O Instituto Butantan confirmou o envio de mais um milhão de doses da vacina contra a covid-19 CoronaVac nesta quinta-feira, 6 de maio, ao Ministério da Saúde. A previsão é de que na próxima semana, mais três milhões de vacinas sejam enviados, entre a segunda-feira, 10, e a quarta-feira, 12.
Ainda, segundo o Butantan, no dia 19 de abril, o laboratório recebeu nova remessa de três mil litros do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima importada necessária para a produção de novas doses da vacina contra o novo coronavírus, que vai gerar a produção de mais cinco milhões de doses da coronavac, previstas para serem entregues até o dia 14 de maio.
No entanto, após essa data, não há previsão de novas remessas, uma vez que não há mais matéria prima para a produção da CoronaVac. A informação foi confirmada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas. “Então pode faltar? Pode faltar. E aí nós temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal que tem remado contra”, disse.
Segundo Covas, há mais dificuldades para se conseguir a liberação do IFA. “Existe dificuldade. A burocracia está mais lenta do que o habitual e as autorizações muito reduzidas em volume. A previsão era dia 10, passou para o dia 13 a entrega. E, inicialmente, a quantidade de IFA era de 6 mil a 8 mil litros e agora já se fala em 2 mil litros”, aponta. O motivo da demora também foi apontado pelas recentes falas do presidente Jair Bolsonaro dando a entender que a China, responsável pelo envio dos insumos, criou o vírus com o objetivo de iniciar uma possível guerra biológica. “É uma consequência da falta de alinhamento com o governo federal, que tem remado contra a maré, e ficamos à mercê. A China fez o que o Brasil não fez: controlou o vírus e tem a epidemia sob controle”, diz.
Até o dia 30 de agosto, o Butantan pretende entregar mais 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões de unidades contratadas pelo Ministério da Saúde até o momento.
Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação