Cristo Rei e São Roque atendem em torno de 360 famílias com caridades
As Cáritas das paróquias Cristo Rei e São Roque de Bento Gonçalves, têm se dedicado a transformar realidades através de ações sociais voltadas às famílias em situação de vulnerabilidade. As Cáritas são organizações da Igreja Católica presentes em 170 países, que atuam em defesa dos direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável. As Cáritas de Bento Gonçalves estão subordinadas diretamente a Cáritas Diocesana da Diocese de Caxias do Sul.
Desde o início deste ano, as três Cáritas da cidade — Cristo Rei, São Roque e Santo Antônio — integram um sistema único de cadastro, evitando duplicidades e permitindo um acompanhamento mais eficiente. “Agora sabemos exatamente quem já recebeu e onde, o que nos ajuda a distribuir com mais justiça. Para cada bairro tem uma Cáritas responsável, a pessoa é redirecionada e cadastrada”, explica a coordenadora da Cáritas Cristo Rei, Elenice Gasperin. A reportagem com a paróquia Santo Antônio já está disponível através do link.
Cáritas Cristo Rei: acolhimento com dignidade
Coordenada há 15 anos por Elenice Gasperin, a Cáritas da Paróquia Cristo Rei atua com ênfase em atendimento direto às necessidades básicas, principalmente por meio da distribuição de alimentos, roupas e itens de higiene para cerca de 300 famílias cadastradas. A organização mantém uma estreita parceria com a Pastoral da Criança, atendendo crianças nos bairros Municipal e Pomarosa 2 — somando mais de 278 pequenos cadastrados — e acompanhando gestantes que, muitas vezes, não têm sequer o enxoval para seus bebês. “A nossa prioridade é não deixar ninguém sair daqui sem aquilo que veio buscar. Se chegou até nós, é porque precisa. Inclusive há muitos imigrantes, que não conseguem emprego por não ter a documentação em dia”, afirma Elenice.
Dessa forma, o atendimento se amplia para além das doações: há visitas domiciliares, avaliação de necessidades e encaminhamentos para saúde, assistência social e mercado de trabalho. “Atendemos todas as 24 comunidades/bairros que pertecem à paróquia Cristo Rei. Divulgamos a Cáritas, pois muitas pessoas não sabem do nosso trabalho prestado”, frisa Elenice.
O trabalho é conduzido por cerca de 20 voluntárias, muitas delas encontrando na ação comunitária uma nova razão de viver. “Elas chegaram com depressão, solidão e encontraram aqui um novo propósito, ajudar as pessoas e se sentir importante”, destaca a coordenadora.
Apesar da generosidade da comunidade, a Cáritas Cristo Rei enfrenta desafios, especialmente na obtenção de alimentos. “Recebemos muitas roupas, mas alimentos ainda são nossa maior carência. Queremos abastecer as 300 famílias, por isso fazemos campanhas para a população nos doar alimentos”, relata Elenice.
Campanhas em parceria com a catequese e venda simbólica de roupas ajudam a custear a compra de cestas básicas, fraldas e leites especiais. “Uma parte das roupas é doada e outra vendida para conseguirmos outros itens essenciais”, salienta.
A coordenadora também chama atenção para a qualidade das doações. “Não somos depósito de descarte. Precisamos de doações que possam, de fato, ser usadas por quem precisa. É uma questão de respeito, as pessoas precisam avaliar a qualidade de sua doação”, enfatiza.
Cáritas São Roque: solidariedade e espiritualidade
Na Paróquia São Roque, a Cáritas atua em paralelo à Sociedade São Vicente de Paulo (Vicentinos). Enquanto os Vicentinos fazem visitas semanais com atendimento mais pessoal, a Cáritas, coordenada por Denis Francisco Pocai, presta auxílio direto a centenas de famílias cadastradas.
A principal ação da Cáritas São Roque é a distribuição mensal de cerca de 60 cestas básicas, todas oriundas de doações de empresários e benfeitores anônimos. “Não temos fonte própria de renda. Nosso trabalho só é possível graças à generosidade dessas pessoas”, destaca Pocai.
Além da ajuda material, a entidade realiza encaminhamentos para oportunidades de trabalho e oferece apoio espiritual, reforçando o cuidado integral com cada indivíduo. A intenção é expandir essa atuação por meio da criação de brechós beneficentes, que poderão gerar renda para atender a outras necessidades emergenciais da comunidade. “Dessa forma, necessitamos muito de voluntários”, finaliza o coordenador.