Mulher de 29 anos contraiu a doença após contato com um familiar que esteve na República Democrática do Congo. Autoridades monitoram a situação
O Ministério da Saúde confirmou, no último dia 7 de março, o primeiro caso da variante 1b da Mpox no Brasil. A paciente, uma mulher de 29 anos da região metropolitana de São Paulo, teve contato com um familiar que viajou recentemente à República Democrática do Congo, país que enfrenta um surto da doença.
O caso foi identificado por meio de sequenciamento genético, que apontou alta similaridade com infecções já registradas em outros países. Até o momento, não há indícios de transmissão comunitária no Brasil, mas as autoridades sanitárias monitoram possíveis contatos da paciente.
A Mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, é uma infecção viral que provoca lesões cutâneas, febre e outros sintomas. A transmissão ocorre por contato direto com fluidos corporais, lesões na pele ou objetos contaminados. Embora a maioria dos casos seja leve, complicações podem surgir, especialmente em pacientes imunocomprometidos.
A cepa 1b já foi identificada em surtos recentes na África, Europa, Ásia e América do Norte. Em resposta à crescente disseminação da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional em agosto de 2024.
Especialistas alertam para a necessidade de reforço na vigilância epidemiológica e ampliação da cobertura vacinal contra o vírus. O Ministério da Saúde deve divulgar nos próximos dias novas diretrizes para contenção da variante no país.
Em entrevista, a infectologista do Hospital Tacchini, Dra. Isabele Berti, explica que a nova cepa apresenta características distintas das variantes anteriores. “As principais diferenças estão relacionadas à possibilidade de maior transmissibilidade e ao potencial de gravidade dos casos. Além disso, em pacientes com imunossupressão, há um risco aumentado de evolução para quadros mais graves”, declara a especialista.
Sobre as medidas preventivas, Dra. Isabele destaca a importância da higiene pessoal e do isolamento de casos suspeitos. “É fundamental manter a lavagem frequente das mãos, a higienização do ambiente e o isolamento de pessoas com suspeita ou confirmação da infecção”, orienta a médica.
Em relação à vacinação, a especialista informa que o Brasil já disponibiliza imunização para grupos específicos. “Atualmente, a vacina está disponível para homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais com 18 anos ou mais que vivem com HIV/aids; profissionais de 18 a 49 anos que atuam em laboratórios com nível de biossegurança 3; indivíduos em situação de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP); e pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pacientes com suspeita de infecção por Mpox”, esclarece.
O Ministério da Saúde deve divulgar nos próximos dias novas diretrizes para contenção da variante no país. Especialistas alertam para a necessidade de reforço na vigilância epidemiológica e ampliação da cobertura vacinal contra o vírus.