Direção investe mais de R$ 400 mil nas categorias de base do Esportivo, atualmente, visando a preparação de profissionais. Recursos são captados junto às empresas por meio da Lei de Incentivo ao Esporte
Aproveitar os jovens que estão nas categorias de base na equipe principal do Clube Esportivo Bento Gonçalves. Este é a principal razão para o investimento que é feito na preparação de jovens atletas, de acordo com o técnico da base e integrante da comissão técnica (auxiliar do treinador no time profissional) do Esportivo, Márcio Ebert, 41 anos, catarinense que trabalha na agremiação há quase cinco anos. Antes, por quatro anos, Ebert foi jogador dos times iniciantes em Bento, no antigo Montanha dos Vinhedos.
Como profissional do futebol já há 11 anos, o empresário do ramo de seguros, com formação em Administração de Empresas e licenciatura e bacharelado em Educação Física, conta que o projeto do clube contempla cerca de 120 meninos de sete a 14 anos, mais 30 na equipe de alto rendimento da equipe Sub-15, além da categoria Sub-17 com mais 30 jogadores, da qual é o treinador. Sobre o processo de preparação, Ebert diz que às vezes pode durar até 15 anos e, segundo ele, há meninos mais preparados, com técnica e preparo físico. “Tudo vai depender da concentração e persistência”, diz.
Pai de uma menina, Márcio diz que se tivesse um filho iria incentivá-lo para que tentasse, ao menos, ser um jogador de futebol. “O futebol proporciona muitas coisas boas na infância e adolescência, principalmente em socialização, disciplina, comprometimento, questões relacionadas com a organização que toda criança precisa aprender para entender a vida, sem contar o que significa para a saúde da pessoa, desenvolvimento da coordenação motora e cognitivo. Ser jogador de futebol é outra questão! Se o menino gosta, tem potencial, pode seguir na carreira. Acredito que todo pai deveria incentivar e colocar o menino no processo de iniciação”, afirma.
A evolução
O auxiliar técnico e treinador enfatiza a importância das categorias de base para um clube lembrando que no ano passado, quando o Esportivo disputou a Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho, o time principal contava com cinco jogadores da categoria Sub-17. E, neste ano, quando o grupo conseguiu o título de Campeão do Interior depois de 33 anos, eram sete os jogadores oriundos da base. “Esse é um número muito importante, sem contar que um deles, o Emerson, que saiu da Sub-17 no ano passado foi um dos grandes destaques”, lembra.
Importante
“O treinamento dos meninos segue uma identidade que vem desde o tempo do professor Acácio Egres. É um modelo que agrega uma grade curricular sobre o que a gente quer desses meninos, como formá-los e como fazer com que sejam disponibilizados para o profissional.
“Trabalhamos com uma metodologia que aborda todos os aspectos, conceitos e princípios modernos de jogo. Levamos em conta a cultura histórica do clube, a estrutura disponível e o que a direção quer para o futuro. Tudo isso baseia nosso planejamento para as categorias de base.
“Respeitando cada categoria e as características de cada faixa etária, a gende desenvolve um modelo de jogo em que padronizamos objetivos e o próprio ensinamento, aquilo que a gente quer que o menino aprenda nesse processo de sua formação ao profissional.
Márcio Ebert
Auxiliar técnico do Clube Esportivo Bento Gonçalves
Coronavírus prejudicou lançamento de jogadores
Com os treinamentos das categorias de base paralisados desde março, como medida de prevenção ao contágio do coronavírus, o Esportivo está sendo penalizado em um aspecto que poucas pessoas percebem. De acordo com Márcio Ebert, “isso é muito prejudicial para os meninos do último ano, e para o Esportivo mais ainda porque neste ano temos um grupo de atletas com muita qualidade, com potencial, só que vai faltar para eles mais tempo em campo e jogos fortes para que adquirissem ritmo e pudessem ser lançados no profissional. Essa pandemia fez com que a gente sequer tenha uma previsão de competições”, reclama.
Projetos
Recentemente a direção do Clube Esportivo conseguiu a aprovação de mais um projeto contemplando as categorias de base – Sub-17 – no valor de R$ 194 mil. O valor foi captado junto à empresa Mérica Transportes, segundo o presidente Laudir Piccoli.
Com o outro projeto em andamento e recursos já captados, estão sendo investidos na preparação dos novos jogadores R$ 414 mil, captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.