Depois da máxima atenção aos sobreviventes e as demais vítimas de um acidente aéreo, a caixa preta da aeronave recebe os cuidados de especialistas para a leitura dos seus registros na tentativa de identificar as causas do acidente.
No governo federal o Presidente Bolsonaro está abrindo diversas caixas pretas dos governos anteriores onde aparecem cobras e lagartos. A caixa preta dos empréstimos do BNDES mostrou o descaso com o dinheiro público. Bilhões emprestados para os “amigos do rei” sem qualquer garantia de devolução.
O Brasil, como avalista, também está pagando por empréstimos tomados no exterior para obras em países “amigos do rei”, cuja capacidade de pagamento destes países é zero. Muito triste e não podemos só lamentar. Temos que evitar novos fatos, semelhantes, e tentar recuperar o que nos foi roubado.
Estas caixas pretas revelam coisa “preta” e são necessárias para esclarecer dúvidas daquilo que não está posto as claras.
Lembro quando o Sartori recebeu o governo do Estado do Tarso. No aeroporto em Porto Alegre ouvi o primeiro descarregando impropérios no segundo que, de cabeça baixa, só escutava.
O Estado do Rio Grande do Sul está quebrado. Uma vergonha de governantes incapazes que “pensavam” ser os donos da cocada.
E na Prefeitura de uma cidade? Existem caixas pretas para serem abertas? Normalmente tudo é feito as claras, sem segredos, com a fiscalização de uma Câmara de Vereadores eleita para cumprir tal finalidade. Em algumas cidades, como recentemente noticiou a imprensa nacional, prefeitos e edis foram presos e respondem por crime de malversação do dinheiro público.
Funcionários fantasmas, despesas sem empenho, contas mil em todos os bancos para fraudar finanças, pagamentos de favor, empréstimos comprometedores do futuro de um município tudo, enfim, é descoberto seguindo uma orientação do Ministro Moro: “Sigam o fluxo do dinheiro”.
Muito bom que nossa Bento Gonçalves tenha tido casos mínimos de malversação do dinheiro público. Isto é o que se espera daqueles que receberam a honra de cuidar do município.
Lembro de quando foi descoberto um desvio de dinheiro numa empresa privada e o administrador contratado fez aquela jura: “Eu não sabia”.
Culpado é quem faz, quem deixa fazer e também quem faz vistas grossas para permitir que desvios sejam feitos.
Em 1964, quando os militares tomaram o governo do Brasil das mãos do presidente Goulart, estranhei uma ordem exarada do Marechal Castelo Branco logo que assumiu: “Para avaliar a extensão do quadro de funcionários do estado, todos deverão ocupar suas respectivas cadeiras onde estão lotados e aguardar a presença da autoridade militar para averiguação”.
Faltaram cadeiras e até aqui em Bento brigaram a tapas para sentar numa mesa de trabalho. Apareceram fantasmas.
Sábia medida do governo.