trata”?
He, he, he. Ele, rapida-
mente, pegou o celular e,
antes de eu parar de rir,
acessou e me mostrou,
dizendo, “olha aqui Hen-
rique, em Garopaba eu es-
tou construindo mais esse
prédio, e, eu não lembro
de onde, ele falou mais,
tô construindo esse”. “Tu
sabe qual é o nome do
meu psiquiatra? TRABA-
LHO”! Sensacional! No-
vos risos, até eu falar, “isso
mesmo JAIME, só come
picanha quem trabalha”.
Registro, para efeito de
ilustração, que já vi o
JAIME, lá no hotel dele,
de carrinho de mão, pá e
picareta, “botando a mão
na massa”. Poderia até se
dizer que ele também po-
deria ser considerado um
“operário padrão”. Abraço
meu amigo! Que tu sirva
de exemplo a “toda terra”!
FINADOS E PROTESTO
Pois hoje, dia de finados, dia que escrevo a coluna, ter-
minei a “guerra” contra a bactéria, mas lá fora, os Bolso-
naristas, continuam em “guerra”. Uma guerra que não
é bacteriana e que não precisa de antibióticos para com-
bater, só bandeiras, energia, tempo, ação em favor da
difícil e contraditória causa que defendem: intervenção
militar. Agora, bem neste momento, paro de escrever,
e vou visitar a minha gente – familiares, amigos – lá
no CEMITA. Tô com muita saudade dos que se foram
e eram próximos, ontem mesmo, tomei um MERLOT
que ganhei do Moysés Michelon. E, cheio de dor tam-
bém porque morreu o MANCHINHA, pet de minhas
netas Laura e Luiza. Era meu amigo, jamais o esquecerei.
Voltei, o CEMITÉRIO estava muito bonito, túmulos
bem cuidados, festival de flores belas, me veio a mente
o cemitério da RECOLETA, em Buenos Aires, um dos
maiores pontos turísticos da Capital Portenha. Conquis-
tadores, fundadores, autoridades, lideranças, estão todos
ali, eles construíram a Província. O cemitério de Bento,
não foge a regra, os que construíram Bento estão todos
ali. Entre os antepassados da minha família, tem quem
nasceu em 1873, sempre é bom falar com eles.