Venho dizendo há muito que nosso Brasil brasileiro não é para principiantes e, nos nossos últimos 60 anos aconteceu de tudo um pouco. Golpe militar, crescimento de 14% na década de 70, hiperinflação, governos militares, diretas já, governos de direita, governos de esquerda, governo de centro, PIB negativo, pandemia, dois impeachments, turbulência econômicas, internet, facebook twitter, inteligência artificial, empresas crescendo, empresas quebrando, novas universidades, inovações, mudança de moedas, planos econômicos…..
Entre as coisas que ainda não mudaram muito foi a centralização dos meios de comunicação de massa nas mãos de poucas empresas de mídia. Mesmo com o surgimento das redes sociais e todo o envolvimento que isso gera nas sociedades, a mídia de massa ainda detém grande poder de comunicação. Televisão, rádio, jornal, no Brasil e nos países subdesenvolvidos como um todo, há poucas redes que detém quase o monopólio das narrativas.
A mídia é considerada, no mundo, um quarto poder. O Executivo, o Legislativo e o Judiciário sempre tem, junto de si, o poder das empresas de comunicação. Por isso se diz que “a imprensa” em si tem esse poder todo. É bom que seja assim pois pode-se anunciar ao mundo governos ditatoriais ao mesmo tempo que se pode informar, lembrar, comunicar, falar de eventos e fatos.
Em países livres (não ditaduras ou países comunistas), a imprensa é livre. E tem que ser assim.
A imprensa tem que ser livre, mas também, independente.
Defendo há muito tempo também que haja mais e mais empresas jornalísticas, pessoas organizadas numa imprensa livre e independente. Em países desenvolvidos onde a renda é muito mais alta que no Brasil, há acesso direto por muitas pessoas de VÁRIOS CANAIS DE TELEVISÃO, por exemplo, e isso gera pluralidade de informação, de pensamento e de ângulos diferentes. Com muitas pessoas tendo acesso a muitas plataformas, canais, meios de comunicação, há diversas fontes e diversos pensamentos que conduzem ao pensamento geral de toda a sociedade.
Quando, num país, há poucos meios de comunicação, a população se vê com pouco acesso à pluralidade, eventos podem passar despercebidos, informações podem não ser acessadas por todos ou por grande parte das pessoas e isso pode conduzir a pensamentos e decisões distorcidas da realidade. Países subdesenvolvidos normalmente possuem essa realidade.
A internet mudou um pouco essa história mas vejo que, pelo menos no Brasil, ainda os grandes meios de comunicação dominam as pautas das notícias. As mídias sociais ainda não conseguem, sozinhas, informar tudo de tudo ( nem daria ) e fornecer acesso sobre um tema como, principalmente, a televisão ainda consegue. Isso pode mudar? Pode. Mas ainda vejo que, no nosso país, vai demorar até por movimentos da grande imprensa em tolher a internet do seu verdadeiro papel democrático, o de democratizar a informação.
Nosso país é ainda refém da televisão (e outros grandes poderios jornalísticos) e das narrativas de plantão. Não importa partido, nem governo; somos reféns das narrativas. Pelos menos, muitos brasileiros o são.
Só a educação resolve isso, mas leva muito tempo.
Portanto, para um futuro melhor a todo brasileiro, enxerguemos o que não é apresentado e ouçamos o que não é dito.
Pense nisso e sucesso.