Clacir Rasador
Esperando não cometer qualquer heresia, porém, mais do que dois festejados feriados prolongados em abril, a coincidência é que em ambos a traição sentenciou sem piedade os inocentes.
Semente da discórdia que nos presenteou com o trabalho – embora logo mais desembarcaremos em mais um feriadão no dia 01 de maio a festejá-lo -, a traição ao Divino, pela gula de poder de Adão e Eva, fôra a matriz do pecado original.
Embora a mudança, queiramos ou não, seja uma das leis da vida, a traição original não perdeu sua essência; entretanto, com o passar do tempo, nota-se, foi adornada com “criatividade”, pois exemplos não faltam.
Desde a “inocente” maçã, passando pelas 30 moedas de prata recebidas por Judas Iscariotes, seguindo a história e chegando aos 700 contos quitados pelo rei de Portugal da dívida de Joaquim Silvério ao trair Tiradentes, fato é que por baixo desta ponte da desvirtude da traição, seguem sítios, jóias das Arábias, camas suntuosas…e imagina que eu que criticava o berço esplendido do hino… Por maior aprendizado que a história nos proporciona, diariamente o erro da traição cedendo a tentação se repete nas mais diferentes relações sociais, embora não haja e jamais haverá valor que pague o preço da confiança, pois tal preço sempre será vil neste mercado espúrio da consciência humana.
Mas nada de pular feriados…Falemos um pouco deste Tiradentes, patrono na nação brasileira, cuja primeira lembrança que me vem é aquela imagem icônica dos livros de história, de um homem alto, de barba longa, vestido com um manto branco, envolto no nó cego da corda da forca sem misericórdia.
Certamente, o leitor lembra, até porque era “batata” cair nas provas, o motivo pelo qual Tiradentes foi enforcado: seu objetivo era libertar o Brasil do domínio de Portugal e, por sua vez, o povo da opressão, em especial, contra os altos impostos – isso que o tal do quinto – imposto da época – representava 20% do ouro explorado – mesmo ouro que hoje pagamos ingresso para vê-lo nos palácios, museus e catedrais em Portugal.
Do heroísmo e sacrifício histórico de Tiradentes, após 30 anos, conquistamos a independência de Portugal, aprendia-se então a lição da soberania nacional lastreada pela liberdade…assim esperamos e se perpetue.
Quanto aos impostos da atual e sonhada república… Quem diria, lá Shein foi o precinho da China…
E por aqui, o imposto do produto nacional baixou? Nada, tudo como era antes no Castelo de Abrantes… A propósito, que venha o tal do arcabouço fiscal e nos tire deste calabouço que a economia se encontra!
Com o devido respeito à Tiradentes, talvez hoje roeríamos a corda pela volta unicamente do famigerado quinto de Portugal!
E sem deixar passar a descoberto, lembremo-nos que tudo começou a partir daquele brado de terra à vista de Cabral, lá no distante 22 de abril de 1500. Alguma coisa já prenunciava o elevado custo Brasil… Caravela, caravela, caravela!!!
Vamos em frente!