Tanto se fala em democracia atualmente. Mas como nosso país está classificado nessa importante visão de mundo?
O Índice de Democracia é um ranking publicado anualmente pela The Economist Intelligence Unit, empresa de pesquisas do Economist Group que publica a muito conhecida e valorizada revista The Economist.
Analisa 5 fatores para chegar a essa conclusão: características do processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política da população, cultura política e liberdades civis.
O índice classifica cada país em um de quatro tipos diferentes de regime político: “democracia plena”, “democracia imperfeita”, “regime híbrido” e “regime autoritário”. O Brasil está classificado como uma “Democracia Imperfeita”.
Segundo o programa WW (CNN Brasil), William Waack definiu que nossa classificação com uma democracia “capenga”, título desse artigo.
Dados do estudo indicam que que 45,4% da população mundial viveu num regime híbrido e apenas 7,8% da população vive numa democracia plena, em comparação com 8,9 por cento em 2015.
Houve um decréscimo dos regimes mais puros, principalmente, pela saída dos EUA da Democracia Plena e passarem a ser considerados na tipologia de “democracia com defeitos”, com a chegada ao poder do ex-Presidente Donald Trump, em 2016.
Conforme a mesma fonte, em 2023, 39,4% da população mundial viveu sob um regime autoritário, um valor que tem crescido nos últimos anos.
Quanto as democracias mais desenvolvidas, o relatório afirma que estão a ser confrontadas com múltiplos desafios políticos e sociais, o que sugere que esta forma de regime político, desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial, pode estar a apresentar sinais de ineficácia e inadaptação à nova ordem mundial, governada pelo multilateralismo.
No ‘ranking’ mundial do Índice de Democracia, a Noruega lidera, seguida pela Nova Zelândia, Islândia, Suécia e Finlândia, compreendendo os cinco primeiros lugares.
No último lugar, e no segmento de regimes totalitários, está o Afeganistão, antecedendo Myanmar, Coreia do Norte, República Centro Africana e Síria.
Nas américas, só há três democracias plenas, segundo a publicação: Canadá, Costa Rica e Uruguai.
O Brasil é considerado uma democracia capenga por conta de mau funcionamento do governo e pouca cultura política, mas pontua bem em termos de processo eleitoral e liberdades civis.
No mapa de conflitos e crime mundial, três países da América Latina estão entre os dez mais perigosos do mundo: México em terceiro, Brasil em sexto e Colômbia em décimo.
E preocupa bastante, diz a unidade de inteligência do Economist, a possibilidade de uma grande conflagração mundial, cujos contornos já seriam visíveis, com a China explorando fortes ressentimentos entre países emergentes para fortalecer sua posição na rivalidade com os EUA, numa já feroz guerra econômica.
Assim, dois terços da população do planeta vivem hoje em países que são neutros ou próximos da Rússia na guerra da Ucrânia, por exemplo.
Diz o Economist que democracias tendem a não guerrear entre si, mas elas estão, como diz, em regressão podendo ocorrerem conflitos mundiais por causa dessa polarização entre democracias e governos autoritários.
A globalização colaborou com essa piora no cenário mundial de democracia principalmente pelo aumento poder da China no globo e sua política de confrontar modelos ocidentais de democracia com querendo se perpetuar no poder e sua força econômica. Mas a Rússia também figura num patamar delicado nesse quesito.
Olhemos com cuidado esses movimentos mundiais pois o Brasil precisa definir claramente de que lado está.
Pense nisso e sucesso.