Em 1875 começaram a chegar os italianos, fugindo das dificuldades, das guerras, da pobreza era um grande sonho com um país da fartura.
A propaganda falava no “paese de la cucagna”, o país da fartura. Num dos cartazes afixados no porto de Gênova, o desenho sugere que a comida caía do céu. Nos folhetos, prometia-se transporte gratuito, hospedagem, assistência médica, instrução para as crianças e crédito para comprar lotes rurais e muitas terras para plantar e produzir alimentos.
Transportar imigrantes para América tornou-se um bom negócio na Europa, desde 1830. Consequência direta da Revolução Industrial, em todos os países havia numerosa população excedente no campo e nas cidades. De outro lado, havia um mercado para mão-de-obra barata se abrindo na América devido às crescentes restrições ao tráfico de escravos africanos. E havia uma estrutura escravista com mais de um século de experiência no transporte de cargas humanas, que estava ficando ociosa.
Recém-unificada e em transição acelerada do feudalismo para o capitalismo, com quase 30 milhões de habitantes, a Itália era o melhor desses mercados de mão-de-obra barata e abundante em 1870. Milhões de italianos tinham bons motivos para acreditar em qualquer coisa, até mesmo no paraíso terrestre. Eram camponeses sem terras, artesãos superados pelas máquinas, pobres e suas proles numerosas que se amontoavam nas cidades. Ameaçados pela fome, parecia não haver lugar para eles, naquele mundo em transformação. “Para fazer fogo, tinham que secar esterco de gado… para defender-se do frio, muitos dormiam junto aos animais.”
As novas leis sobre a terra favoreciam os grandes proprietários e oneravam os camponeses, que perdiam suas pequenas glebas, com altos impostos. Nas cidades, os pequenos artesãos não tinham amparo. Em 1874, quando os primeiros camponeses chegavam ao Rio Grande do Sul, mais de 350 mil italianos já haviam saído para outros países. Nos 25 anos seguintes, quase 4 milhões saíram da Itália, um milhão para o Brasil. O Rio Grande do Sul recebeu 84 mil imigrantes italianos até o final do século 19.
Hoje, guardamos as lembranças dessa “BRAVA GENTE”, que foram capazes de decidir emigrar, para uma Pátria Nova… SOMOS O QUE SOMOS, PORQUE ALGUÉM CONSEGUIU CONSTRUIR UM ALICERCE DE FORÇA, COM SUOR E LÁGRIMAS, VENCENDO DIFICULDADES… PORÉM CHEIOS DE FÉ E ESPERANÇA.