Até o dia 5 de agosto, o município sedia a 56ª Edição do Congresso Brasileiro de Olericultura. O tema escolhido é ‘Tecnologias Sustentáveis e Cadeias Curtas da Produção de Hortaliças’, que pretende debater assuntos relevantes deste setor a partir de três bases: novas tecnologias, sustentabilidade da produção e organização das cadeias produtivas.
O evento tem como objetivo, reunir profissionais e abordar os principais avanços técnicos e científicos relacionados à olericultura e as plantas medicinais, aromáticas e condimentares. “Ter num único fórum todos que estão relacionados com a olericultura, que tenham a produção de hortaliças como atividade econômica, de ensino ou extensão. Ou seja, queremos que agricultores, produtores e empresas da iniciativa privada estejam interagindo com pesquisadores, professores e estudantes, tanto de graduação e pós graduação, como técnico”, conta o presidente do evento, André Strassburguer.
Segundo ele, a integração e a parceria que ocorrem em eventos deste setor são muito importantes para o desenvolvimento e o progresso da ciência e da tecnologia. “Proporcionam intercâmbios proveitosos e de alta significância para a olericultura”, comenta.
Este ano, o encontro também é marcado por um espaço relacionado à abordagem das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), hortaliças exóticas que produzem efeitos benéficos à saúde e compõem práticos típicos com grande importância na cultura das várias regiões do Brasil. “Cada vez mais, fazem parte do prato e da dieta do brasileiro”, afirma.
Durante os cinco dias de congresso, estima-se a presença de aproximadamente 800 participantes e entre 300 a 400 trabalhos científicos apresentados por professores, pesquisadores, além de produtores falando um pouco de sua experiência. “Escolhemos esses profissionais por conta do currículo que apresentaram e, além da experiência acadêmica e de pesquisa, por sua trajetória de vida dentro da olericultura. No evento, temos uma representação grande de agricultores, mais de 15% dos participantes são produtores rurais e também grande presença da extensão rural”, ressalta.
A Embrapa Uva e Vinho esteve presente, com a participação dos pesquisadores Marcos Botton, que foi moderador do painel “Boas práticas agrícolas e rastreabilidade na produção de hortaliças”, e Régis Sivori Silva dos Santos, que ministrou a palestra “Boas práticas no cultivo de hortaliças com vistas a rastreabilidade – caso do morangueiro”.
Representando o Sebrae/RS e atuando como secretário do evento, André Bordignon foi moderador do painel “A nova relação entre consumidor e os alimentos”, onde ele e outros estudiosos apresentaram uma lógica de cadeia produtiva, na qual quem consome tem um papel fundamental, com grande importância em como veem o produto. “Procuramos trazer informações de como o consumidor está enxergando a olericultura, não só a nível de Brasil, mas de mundo. Tivemos o palestrante Roger Klafke que trouxe a experiência que teve em feiras internacionais de alimento na Alemanha e nos EUA, locais que já tem uma lógica de quais são as principais tendências de consumo”, relata.
Além disso, foi apresentada uma palestra sobre a importância do chef de cozinha, principalmente o que trabalha respeitando o insumo que está utilizando. “A excelência deste produto saí da propriedade do agricultor rural que está trabalhando com hortaliças ou outra cultura. Ao entregar ao chef de cozinha, ele irá respeitar esse cuidado que vem lá do início e desenvolverá pratos à altura daquele alimento de alta qualidade”, acrescenta Bordignon.
Também tem na programação, os painéis “Cadeias curtas de comercialização de hortaliças” e “Produção orgânica de hortaliças”, ministrados pelo extensionista rural da Emater/RS Ascar, Gervásio Paulos. Além das palestras: “Cultivo de morangueiros em substrato: controle da solução nutritiva para o manejo fitossanitário”, apresentado por Luciano Ilha; “Ferramentas virtuais para comercialização de hortaliças”, por Márcia Ruff e o palestrante Edson Bonato apresentará “Agregação de valor às hortaliças mediante o processamento: Caso do Centro de Treinamento da Emater/RS Ascar”.
Além de várias outras organizações ministrando assuntos relevantes, algumas instituições de ensino estão presentes, como o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade de Caxias do Sul (UCS), entre outras.
A estudante e moradora dos Caminhos de Pedra, Celine Lerin, está participando do congresso e vê as palestras sobre morango com olhos mais apurados. “Por ser a primeira vez que participo, estou achando bem diferente do meu dia a dia. Acompanhei a questão do morango, que gosto muito e comecei a produzir. É uma experiência muito incrível, que vai agregar à minha vida futuramente, assim como na de outros estudantes em agropecuária. Não é algo que vou esquecer tão fácil, pois há vários depoimentos que me ajudaram bastante”, finaliza.
Para conferir a programação completa, detalhes sobre a inscrição e informações adicionais, é só acessar a página oficial do evento no link.
Fotos: Cláudia Debona