Com a chegada da vindima, período de colheita da uva em Bento Gonçalves, o aumento do contato dos trabalhadores rurais com áreas de mata tem resultado em um crescimento no número de encontros com serpentes. O alerta é do Capitão Gustavo Kist, comandante da 3ª Companhia de Bombeiros Militar no município, que reforça a importância de medidas preventivas e do conhecimento sobre como agir ao encontrar uma cobra.

Espécies mais comuns e riscos envolvidos

As serpentes mais frequentemente avistadas na região são a jararaca-da-mata (Bothrops jararaca), a cascavel (Crotalus durissus) e a surucucu (Lachesis muta). Todas elas são peçonhentas, ou seja, produzem veneno e podem injetá-lo através da mordida. O Corpo de Bombeiros reforça a necessidade de cautela ao encontrar esses animais e destaca que a melhor conduta é evitar a aproximação.

Como agir ao encontrar uma serpente?

O protocolo recomendado pelo Corpo de Bombeiros inclui os seguintes passos:

  • Manter distância segura e não tentar capturar o animal;
  • Observar sua localização e registrar suas características para facilitar a identificação;
  • Acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou a PATRAM (190) para a remoção segura do animal.

Segundo o Capitão Kist, “é essencial que as pessoas resistam à tentativa de manipular a serpente, pois isso pode aumentar o risco de ataque. Os profissionais estão preparados para realizar a captura com segurança, utilizando equipamentos adequados”.

O que fazer em caso de picada?

Se uma pessoa for picada por uma cobra, é fundamental agir rapidamente seguindo estas recomendações:

  • Manter a calma e evitar movimentos bruscos para retardar a circulação do veneno;
  • Manter o membro afetado abaixo do nível do coração;
  • Lavar o local com água e sabão, se possível;
  • Ir imediatamente ao hospital;
  • Se for seguro, fotografar a serpente para auxiliar na identificação do veneno e no tratamento.

O Corpo de Bombeiros também alerta sobre o que não fazer:

  • Não aplicar gelo sobre a picada;
  • Não fazer cortes na região afetada;
  • Não sugar o veneno;
  • Não utilizar torniquetes, pois podem piorar o quadro da vítima, causando necrose.

Medidas preventivas

Para reduzir o risco de encontros com serpentes, o Corpo de Bombeiros recomenda precauções específicas, como:

  • Utilizar botas e calças compridas ao circular por áreas de mata ou vegetação alta;
  • Evitar tocar em troncos, pedras e pilhas de lenha sem verificação prévia;
  • Manter quintais e terrenos limpos, pois o acúmulo de lixo atrai roedores, que servem de alimento para as cobras;
  • Crianças e idosos devem receber atenção redobrada, pois podem ter mais dificuldade em reagir rapidamente a uma situação de risco.

Atendimento e disponibilidade do soro antiofídico

Em caso de picada, a vítima deve buscar atendimento imediato no hospital mais próximo. A Secretaria de Saúde municipal é responsável pela distribuição do soro antiofídico. Quando não é possível identificar a espécie da cobra, os médicos administram o soro polivalente, que trata diferentes tipos de envenenamento.

O Capitão Kist reforça: “A rapidez no atendimento é crucial. Quanto mais cedo a vítima recebe o soro, maiores são as chances de recuperação sem complicações”, diz.

O Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves é frequentemente acionado para capturas e remoções de serpentes, tanto em áreas urbanas quanto rurais. A equipe está equipada com pinças especiais e caixas de transporte que garantem a segurança tanto da população quanto do animal. “Nosso objetivo é evitar riscos e preservar a fauna. Sempre que necessário, os bombeiros estão à disposição para atender esses chamados”, conclui o Capitão Kist.