Em janeiro do ano passado, houve três incidentes violentos que resultaram em sete mortes, enquanto em 2022 houve apenas um

Na tarde desta última quarta-feira, 2 de fevereiro, a Brigada Militar (BM), por meio do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPAT), divulgou novos números em relação aos homicídios que ocorreram nos meses de janeiro de 2021 e 2022. O registro mostra que esse crime sofreu diminuição de 85,7%, caindo de sete para um, fazendo este começo de ano ser mais seguro nesse aspecto.

Por que menos casos?

Falando com a reportagem do Jornal Semanário sobre a redução do índice criminal, o comandante do 3º BPAT, tenente-coronel Luís Fernando Becker, mencionou alguns pontos de atenção para explicar as causas. Um dos aspectos que ele define ser importante é a integração de órgãos de segurança do município. “Desde o ano passado, tanto a Brigada Militar, quanto a Polícia Civil (PC) e o Ministério Público (MP) estavam mais coesos no combate à criminalidade”, exemplifica.

Outro ponto que reforça a união das instituições no fim de 2021, em Bento, é a realização de mais ações conjuntas entre a Brigada e a PC da cidade. Antigamente, essa união não era tão frequente.

Além disso, Becker destaca que, no ano passado, a corporação bateu recordes de apreensões de drogas e armas de fogo, principalmente nos meses finais. Isso pode ter influenciado no período atual. “Apesar de ser um dado positivo, a gente lamenta, porque demonstra que existe a criminalidade, e esse combate é constante”, pondera.

O comandante ainda avalia que existe uma diferença no aspecto das vítimas de homicídio, em que a grande maioria está ligada a antecedentes com tráfico de drogas, sendo recorrentes de organizações criminosas. “Passou a ter alguns casos passionais, ainda incidentes no município, que não são uma execução em si, mas contam como um homicídio”, explica sobre

Os sete assassinatos de janeiro passado

O ano de 2021 começou violento na Capital do Vinho. Ao todo, foram sete pessoas mortas em três incidentes diferentes de homicídios. Apenas nos primeiros onze dias de janeiro já haviam seis óbitos, em que todos tinham envolvimento com facções criminosas, conforme o que foi investigado pela PC posteriormente.

No primeiro incidente, datado do dia seis, ocorreu uma chacina onde quatro indivíduos foram baleados em uma casa na rua Lajeadense, no bairro Municipal. Na residência em questão haviam outras pessoas além dos assassinados, reforçando a ação de acerto de contas, em que os criminosos encapuzados miraram somente nos quatro membros da mesma família.

Cinco dias depois do primeiro incidente, em 11 de janeiro de 2021, outras duas pessoas foram mortas de forma violenta, também por decorrência de facções. O crime aconteceu na rua Arlindo Menegotto, no bairro Vila Nova. Os dois homens mortos teriam envolvimento com o tráfico, sendo que um deles foi executado a tiros e o outro agredido.

No último caso daquele mês, datado do dia 24, um jovem de 19 anos foi ferido a facadas, na rua Arlindo Franklin Barbosa, no São Roque, indo a óbito. O delito começou com uma briga entre três pessoas, sendo que somente uma delas estava armada com uma faca e feriu os demais.

O primeiro e único caso do ano

O homicídio de 2022 ocorreu na madrugada do dia 10 de janeiro, na rua Luís Tomedi, no Tancredo Neves, quando Luã Castagnetti, de 31 anos, faleceu ao ser executado a tiros. O homem atravessava a BR-470 em direção ao bairro e deparou-se com dois criminosos armados de revólveres o esperando.

Moradores do entorno ajudaram a polícia ao relatarem sobre os disparos ouvidos e a fuga dos criminosos. A investigação do crime segue, mas informações preliminares sugerem mais um acerto de contas, já que Castagnetti tinha antecedentes por tráfico de drogas e furtos.