Sociedade completou 67 anos de atuação no mês de maio. Trajetória é compartilhada pelo dirigente Eduardo Belatto, que reforça as projeções para os próximos anos
A Sociedade União São Francisco América, mais conhecida por Susfa, completou 67 anos de atuação no mês de maio, mais precisamente no dia 20. Desde 2008, está à frente do clube social o empresário Eduardo Bellato que, acompanhado pela sua diretoria e funcionários, prioriza uma atenção especial aos detalhes, para que o associado sinta-se em casa em todos os momentos. Em entrevista, ele revela as lembranças e projeta ações, principalmente o desejo de que as famílias se unam cada vez mais em torno do clube.
Qual a tua história com o Susfa e há quanto tempo está presidente?
O vínculo é desde a minha juventude, pois meu pai era sócio e eu era dependente da sua matrícula. Uma parceria de longa data, que carrego com muito carinho e dedicação. Estou à frente do Clube, como presidente, desde 2008. Embora, anteriormente tenha participado de diretorias e também do conselho deliberativo.
Como você analisa o Susfa de ontem, hoje e amanhã.
O clube, de uma forma geral, teve a sua fase áurea. Uma época onde as pessoas da cidade e da região tinham menos condições na parte de locomoção e a maneira de se divertirem era justamente se associando a um clube. Quando era mais jovem, nos reuníamos em grupos de amigos e íamos para a sede campestre caminhando ou de carona. Inclusive, em uma época o Susfa colocou uma linha de ônibus que passava pelo centro da cidade e pela rodoviária, até a sede campestre. Naquela fase estar em contato com a natureza, com uma churrasqueira e um campo de futebol, eram a nossa diversão. Então o Susfa, para quem conhece, teve e tem uma história significante em Bento Gonçalves e acredito que para toda a região e quem sabe para o Estado.Tivemos aquela fase, por volta dos anos 80 e 90, de crescimento, de clube sempre lotado nos eventos, bailes, domingueiras, boates e jantares. Grandes bandas se apresentaram por aqui, como a Impacto, as Frentéticas, Perlla, Orquestra de Francisco Petrônio, Os Incríveis e outras tantas. Além disso, os tradicionais bailes de chopp merecem destaque, eram sucesso e muitas vezes não tinha espaço nem para transitar pelo salão. Outro evento tradicional, realizado até hoje, é o nosso Carnaval Infantil, que muito une as famílias.
A partir daí as coisas foram mudando. As pessoas foram conquistando outros espaços, surgiram outras maneiras de divertimento. Vieram as facilidades, automóveis, motos, estradas melhores, locomoções para outras cidades. Os clubes, de uma maneira geral, deixaram a desejar em termos de infraestrutura. Por isso, desde 2008, quando ingressamos na diretoria, nosso intuito sempre foi de trabalhar no sentido de agregar as famílias, de voltar a trazê-las, uni-las novamente em torno do lazer, da sede campestre e isso está dando certo.
Para o futuro acredito que o caminho seja este. Temos que fazer com que as pessoas, além de viajarem para outros destinos, também usufruam o que temos aqui, do clube que elas participam, da sociedade que elas frequentam. Além do mais, temos uma área muito privilegiada junto à natureza, linda, bonita, melhorada e lá se pode passar momentos agradáveis, com total segurança.
De onde vem a principal receita do clube?
Nossa principal receita advém das locações para eventos, bailes e afins, além das mensalidades de nossos associados. Tudo isso gera ganhos para complementar nossas despesas fixas.
O que o associado usufrui?
Atualmente o clube conta com aproximadamente 700 associados. Eles têm direito ao desconto nas locações da sede social e no valor do ingresso para bailes, que são terceirizados. Além disso, dispõe de toda a infraestrutura da sede campestre, que contém 14 hectares, totalmente segura e com caseiro 24 horas. São áreas para camping, piscina, quiosque, galpões, campo de futebol, quadras de tênis e de futsal, enfim, toda a área esportiva e de lazer está à disposição, inclusa na mensalidade. Além disso, contamos com a sede social, localizada na rua Garibaldi e a sede esportiva, que fica na rua Góes Monteiro, que conta com quadra de esportes e boliche.
