Não sou, por natureza, invocada,
mas fico danada, ouriçada, enjoada
quando há incompreensão.
Gente bélica, ríspida, anacrônica,
Que se regala abrindo o gargalo de seu azedume
me deixa sem lume e com fome…
Ah! Então abocanho, mordo, trinco, pico, mastigo, engulo…
e vomito, porque sapos – vamos combinar! – são indigestos.
Por isso este manifesto poeticamente (in)correto.
E desde já decreto a mim mesma:
“Saia da zona de conforto e pegue o caminho torto
pra ver se, de repente, há outra lente pra avaliar…”.

É possível! Cada um tem seu ponto de vista,
que é a vista a partir de determinado ponto.
Daí o confronto, o contraponto… Pronto!
Fiquei tonta… Valha-me Deus!
Mas o que é que os céus têm a ver com isso? E com aquilo?

Prefiro comida a quilo a ter que cozinhar…
“Attività femminile”??? Eta, sacanagem histórica!
O bom é voar… Com as próprias asas,
que não são metálicas…

“Metallica” é para os metaleiros.
Nirvana? Nem no sentido budista.
“A tranquilidade final” tal e qual é sonhada
não se enquadra no momento, que não é de contemplação.
Está mais para a ação e reação, Lei de Newton…
Nada a ver com Buda, Dallai Lama
E pelo mais novo anjo negro, Mandela…

Mandala… grande presente!
A oferta de uma mandala é vontade de dar
para receber ensinamentos…
Mas há muito, fomos contemplados com dez mandamentos
e nem por isso vivemos em paz…
Aqui se faz, mas nem sempre se paga
Aqui se mata, se engana, se trai, se subtrai…
E tem mais: somos enrolados, manipulados, só vemos um lado.

Se há corruptores – e como há! -cadê os corrompidos?
Não deveriam ser também punidos?

Quem diria! Estou esvaziando “A Bolsa Amarela”
abarrotada de batráquios,
que não é aquela da Lígia Bojunga,
cuja protagonista não é birrenta e tem apenas treze anos.
Eu, com mais de sessenta, autora de “Pimenta, Paixão e Polenta” entre outros “famosos desconhecidos”,
me sinto agora levinha, levinha
“como uma onda do mar…
como uma onda do mar…
como uma onda do mar…
Nada do que foi será…”

Será? Fala sério!