Anita Daroz Marcolin, 71 anos, tem uma agroindústria familiar na Linha Paulina há duas décadas, onde produz alimentos caseiros. Como moradora há 50 anos, aponta algumas melhorias que deseja ver na comunidade
A produtora Anita Daroz Marcolin, 71 anos, não tem horário certo para começar a trabalhar. Contudo, a rotina inicia logo depois que o dia amanhece. Geralmente, entre as 7h e 8h é quando começa a pôr a mão na massa. Ela é proprietária de uma agroindústria familiar, localizada na Linha Paulina, interior de Bento Gonçalves, há mais de duas décadas.
A ideia de abrir o pequeno empreendimento, que fica no mesmo local onde reside, partiu da filha, Marelise Marcolin Dall’ Oglio, que na naquela época já estava trabalhando na produção de geleia, pão e biscoito. “Ela dizia para eu fazer também e acabou dando certo”, assegura.
Depois de topar a ideia, ambas começaram a trabalhar juntas. Como Anita é agricultora, o novo negócio também ajuda financeiramente, trazendo uma renda extra ao sustento do lar. “É um dinheiro a mais, porque não ficamos dependendo apenas da uva”, explica.
A agroindústria deu tão certo que os produtos são expostos na ExpoBento. “Vamos todos os anos”, orgulha-se. Atualmente, Anita produz capeletti e lasanha, feitos sob encomenda. Já os biscoitos são comercializados na Via Del Vino, todas as quintas-feiras. Ao todo, a produção gira em torno de 30 quilos semanais.
Embora com muito esforço a agroindústria tenha dado certo, Anita lembra que a realidade de antigamente era diferente. Natural do município de Fagundes Varela, mudou-se para Bento há 50 anos, em 1971, com o marido, Silvio Marcolin (In Memorian), quando um amigo afirmou que a cidade tinha bons recursos. “No começo não foi fácil, viemos para cá com quase nada”, afirma.
Para o negócio dar certo, a produtora conta que prepara os alimentos com receitas antigas, da vó e da mãe. Contudo, garante que a receita principal é o capricho. Inclusive, defende que prefere qualidade do que quantidade. “Faço aos pouquinhos, tem que fazer bem feito, com amor. Não adianta pegar muita encomenda e não fazer bem”, destaca.
Melhorias para o local
Antiga moradora, Anita aponta algumas melhorias que gostaria de ver na comunidade. Para ela, a principal reivindicação é referente a infraestrutura. Sem acostamento e com fluxo intenso de carros, o local torna-se perigoso para os moradores que se deslocam a pé pelo local.
De acordo com ela, o calçamento está péssimo. “Não dá para caminhar, não tem acostamento, para ir na igreja, que fica a 300 metros da minha casa, quase não dá para ir a pé, tem pedra, mato, capoeira no caminho. Além disso, tem grande movimento de veículo, os carros passam em alta velocidade, parece que estão sempre atrasados”, afirma.
A agricultora afirma que recentemente o poder público limpou o local, mas que ainda tem serviço para ser feito. “Esses dias limparam o grosso, mas teria que melhorar o calçamento, tem muita pedra solta e buraco”, sugere.