Um esporte não muito comum vem ganhando cada vez mais espaço em Bento Gonçalves: a escalada. A região, considerada uma das melhores do Rio Grande do Sul para a prática, contribui para o aumento de adeptos. De acordo com o Presidente do Clube de Montanhismo Ecológico Leão Gropo (CMELG), o Designer Gráfico Anderson Cará, há muitas opções de lugares. “Dentro da própria cidade nós temos bons locais e para fora tem Salto Ventoso, Cascata dos Marins em Cotiporã, Gruta da 3° Légua em Caxias do Sul, enfim, nós somos privilegiados”, afirma.
A escalada é um esporte que usa técnicas e movimentos específicos com a finalidade de subir um muro artificial ou uma montanha. Considerado de risco, o esporte exige cuidados e o mínimo de conhecimento. De acordo com Cará, o ideal é solicitar ajuda de quem tenha experiência ou fazer um curso. “É importante saber todos os procedimentos de nós e segurança, até para saber o que está fazendo”, aconselha Cará.
O Leão Gropo está entre os cinco maiores clubes do Estado e já tem 25 anos de existência. “Temos a nossa sede nas dependências do Ginásio Municipal, que conta com dois muros de escalada para treinamentos, sendo um com 4 metros de altura e outro com 8 metros. Atualmente, contamos com cerca de 25 sócios que estão bem envolvidos com o esporte”, conta Cará.
Praticante de escalada há quase vinte anos, Cará define o esporte como um estilo de vida. “Treino durante a semana e rigorosamente todo final de semana eu escalo. A gente passa a semana toda pensando onde vamos ir, cuidando a previsão do tempo. Se chove, a gente vai para algum lugar que é protegido, têm bastantes locais com paredes inclinadas, então ficamos protegidos do tempo”, afirma.
Foi por meio das paredes de escaladas que o Leão Gropo proporcionava nas ExpoBento, que o empresário alpinista e vice-campeão Brasileiro Juvenil de Escalada Esportiva em 2010, Bruno Bitarelo Milani começou a ter os primeiros contatos com o esporte, na época, com apenas 13 anos de idade.
Milani revela que tinha uma motivação para continuar com a prática: o medo de altura. “Eu não admitia esse medo e isso me impulsionou a continuar. Depois, comecei a participar de campeonatos, os primeiros foram os rankings bento-gonçalvenses, eu sempre ficava em último. Com 15 anos comecei a ganhar mais força e os resultados mudaram de um extremo ao outro, de último a primeiro dentro do ranking da cidade. Com a idade, força e técnica, as conquistas acabaram vindo”, conta Milani.
O título de vice-campeão Brasileiro Juvenil de Escalada Esportiva trouxe a oportunidade de Milani viajar pela Europa, fazendo mochilão e conhecendo outros pontos clássicos de escalas do mundo. “Eu estava motivado com a ideia de poder sair do país pela primeira vez e fazendo o que eu gostava e almejava. Treinei e conquistei o segundo lugar em 2010, ficando atrás apenas do escalador internacional Felipe Camargo, ganhador do Reality Show Ultimate Beast Master da Netflix e daí conquistei uma vaga para o mundial que aconteceu na Escócia”, relembra.
De acordo com Milani, a dificuldade que o esporte impõe para quem está começando a escalar é pelo confronto entre força versus técnica. “Quando a gente olha alguém escalando, imaginamos que seja um esporte muito difícil e que exija extrema força, mas nem sempre é assim, a técnica muitas vezes é aliada e faz com que usemos menos força”, explica.
Novidade nas Olimpíadas 2020: Escalada Esportiva pela 1° vez
Em 2016, por unanimidade, o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou cinco novas modalidades de esportes que vão participar das Olimpíadas do Japão em 2020, entre elas está a Escalada Esportiva.
Milani enxerga a novidade como uma oportunidade positiva para o esporte se desenvolver. “Eu acho incrível o esporte entrar nas olimpíadas. Com isso, poderá gerar um crescimento e uma visualização incrível para a escalada, gerando investimentos em vários setores, acarretando também na melhoria de ginásios e fazendo com que os fornecedores do meio melhorem produtos”, finaliza.