Evento tem como objetivo celebrar a meliponicultura e conscientização ambiental

Entre os dias 14 e 15 de setembro, Bento Gonçalves sediará a Primeira Jornada Festiva para Abelhas Sem Ferrão, o evento ocorre na Rua Coberta, das 9h às 19h no sábado e no domingo das 9h mas seu término às 18h . A iniciativa busca promover a meliponicultura, prática cada vez mais popular no Brasil, e ressaltar a importância dessas abelhas para o equilíbrio ambiental.

A criação de abelhas sem ferrão, conhecida como meliponicultura, surge como alternativa à apicultura tradicional, que envolve abelhas com ferrão, como a famosa Apis mellifera. Essas abelhas nativas, pertencentes ao grupo Meliponini, são conhecidas pela ausência de ferrão e por sua docilidade, sendo um exemplo no Brasil a Jataí (Tetragonisca angustula). Além disso, as abelhas sem ferrão produzem um mel de sabor suave e aroma delicado, altamente valorizado no mercado.

As abelhas sem ferrão possuem um papel crucial na biodiversidade, especialmente na polinização de plantas nativas. Diferentemente das abelhas com ferrão, introduzidas no Brasil, as melíferas nativas são menos conhecidas, apesar de serem igualmente importantes para o ecossistema.

A meliponicultura, apresenta uma alternativa à apicultura tradicional. As abelhas sem ferrão, pertencentes ao grupo Meliponini, destacam-se por serem nativas do Brasil e conhecidas por sua docilidade, como explica João Batista, meliponicultor de 60 anos. “Trabalhar com abelhas sem ferrão é mais fácil, mais prático. Não precisa de vestimenta específica, e o mel retirado delas pode ser usado em diversos produtos”, diz.

Batista também detalha as propriedades medicinais do mel de abelhas sem ferrão, que, segundo ele, têm um valor especial. “Elas visitam mais plantas nativas e medicinais, o que dá ao mel mais propriedades. Entre os produtos que oferecemos, temos o extrato de própolis, o próprio mel, vinagre de mel e velas feitas com a cera”, comenta.

Além dos benefícios para a saúde, o evento destacará o aspecto comercial da meliponicultura. Segundo Daniel Zotti, de 46 anos, produtor de licores e geleias, o mel de abelhas sem ferrão proporciona um toque especial aos produtos. “Nos licores, usamos uma média de 40 a 50 gramas de mel por garrafinha. O produto da abelha não só adoça, mas também dá um sabor diferenciado e suave”, mostra.

A produção de mel também traz vantagens para pequenos agricultores, como Rafael Delegra, de 46 anos. Ele compartilha que o manejo das abelhas sem ferrão é relativamente simples. “A produção de mel não exige muito, basta ter as caixas preparadas e esperar a florada certa. Atualmente, tenho cerca de 240 caixas, e a produção de mel varia entre 800g a 1kg por caixa ao ano”, explica.

No entanto, o valor do mel de abelha sem ferrão reflete sua exclusividade. Delegra ressalta a diferença de preço em relação ao mel de abelhas com ferrão:.“Hoje, o quilo de mel de abelha sem ferrão está em torno de R$ 200, enquanto o mel com ferrão você encontra por cerca de R$ 25”, diz.

Além das demonstrações práticas, a Jornada Festiva oferecerá uma variedade de produtos à base de mel, como vinagres, licores e velas artesanais. A organização espera atrair visitantes interessados não apenas nos produtos, mas também em aprender sobre os benefícios ambientais proporcionados pelas abelhas sem ferrão. “Elas têm um papel crucial na polinização de plantas nativas, mantendo a biodiversidade”, conclui Batista.