Frequentar um clube social deixou de estar na moda? Como está a participação dos jovens?
Quando o Susfa chegou ao ápice, as domingueiras e demais promoções eram lotadas. Os associados de cada clube participavam dos eventos, prestigiavam. Aos poucos, como algumas coisas foram se perdendo, nós decidimos mudar. Por isso, revitalizamos a sede campestre justamente para agregar família, que é o nosso intuito. Queremos que as pessoas se sintam bem, em um local familiar, tranquilo, no silêncio, um ambiente que seja possível recarregar as energias para começar a semana e foi a partir disso que conseguimos agregar mais o quadro social: famílias com crianças e jovens. Então, aos poucos, isso está voltando. Nestes últimos anos teve bastante procura por jovens casais, ou grupos de amigos que procuram um local sossegado para o seu lazer.
Como o clube está atuando com esta questão de pandemia?
Estamos tristes por esta situação, pois deixamos de promover nossos eventos, bailes para o quadro social e comunidade num geral, coisas que já eram rotineiras. O nosso ginásio de esportes está fechado, bem como a escola de dança. Estamos somente com a secretaria funcionando, reduzimos todas as despesas possíveis e estamos tentando atravessar essa situação, aguardando que em breve ela encerre. Mesmo assim, não vamos deixar de oferecer um excelente serviço ao sócio, uma excelente sede campestre, claro que com regras mais rígidas, mas não vamos deixar de oferecer a qualidade de sempre.
Como é a participação da terceira idade nos bailes? E dos migrantes?
Muitas pessoas, independente da faixa etária vêm para se divertir, dançar. Quanto aos migrantes: haitianos, senegaleses, eles também participam e se divertem muito. Se adaptaram muito bem à nossa rotina, à nossa cultura.
Qual é a sua visão da sociedade bento-gonçalvense?
Pelo lado dos clubes sociais, acho que a sociedade deveria ser mais participativa. Muitas pessoas escolhem outras opções de divertimento e os clubes sociais que os receberam desde a sua infância e juventude ainda estão aqui se mantendo, à espera que eles retornem, que participem, contribuam e que possam trazer as suas famílias para compartilhar bons momentos conosco.
Futuro de Bento
Falando pelo Susfa, posso afirmar que o futuro é promissor, sou uma pessoa muito otimista. A gente trabalha com a ajuda de toda a equipe, com o intuito de crescer sempre, de colocar em prática e proporcionar aos nossos simpatizantes o que eles nos pedem. O Susfa sempre esteve no andar de cima e a nossa intenção é colocá-lo em um patamar onde todos poderão usufruir dele e se sentirão felizes no quadro social desta sociedade.
Quais os valores e princípios que não abre mão como presidente?
Honestidade, ética, família, religiosidade. Honestidade e ética andam juntas. Se tu és correto contigo e com as demais pessoas que estão ao teu redor e que participam de um clube, de uma sociedade para engrandecê-la, obviamente o retorno virá. A partir do momento que tu transmite estes valores, as demais pessoas vão seguir junto contigo, andar ao teu lado e te apoiar em todos os momentos. Quem não estiver na mesma sintonia, obviamente vai trilhar outros caminhos ou automaticamente se afastará quando tiver oportunidade.
Que conselho daria para um jovem?
Primeiramente, o ideal é descobrir o que você gosta de fazer. Após isso, este jovem deverá se dedicar, trabalhar muito, suar, se expor ao máximo na sua vida profissional, com dedicação e comprometimento, pois o resultado não é imediato, ele vai vir com o tempo, lá na frente.
Um local de vivências
Quem mora no bairro São Francisco considera o Susfa como a sua segunda casa. É a minha segunda casa. O sucesso do Clube passa por toda a equipe que trabalha nele e aqueles que colaboraram conosco e ainda colaboram em todos estes anos de história. Um agradecimento especial a todos os colaboradores: a diretoria, o quadro funcional e, é claro, aos nossos associados. Outro agradecimento especial deve ser feito ao padre Ricardo Fontana, pelo retorno do almoço festivo em honra ao padroeiro São Francisco para o Susfa, para o bairro a qual ele pertence. São momentos que marcam a minha história e a do Clube da qual faço parte.