Museu pode ser visitado de segunda a segunda sob agendamento e custa R$ 5 por pessoa (escolas) e R$ 10 (público em geral)
Fundada em 2008, no município de Farroupilha, a Casa da Cultura Sueca e Museu do Linho tem como missão preservar a herança cultural dos imigrantes suecos que chegaram à região em 1890, contribuindo para a diversidade étnica e histórica do sul do Brasil.
Vilma Bohm Tasca, proprietária e neta de Carl Johan Bohm, um dos pioneiros da comunidade sueca no país, narra com paixão a trajetória de sua família e a importância de preservar esse legado. “Meu avô adquiriu um lote na Linha Jansen em 1906, onde instalou a Fábrica de Cordas de Linho. A atividade de fazer cordas e barbantes de linho da família Bohm, teve início em 1847 na Suécia e foi trazida para o Brasil em 1890, onde funcionou até 1978 e hoje funciona como museu”, compartilha.

Preservando a cultura sueca
A Casa da Cultura Sueca promove visitas guiadas que vão além de simples exposições. Os turistas são convidados a experimentar a cultura sueca através da gastronomia, danças típicas e do contato com objetos históricos, como uma Bíblia de 1884, móveis rústicos, jornais que recebiam da Suécia, peças de roupas feitas à mão, crochê, bordados, panelas de ferro, carroça e ferramentas. Peças emblemáticas, como o maquinário artesanal para processamento de linho, atrai o público e conecta os visitantes com a cultura dos antepassados. “O turista, tem a oportunidade de observar no museu, desde a semeadura do linho até a fiação do barbante, juntamente com toda a história milenar da origem do linho e ainda pode ficar com o barbante como recordação”, salienta Vilma.




Segundo a proprietária, o maior desafio é garantir que a instituição tenha funcionários capacitados. “Recebemos de 8 a 10 mil turistas por ano. Nossa proposta não é a quantidade, mas a qualidade das visitas, pois queremos que o turista leve uma experiência memorável”, destaca.
Ela comenta que as visitas devem ser agendadas. “Como o nosso atendimento é agendado, então de vez em quando convidamos as escolas, e pessoas da comunidade. Em outros dias ficam para turistas”, frisa.
Vilma conta que os visitantes da Casa ficam encantados com a preservação dos objetos. “Todas as pessoas conhecem a modernidade, mas sabem que para chegar até os dias de hoje teve um longo caminho, trilhado por muitas dificuldades e ficam encantados ao ver como se deu toda essa trajetória”, reitera.




Intercâmbios e conexões internacionais
A Casa mantém intercâmbios culturais com organizações como o Centro Cultural Sueco de Ijuí e a Coletividade Nórdica de Oberá, na Argentina. “Participamos do grupo ‘Los Nórdicos do Cone Sul’ e também já fomos à Suécia , convidados pelo grupo ‘Amigos de Missiones’, com sede em Estocolmo. Os suecos também já participaram de muitos encontros nossos aqui no Brasil, já que temos contato com a Suécia, quase que diariamente. Além disso, estamos nos preparando para celebrarmos este ano os 135 anos de imigração, em data a ser definida ainda”, comenta.
Gastronomia
Depois da visita, uma boa opção é aproveitar o café colonial que o espaço oferece. A comida, claro, é típica da culinária sueca. Waffles, receitas com geleia, frutas, bolo de chocolate com natas batidas e morango; framboesas e amoras estão entre as guloseimas. O cardápio oferece também o tradicional pão seco sueco (uma variante do pão sem fermento, feito de forma integral). Mas o queridinho da casa, em termos culinários, é o famoso sanduíche aberto.
Planos e novos projetos
O futuro da Casa da Cultura Sueca promete ser tão vibrante quanto à sua história. Em breve, uma trilha de caminhada nórdica será inaugurada, como conta Vilma. “A trilha partirá do museu, se estendendo 1200 km, em local que dará acesso a um mirante com vistas deslumbrantes do pôr do sol”, enfatiza.
O agendamento para visitação pode ser feito pelo telefone (54) 99138-4095. O passeio pela casa dura entre 1h30min a 2h e custa R$ 5 por pessoa (escolas) e R$ 10 (público em geral). Quando há o agendamento do Café Cultural, a visita guiada é cortesia.