Após os elevados índices de chuva enfrentados pelo Rio Grande do Sul em maio, espera-se uma redução significativa das precipitações para o mês atual. Ao mesmo tempo, com as baixas temperaturas, aumenta a ocorrência de doenças respiratórias
Junho, o primeiro mês do inverno, teve seu início neste sábado, 1º, trazendo consigo perspectivas positivas, especialmente para as condições climáticas que tanto afligiram o Rio Grande do Sul no mês anterior.
Ainda neste outono já deve-se observar uma espécie de antecipação da estação mais fria do ano, pelo fato de que o inverno deve ter temperaturas mais baixas do que as tradicionais e ser mais longo que o normal. Isso ocorre em função da transição entre os fenômenos El Niño e La Niña.
De acordo com as projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), espera-se que o mês de junho na Região Sul do Brasil seja caracterizado por chuvas escassas, abaixo da média histórica. Essa perspectiva, embora possa contribuir para a redução dos níveis dos rios e lagos, os quais causaram danos significativos devido a enchentes recentes, é acolhida como uma notícia positiva. A expectativa é de que esse período de tempo mais seco ajude a drenar o solo, que se encontrava saturado pelas intensas precipitações anteriores.
No que diz respeito às temperaturas, a primeira metade do mês tende a apresentar marcas superiores à média histórica, com algumas cidades podendo alcançar temperaturas próximas aos 30°C. No entanto, prevê-se que o primeiro período de frio intenso ocorra após o dia 12, especialmente em áreas elevadas, onde são esperadas geadas.
Recentemente, o Inmet divulgou seu prognóstico climático abrangendo todo o território nacional para o próximo mês de junho. Esse relatório é de suma importância para agricultores, gestores públicos e todos aqueles que dependem de informações precisas sobre o clima para o planejamento de suas atividades.
Enquanto na região Sul espera-se uma diminuição das chuvas, no Norte do Brasil o cenário é diferente, com previsão de chuvas acima da média, o que pode beneficiar a terceira safra de feijão e milho. Essa disparidade ilustra como as variações climáticas podem impactar de forma distinta a produção agrícola em diferentes regiões do país.
Essas informações são cruciais não apenas para os agricultores, mas também para o público em geral, auxiliando na preparação para o que está por vir. Turistas e profissionais que dependem das condições climáticas podem se planejar de forma mais eficaz, evitando transtornos causados por imprevistos climáticos.
Após os elevados índices de chuva enfrentados pelo Rio Grande do Sul em maio, espera-se uma redução significativa das precipitações em junho. Essa mudança é justificada pelo fim do El Niño e do bloqueio atmosférico sobre o Brasil Central, que direcionou as chuvas para o Sul por um período prolongado.
A meteorologista Eliana Klering avalia positivamente o prognóstico para este mês, prevendo precipitações abaixo ou próximas da média, com volumes entre 120 e 170 milímetros, dentro do padrão para este período. Além disso, espera-se que as temperaturas fiquem ligeiramente acima da média para esta época do ano. “A média mais alta, de cerca de 180 milímetros, é registrada na região Noroeste. Pelas projeções estatísticas, teremos chuvas em torno desses mesmos volumes, variando proporcionalmente conforme a localização. E as temperaturas ficam levemente acima para o mesmo período do ano, entre 0,4°C e 0,6°C”, informa.
Apesar da possibilidade de ondas de frio intensas, porém breves, as geadas são esperadas apenas em áreas elevadas, como as regiões serranas. Ademais, a probabilidade de ondas de calor durante o mês é remota.
O que esperar do inverno
A estação mais fria, o inverno, terá início em 21 de junho, marcado pelo solstício de inverno, o dia mais curto do ano, e perdurará até 22 de setembro. De acordo com análises do site Climatempo, este inverno será caracterizado por frentes frias mais acentuadas, influenciadas pelo resfriamento do oceano Pacífico equatorial devido ao fenômeno La Niña.
Um levantamento recente da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) sugere uma probabilidade de 65% para o retorno do fenômeno até agosto deste ano. Se essa projeção se concretizar, o inverno de 2024 e parte da primavera apresentarão períodos mais frios e secos, principalmente na região Sul do país, enquanto o Norte e Nordeste poderão ser afetados por chuvas.
Doenças comuns da época
O início do inverno levanta preocupações quanto às doenças respiratórias. As baixas temperaturas favorecem a disseminação de vírus responsáveis por infecções como gripe, resfriado e covid-19, que ainda não foi totalmente controlada. Doenças como sinusite, rinite, asma e bronquite também têm sua incidência aumentada nesse período.
A transmissão dessas enfermidades é favorecida pelo confinamento em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que facilita a circulação de microrganismos, especialmente os vírus respiratórios.
O infectologista Marcos Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), destaca a importância da ventilação dos ambientes fechados para reduzir o risco de transmissão viral entre as pessoas. Além disso, a higienização adequada das mãos é crucial, com especial atenção para a lavagem completa, incluindo palmas, dorso, entre os dedos e punhos. “Todos devem manter o local ventilado, o que minimiza a chance de o vírus ser transmitido entre as pessoas, permanecer no ar por algumas horas e cair nas superfícies, contaminando muito mais gente”, explica Cyrillo.
Outras recomendações dos especialistas incluem a manutenção da hidratação, uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e o uso de roupas adequadas. Evitar choques térmicos é essencial, especialmente para pessoas com sistema imunológico comprometido, que são mais suscetíveis às doenças respiratórias. Em caso de sintomas graves, é fundamental buscar assistência médica imediatamente.
Os hábitos recomendados durante a alta dos casos de covid, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, evitar aglomerações e usar máscaras também são práticas que devem ser mantidas para evitar a proliferação tanto do coronavírus, quanto de outros, como o vírus da influenza.
Deve-se ter cuidado também com a manutenção do ar-condicionado, aparelho em que se acumulam bactérias outros agentes.