Conforme um bairro cresce em habitação, a realização de melhorias públicas e sociais é algo que precisa andar junto. Os moradores do Bairro Zatt pedem por ajustes e cuidados com o local em que residem.
A comerciante Andreia, conta que o prefeito esteve no bairro e que falou com ele sobre a situação da praça situada perto de sua residência. “Está abandonada e as crianças não podem ir brincar, pois está cheio de lixo. Além disso, há a questão dos ônibus, tem muitos senhores que não conseguem caminhar direito e tem que subir todo o morro para conseguir o transporte público. Sei que por aqui não passa um ônibus grande, mas aqueles menores conseguiriam fazer uma rota por essas ruas. Eu já peguei meu carro várias vezes para deixar essas pessoas lá em cima na parada”, relata.
Andreia destaca algo bom que está sendo feito pelo bairro e para as famílias que lá residem. “Estão construindo uma creche na rua quatro, o que vai auxiliar muitas mães. Espero que logo seja inaugurada”, realça.
De acordo com ela, seu comércio ajuda no dia a dia das pessoas. “Claro que, quando tem promoção nos grandes mercados, os moradores optam por ir lá. Mas quando falta alguma coisa, estou aqui para atendê-los com meus produtos”, completa.
Desde que veio morar no bairro, há 30 anos, dona Maria conta que muita coisa melhorou, pois antes ela sapateava no barro. “Hoje temos calçamento, esgoto e água, neste ponto tudo evoluiu conforme o tempo foi passando”, lembra.
Para a moradora, o Zatt precisa ser olhado com mais zelo e, algumas coisas a preocupam. “A pracinha está abandonada, só há lixo. Os moradores estão tentando mudar a situação a algum tempo, mas por enquanto não teve resultado. Nessa semana vieram arrumar um pouco a rua, mas precisamos de mais que isso”, cobra.
Segundo Maria, a escola do bairro também está com problemas, para ela o modelo cívico-militar, proposto em 2021, já deveria estar funcionando. Em dezembro do ano passado, o município realizou uma Audiência Pública para debater a possibilidade, que foi aderida por 95% dos presentes no ato. “Vejo pela minha neta que o ensino está um caos, tem agressão, drogas, alunos com faca e revólver. Os órgãos municipais deveriam estar atentos a isso, para o que aprovaram entrar em vigor e parar com a violência que está tendo na escola”, aconselha.
O comerciante Juliano, expressa a vontade de fazer parte do projeto “Adote uma Praça”, programa de parcerias que permite que qualquer entidade civil assuma responsabilidade de urbanizar e manter áreas verdes limpas e em perfeito estado para a comunidade. “Sempre quis participar, a inscrição é feita na prefeitura. Após aprovado, a pessoa fica responsável pela praça que escolher e por sua manutenção. Ali onde está abandonado e sendo utilizado como ponto de reciclagem, se fizesse um aterro grande e plantasse algumas árvores, ficaria tão bacana”, revela.
Além disso, Juliano comenta sobre os veículos abandonados pelas ruas. “Tem muitos por aqui, o que atrapalha pelas vias serem muito estreitas. Deveria haver uma fiscalização maior para retirada desses automóveis sucateados”, frisa.
Também há bastante entulho, de acordo com o comerciante, a prefeitura deveria mandar um caminhão mais seguidamente para a retirada dos materiais. “Os caminhões de coleta seletiva que vem durante a semana não recolhem esse tipo de lixo, somente o próprio da prefeitura”, adverte. Um canal mais fácil de contato com eles para falar sobre essas questões é algo que ele solicita. “Quem sabe um número de WhatsApp para os moradores informarem quando tem algo para ser recolhido. Se tem, não chega para nós esse contato”, pede.
A violência, a falta de espaço para as crianças, o lixo em local inadequado e diversos outros fatores, preocupam Juliano e muitos outros moradores. “Foi muito bacana terem feito o mutirão, ter pintado e arrumado algumas coisas, mas existem problemas sociais bem mais fortes do que isso para serem tratados aqui no bairro”, conclui.
Outra moradora, que não quer a divulgação de seu nome, também fala sobre a sujeira no terreno que deveria servir como espaço de lazer. “Sou moradora de uma rua próxima, estamos com essa situação de reciclagem em área verde há um ano. O local seria um espaço para as crianças brincarem, o que não podem mais fazer. Já ligamos para o meio ambiente e até agora nada foi feito. O cheiro é muito ruim”, lamenta.
Vídeo gravado pela moradora
O que diz a Prefeitura
De acordo com a Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura, a questão sobre a situação da praça é acompanhada pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social. “Foi contatado o responsável pela recicladora e os órgãos buscam solucionar. Inclusive, no fim de semana o bairro recebeu o mutirão de serviços da prefeitura, com limpeza, roçada, pintura, obras e outros serviços”, argumenta.
Sobre a construção da creche, informam que ela está em andamento. “70% da obra está concluída, na etapa de esquadrias. Neste entorno, foi construída a quadra de esportes, e está em andamento a praça no local com paisagismo”, afirma.
Respondendo à questão da escola cívico-militar, explicam que não foi implementada por falta do edital do Comando da Brigada Militar, e em virtude do período eleitoral, não pode ser executado. “Além disso, a Secretaria de Educação acompanha a situação do educandário e está trabalhando juntamente com a rede para buscar soluções”, finaliza.