Doença acontece no intestino grosso – que também é chamado de cólon – e no reto, região final do trato digestivo

O Março Azul-Marinho é uma campanha em prol da conscientização sobre o câncer colorretal. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são 41 mil novos casos por ano no país, sendo o terceiro tipo mais comum no Brasil. A doença acontece no intestino grosso, que também é chamado de cólon e no reto, região final do trato digestivo.

O cirurgião oncologista do Hospital Tacchini, Junior Gil Vicente, destaca que os principais fatores de risco para o câncer colorretal são hábitos alimentares não saudáveis. “Dieta pobre em fibras, com consumo excessivo de alimentos processados e carne vermelha; obesidade; sedentarismo; tabagismo e alto consumo de bebidas alcoólicas; histórico familiar de câncer colorretal, de ovário, útero e/ou câncer de mama; preexistência de problemas como retocolite ulcerativa crônica, doença de Crohn e doenças hereditárias do intestino”, explica.

Conforme Vicente, como o câncer é uma doença multifatorial e tem, entre seus causadores, a predisposição genética, não existe uma conduta que garanta 100% a sua prevenção. “No entanto, ao evitar os fatores de risco, a possibilidade de desenvolver o câncer colorretal fica menor. A alimentação tem grande influência. Nesse sentido, nosso conselho é manter a saúde em dia, investindo em qualidade de vida, com algumas medidas como: ter uma alimentação saudável; manter o peso corporal adequado; praticar atividades físicas com regularidade; não fumar e evitar o tabagismo passivo e reduzir o consumo de álcool”, indica.

Os sintomas mais comuns do câncer colorretal variam de acordo com a intensidade que ele se apresenta. “Em seu estágio inicial, raramente mostra sintomas específicos. Ainda assim, podem aparecer alguns sinais que indicam alterações e merecem atenção, especialmente para pessoas que se enquadram nos fatores de risco descritos anteriormente. Assim, vale ficar atento à presença de sangue nas fezes; alternância entre diarreia e prisão de ventre; alteração na forma das fezes (muito finas e compridas); perda de peso sem causa aparente; sensação de fraqueza ou diagnóstico de anemia; dor ou desconforto abdominal e presença de massa (que pode ser indicativa de tumor)”, aponta.

Mesmo que haja possibilidade de a doença se desenvolver em pessoas jovens, o câncer colorretal é mais comum a partir dos 50 anos. “A incidência é semelhante em ambos os sexos. De acordo com os dados do Inca, em 2022, o câncer de cólon afetou cerca de 46 mil homens e mulheres, com uma leve prevalência sobre o sexo feminino”, destaca.

O médico esclarece que o diagnóstico pode ser feito, principalmente, através de dois exames: de sangue (teste FIT ou pesquisa de sangue oculto nas fezes) e colonoscopia, sendo este o melhor método. “A colonoscopia permite identificar lesões que antecedem o câncer e deve ser feita em pessoas com 45 anos ou mais. Caso tenha histórico familiar, é preciso antecipar a realização”, orienta.

Para Vicente, a campanha tem uma grande importância no combate ao câncer. “Pois chama atenção da população para sinais causados pela doença, que poderiam passar despercebidos. Quanto maior for a divulgação das campanhas que alertam a população para variados tipos de cânceres, maior será a possibilidade de prevenir e identificar em estágios iniciais, onde a chance de cura é maior”, conclui.